quarta-feira, 11 de maio de 2011

Recurso da Educação para Jogatina, Compras e Conteúdo Adulto na Prandinet

Parei o carro, hoje, ao lado da Secretaria de Trabalho Social e, finalmente, consegui acessar a Prandinet, pois daqui, de onde trabalho, no número 911 da Av. Wilson Alvarenga, centro de Carneirinhos, foram numerosas e infrutíferas as tentativas de conexão com o projeto Internet de Graça. Más, a preocupação maior em relação à Prandinet me parece estar na origem dos recursos para a implantação do projeto e não na sua efetividade. Apesar da falta de transparência comum ao governo Prandini, já parece um consenso de que tais recursos são oriundos do orçamento da Educação Municipal. A grande questão, agora, é saber se Prandini estaria autorizado, legalmente, a empenhar 1,5 milhões de reais do Setor da Educação do Município na implementação da Prandinet, que, pela experiência que tive hoje, parece estar longe dos moldes de um projeto, verdadeiramente, educacional e, portanto, desvinculado do orçamento da Educação. Todos sabemos que a internet pode ou não ser usada para a educação. Para que a Prandinet se enquadre como um projeto, essencialmente, educacional, é necessário que, traves dela, se tenha acesso apenas a conteúdo cognitivo, voltado para o aprendizado e a formação do internauta. No entanto, a internet de graça do governo Prandini, como pude constatar, hoje, permite a conexão com sites de jogatina, de compra dos mais variados produtos, de relacionamento, de conteúdo adulto e de tudo mais que se pode encontrar na Web, com pouquíssimas exceções. E convenhamos, tais conteúdos não podem ser considerados como parte integrante de um projeto educacional. O que está acontecendo é que o gabinete prandinista está maquiando um projeto que poderia ser educativo, mas da forma em que foi concebido não o é, para se valer da verba da Educação, o que é inaceitável. Em outra palavras, está comprometendo o já insuficiente orçamento da Educação, o que, certamente, implicará em piores condições educacionais no Município, para implementar um projeto que não é essencialmente educativo, contrariando preceitos constitucionais. Claro que o internauta espera que a Prandinet permita acesso a todo o conteúdo da internet convencional, pois assim foi prometido na campanha. Mas, não venha usar uma verba que deveria ser destinada aos salários dos professores, à abertura de vagas nas escolas, à qualidade da educação e etc, para cumprir uma promessa de campanha de natureza não educacional. Isso a Constituição não permite.

3 comentários:

  1. Caro Amigo Fernando,
    domingo passado, 08/05, estive na praça da Dipan para verificar se estava recebendo o sinal da internet de graça, pois, em minha residência, que é bem próxima ao referido local não estava chegando o sinal, e onde resido há 3 antenas fazendo raio menor que 200 metros. Mas, debaixo da antena o sinal está muito bom.
    Então, como foi anunciado que a verba era da Educaçaõ, e alguém me confirmou isto, e que esta internet de graça tem que ter seu cunho exclusivamente educacional, comecei a verificação de páginas de conteúdo não educacional, como blogs (inclusive os de João Monlevade estão todos sendo acessados), páginas de conteúdo adulto, de jogos e de comércio eletrônico. Para minha surpresa poucas foram as páginas bloqueadas.
    A sua constatação também é a minha, e nesta sexta feira eu iria procurar alguém da Secretaria da Educação para informa-lhes o que está ocorrendo, mas já diante deste seu post, creio que o pessoal da Secretaria da Educação ou mesmo do Governo do Gustavo venham a tomar uma providência, o mais rápido possível.
    É de extrema valia o projeto, mas tem que estar funcionando de acordo com os princípios e diretrizes para o qual foi delineado.
    Abraços.

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  2. Fernando,

    Você tocou um assunto que vai ser o calcanhar de aquiles desse projeto, o gerenciamento do trafego é uma parte muito complexa de fazer, é fácil bloquear os blogs, mas sites de conteúdo adulto de jogos (poquer online) e outros temas como pedofilia, ações de discriminação são muito difícil de se bloquear pois não seguem um padrão, você bloqueia um site hoje e outros 10 estão no ar amanha. Um projeto com recurso da educação não pode permitir tais acesso. Para controlar isso tem jeito mas é necessário pessoal e sistemas preparados para tal tarefa.

    Interessante também é que como um projeto educacional fornece acesso a orkut, twitter e facebook entre outras redes sociais. Como um projeto da educação pode dá acesso a serviços que nem os próprios desenvolvedores tem controle total e qual será o ganho educacional ao acessar tais serviços?

    Tirando o problema da falta de acesso que com o tempo e os devidos testes será resolvido, o acesso a conteúdos indevidos é que será o grande problema desse projeto, veremos ainda muitas postagens falando sobre esse tema.

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  3. Fernando,

    Suspeito que a coisa é muito mais grave que se imagina. Pode ser que a Prandinet seja apenas fachada para justificar investimento para instalar uma rede de dados administrativa e devido a falta de recursos, insere-se o nome de "Monlevade Digital Escola Viva" e a estrutura montada tenha como principal finalidade a administração pública. Por enquanto é uma suspeita que deveria ser investigada pelos vereadores.

    Outro item é inúmeros provedores de internet já foram acionados judicialmente pelo motivo de seus clientes utilizarem a internet de forma indevida como ameaça a terceiros. Os provedores possuem em seus bancos de dados registros de clientes com os respectivo acessos, que possibilitaram a identificação do responsáveis pelo ato criminoso. E no caso de bares e restaurantes que disponibilizam a seus clientes acesso à internet, assim como na Prandinet em que os usuários não são identificados? Quem poderá ser responsabilizado caso algum usuário faça uso da rede de forma criminosa?

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