quarta-feira, 18 de maio de 2011

Moreira e o Hospital da Santa Madalena

Considerando o quadro político-administrativo catastrófico em que se encontra a atual administração, não vi maiores surpresas na entrevista concedida pelo ex-prefeito Carlos Moreira à edição de sexta feira passada do Jornal A Notícia. Para a oposição, Prandini é um prato cheio. No entanto, chama a atenção a insistência de Moreira em implantar um segundo hospital na cidade. O que Moreira chama de Hospital Santa Madalena e Prandini disse que seria um Centro de Especialidades Médicas constitui, na verdade, o maior caso de desperdício e de irresponsabilidade com o dinheiro público da história de João Monlevade. Ninguém sabe ao certo quanto já foi gasto naquele monstrengo que desafia toda a regulamentação da Anvisa (Resolução Anvisa nº 50/2002) aplicada à construção de casas de saúde. De acordo com estudos da respeitada Fundação Getúlio Vargas, o custo médio de implantação de um amplo (cem metros quadrados por leito) e bem equipado hospital de cem leitos é R$ 17.495.000,00. Estima-se que no prédio adaptado da antiga rodoviária já foram gastos mais de R$ 20.000.000, 00 e, absurdamente, ainda falta muito (quase tudo) para que aquele frankenstein de concreto se transforme num verdadeiro hospital. Isso, sem se considerar o custo de operação. Hoje a Prefeitura gasta nada menos que R$ 800.000,00 para manter aquele trambolho funcionando apenas com o PA e alguns escritórios da Secretaria de Saúde. Ainda há a questão do repasse municipal, sem o qual Hospital Margarida não consegue manter em funcionamento seu Pronto Socorro. Futuramente, a Prefeitura também terá que contribuir com o custeio do novo CTI do Margarida. Falar em segundo hospital para a cidade, enquanto reina a ineficiência no setor e pairam incertezas e dificuldades para se manter apenas um, demonstra que o projeto político que Moreira tem para Monlevade já se encontra esgotado ou, no mínimo, não possui consonância com a realidade do Município. O ex-prefeito Carlos Moreira deveria entender que a enxurrada de processos que responde na Justiça é conseqüência, em sua grandíssima maioria, do uso indevido de recursos públicos. Seguir insistindo em inconseqüências administrativas é continuar a pavimentar o caminho para a suspensão dos direitos políticos e para a inelegibilidade. Passo a bola técnica ao amigo blogueiro José Henriques, do UglyDarkSide.

2 comentários:

  1. Pra mim a intenção foi boa, mas é um absurdo que se gaste tanto tempo e dinheiro em uma obra que não sai dos sonhos de um político, porque isso não passa de um sonho, uma cidade do porte de João Monlevade que tem uma estrutura precária na área de saúde, não precisaria de mais um hospital, e sim de investimentos nas áreas já existentes, como melhorar o atendimento nas Unidades Básicas, Policlínica, Pronto Atendimento e outros. A saúde no nosso município anda doente e até mesmo decadente, precisa de uma grande e rápida reestrutura, se isso for feito não haverá a necessidade de um novo Hospital, por outro lado não sei se poderia, mas uma boa idéia seria se através de um Convênio de Parceria entre a Prefeitura e o Governo Estadual, fosse feito uma ampliação do Hospital Margarida (construção de um novo bloco).
    Em relação à Secretaria de Saúde, se a Prefeitura fizesse assim com vez com a EMIP e o Posto de Saúde do Industrial, teria gasto muito menos. Agora mudando de assunto um pouco, a intervenção do Deputado Mauri Torres em doar a área do Centro Social Urbano, na qual poderia ser instalada uma Unidade do Corpo de Bombeiros aqui na cidade para UFOP, foi uma bela palhaçada, acho que toda região iria ser beneficiada, principalmente pela proximidade com a BR 262/381, eu não sei como tem gente de Monlevade e região que ainda vota nele. O que você acha Fernando?

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  2. Concordo, plenamente.
    Um abraço e obrigado pela visita.

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