terça-feira, 26 de outubro de 2010

Quebra Quebra no Clube da Cerveja

O absurdo e violento episodio ocorrido no Clube da Cerveja é cada dia mais comum entre a juventude monlevadense e brasileira. Estamos vivendo um tempo de inacreditável esvaziamento de valores. Até a década de trinta, a Igreja funcionou, bem ou mal, como a autoridade moral nacional, de onde se emanavam os valores deonticos que norteavam as relações sociais. Ou seja, a Igreja era a grande mídia que estabelecia o padrão de comportamento a ser considerado ético, socialmente. Entre os anos 30 e o final da década dos 80, o iluminismo tupiniquim enfraqueceu o poder da Igreja e o avanço tecnológico trouxe novas mídias, entre as quais se destacou a televisão. Em outras palavras, a televisão substituiu a Igreja, sob o ponto de vista midiático. O grande problema é que a nova mídia, a TV, e principalmente a grande mídia nacional, a novela, não transmitem valor algum à sociedade. Muito pelo contrário, apresentam ao telespectador um mundo de intrigas e traições, no qual o dinheiro é perseguido a todo custo, num ambiente de ociosidade geral (ninguém trabalha), violência e luxuria. Hoje, é a TV que dá o exemplo e numa sociedade, na qual a educação é preterida de todas as formas possíveis o quadro só dente a se agravar. Tanto é assim que atores de novelas que fazem papeis de vilões são, frequentemente, hostilizados nas ruas, o que comprova o quão poderosa é a televisão e como tem sido mal utilizada. Não quero dizer com este texto que o esvaziamento moral da sociedade brasileira é conseqüência apenas da TV ou das novelas. Claro que não. O que quero alertar é perdemos nossa autoridade moral e ainda não construímos uma que a substituísse. E a Televisão poderia nos ajudar muito. A situação está tão critica que até mesmo a família está em crise. Hoje, pais e mães não passam valores a seus filhos. E são culpados? Penso que não. Na verdade também são fruto deste sistema de esvaziamento de valores que funciona, ciclicamente, carcomendo a sociedade como um todo. A resposta está, mais uma vez, na escola. Mas, não a escola que aí está e sim numa nova escola que, além de suas obrigações pedagógicas, terá que se preocupar mais com a transmissão dos valores morais e com a produção de cidadãos.

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