Em carta aberta, subscrita agora há
pouco, a Associação Médica de João Monlevade, por meio de seu presidente, Dr.
Manuel Furtado, repercutiu o absurdo episódio em que se envolveu, recentemente,
o atual provedor do Hospital Margarida, José Roberto Fernandes. Segundo o
documento, as declarações de José Roberto “ofendem a classe médica como um todo”
e o atual provedor “demonstra não conhecer, ou no mínimo, não respeitar a
imensa história da instituição e trajetória dos seus profissionais”.
Reproduzo abaixo a íntegra do
documento:
A Associação Médica de João Monlevade e
o Corpo Clínico do Hospital Margarida lamentam profundamente o episódio
ocorrido na semana passada, quando o Provedor do Hospital Margarida, Sr. José
Roberto Fernandes, partiu para uma agressão gratuita ao Dr. Getúlio Garcia,
após se irritar com críticas feitas em um Blog escrito pelo filho do médico.
Extrapolando uma situação que em nada dizia respeito ao Dr. Getúlio, que em
momento algum fez qualquer tipo de comentário público sobre a instituição ou a
própria pessoa do provedor, sequer o conhece.
Trata-se de um profissional renomado na
cidade, com 38 anos de serviços prestados ao Hospital Margarida, extremamente
discreto, que sempre deu assistência adequada e de forma prestativa aos
pacientes internados, sejam estes do SUS ou particulares. E que, além disso,
sempre atendeu na rede pública, tanto em Postos de Saúde da Prefeitura, quanto
através do próprio CISMEPI. E que nunca se envolveu em “picuinhas” como esta.
Convém lembrar que, de acordo com
quaisquer dos regimentos, tanto do Corpo Clínico quanto o do Hospital, quanto
de acordo com o próprio CRM, com todo esse tempo de serviço e contribuição,
qualquer médico do Hospital Margarida poderia pleitear realmente atender
somente seus pacientes e nem configurar mais em nenhuma escala de plantão ou
até mesmo de sobreaviso. O que não é o caso do Dr. Getúlio, que nunca solicitou
tal direito, já adquirido há anos, e se mantém numa escala de sobreaviso, por
sinal, não remunerada.
São declarações que ofendem a classe
médica como um todo e que em nada contribuem para o bom relacionamento entre os
médicos e o Hospital Margarida, tão necessário principalmente em momentos de
crise como o que estamos vivendo. Principalmente vindo do principal lastro de
representação da entidade e da própria Associação São Vicente de Paulo, que
acabou de assumir este cargo tão importante e que demonstra não conhecer, ou no
mínimo, não respeitar a imensa história da instituição e trajetória dos seus
profissionais. Trata-se de uma declaração inflamada por questões de cunho
pessoal, que ofendem profissionalmente um médico respeitado que nada tinha a
ver com a história.
Solicitamos que o Conselho da entidade
reveja se é mesmo este tipo de postura que esperam dos seus representantes e
que o Sr. José Roberto consiga mais equilíbrio diante de críticas, sem partir
para agressões gratuitas e de certa forma irresponsáveis àqueles que contribuem
enormemente para o funcionamento do Hospital Margarida.
Sendo assim, declaramos mais uma vez que, apesar de nos sentimos
muito desapontados com este triste e reprovável episódio, tranquilizamos a
população que, episódios como este não interferem no atendimento e que o
vínculo dos médicos com o Hospital é muito mais estreito. E que, apesar de
diversas administrações passarem pela entidade, nós continuamos sempre
disponíveis para dar o melhor atendimento à população.
João Monlevade, 1º de julho de 2016.
Dr. Manuel Furtado Neto
CRM 36860