terça-feira, 24 de maio de 2022

Do Compromisso de Auditoria do PT ao Assentimento do Santa Madalena

Durante a campanha eleitoral, o atual prefeito Laércio Ribeiro assumiu o compromisso de realizar uma ampla auditoria no Município, buscando esclarecer os indícios claros de irregularidade que saltam os olhos. O mais gritante deles é sem dúvida o chamado Hospital Santa Madalena, que consistiu na tentativa absurda e fracassada do ex-prefeito inelegível Carlos Moreira de improvisar um hospital de 100 leitos no prédio do antigo terminal rodoviário, ao custo de muito mais de 22 milhões de reais de recursos públicos da saúde. E a perda para o povo monlevadense não se limitou apenas aos mais de 22 milhões de reais que evaporaram na obra. Além do pretenso hospital de 100 leitos que jamais saiu do papel, Monlevade também perdeu um Terminal Rodoviário centralizado e muito bem estruturado e o Pronto Atendimento, que depois de instalado naquele local, também se tornou inviável.
Mas depois de eleito o atual prefeito, não foi o que aconteceu. Ao contrário da prometida auditoria, o que se tem visto é o assentimento do governo do PT de Laércio Ribeiro em relação ao Santa Madalena. Exemplo disso é que no mês passado, a Farmácia Municipal foi transferida para o prédio do famigerado Santa Madalena. Recentemente, o governo municipal também anunciou que demolirá o prédio da antiga Policlínica e o reconstruirá, mais amplo, para abrigar um centro odontológico e uma unidade básica de saúde. Em outras palavras, depois de reconstruído o prédio onde funcionou por décadas, a Policlínica não retornará para o mesmo, seguindo a funcionar no Santa Madalena, para onde foi transferida a fim de arranjarem alguma destinação para aquele custoso trambolho de concreto, depois de o funcionamento do PA se revelar inviável naquele local imundo que não é passível de alvará sanitário.
Assim, o governo do PT vai abraçando devagarzinho o Santa Madalena, descumprindo seu compromisso de campanha. Resta muito claro que a auditoria do PT esbarrou na figura do vice-prefeito, Fabrício Lopes, que, nos bastidores, já é candidato a chefe do executivo em 2024, tem sido governo nos últimos 15 anos e, portanto, não tem interesse em revelar os “malfeitos” dos quais participou, nem de comprometer a imagem daquele com quem ele pode se realinhar, politicamente, num futuro próximo.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

"Farra do Lixo": Rejeitado Recurso que Impedia Remessa do Processo para o Tribunal de Justiça


 

Ontem, os desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais rejeitaram mais um recurso interposto por um dos envolvidos naquele  que foi  o maior escândalo de corrupção já descoberto no Município e que ficou conhecido, popularmente, como a Farra do Lixo, depois de desbaratado pelo advogado Fernando Garcia, isto é, euzinho, mediante representação documentada junto ao Ministério Público local.  

A Farra do Lixo consistiu numa série de irregularidades administrativas verificadas durante a gestão do ex-prefeito inelegível, Carlos Moreira (foto de campana), na contratação por parte do Município de empresa para a prestação do serviço de coleta do lixo urbano. Durante a execução do contrato, que superou o limite legal de 60 meses de vigência, era realizada por Carlos Moreira e companhia uma média de dois termos aditivos anuais, sem justificativas plausíveis, sempre majorando o valor do mesmo, o que rapidamente extrapolou  o limite legal da licitação que foi realizada na modalidade tomada de preços. O valor do prejuízo causado aos cofres públicos de João Monlevade pela Farra do Lixo e calculado pelo Ministério Público no ano de 2010 foi da ordem de 3,9 milhões de reais.  Se reajustado, este valor, que deverá ser restituído ao erário, deve superar os 5 milhões de reais.

Ontem, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais rejeitou o último recurso que suspendeu a tramitação do processo da Farra do Lixo, impedindo-o de ser remetido para apreciação em segunda instância. Caso seja confirmada a sentença condenatória da Farra do Lixo no Tribunal de Justiça, o ex-prefeito inelegível, Carlos Moreira, ficará novamente inelegível por mais 8 anos.     

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Segue a Destruição do Legado Arquitetônico de Louis Ensch


É estarrecedor como o monlevadense, no geral, não tem tido capacidade nem sensibilidade para preservar a arquitetura legada por Louis Ensch. O que não foi demolido, tem sido descaracterizado, dia a dia.

Falo do outrora belíssimo conjunto arquitetônico da Avenida Aeroporto e da Rua Dr. Geraldo Soares de Sá (foto), na Vila Tanque, que já foi tão representativo da Cidade Industrial de Louis Ensch. A arquitetura é uma das mais primordiais formas de arte da civilização.  Aquelas casas são imensamente amplas e possuem construção muito sólida, demandando pouquíssima alteração. O máximo seria alguma reforma para atualizar os banheiros, a cozinha e nada mais. No entanto, não é o que se tem visto Em vez, de um consenso para conservarem a arte, ou seja, a arquitetura das casas e a homogeneidade do casario, depois de vendidas pela Belgo Mineira, os atuais proprietários se engajaram numa disputa de puro exibicionismo para, supostamente, apontar quem tem mais capacidade econômica de modificá-las. Um ergue um puxadinho no telhado, o vizinho ergue um maior. O outro desfigura parte da fachada, o vizinho desfigura a fachada inteira.  E o resultado tem sido a descaracterização sistemática da arquitetura e, por conseguinte, a destruição da arte e, portanto, de um insubstituível elemento da identidade local. Prova de que a capacidade econômica, por si só, não é sinônimo de alto nível cultural.  Lembro-me de quando era criança, descia aquelas ladeiras em disparada a bordo de meu carrinho de rolimã fechado, de dois metros de comprimento e, na volta, quando tinha de rebocar todo aquele peso morro acima com o auxílio de uma corda, parava várias vezes para retomar o fôlego, tendo a grata oportunidade de apreciar a beleza arquitetônica daquele casario homogêneo. No início, achava que todas as casas eram iguais. Mas, depois, percebi que apesar de muito parecidas, não havia nenhuma casa igual a outra. Cada uma tinha algum elemento arquitetônico diferente da outra. O gradil das casas era baixo e, em virtude das muitas amizades de infância, tínhamos acesso aos quintais delas, por onde passávamos para chegar à mata, onde colhíamos morangos silvestres e atravessávamos o riacho dependurados no cipó. Hoje tudo acabou, não há mais a beleza arquitetônica do casario, carrinhos de rolimã, até porque os passeios também foram modificados, impedindo o trânsito deles, nem acesso à mata. Definitivamente, não estamos evoluindo.      

E tudo isso vem ocorrendo ao arrepio da Casa de Cultura, do Conselho de Patrimônio Cultural e da Prefeitura, cujo mandatário é, justamente, morador da Vila Tanque. É muito triste ver tudo se acabando e sendo destruído.  De outro lado, também houve aqueles que reformaram as casas, conservando a sua originalidade. Estes estão de parabéns pela sensibilidade artística. Hoje, o casario mais bem conservado e representativo da arquitetura monlevadense é o conjunto arquitetônico da Rua Imbé, também no Bairro Vila Tanque, com aquelas belíssimas casas suspensas.     

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Núcleos da Fundação Crê-Ser na Estruturação Política de Fabrício

Imagem: Comunicação da Prefeitura
 

Política se faz com pessoas. A verificar-se a forma como foi estruturado o atual governo do prefeito Laércio Ribeiro (PT), resta claro que o mesmo não se trata de uma repetição de seu mandato de 1996. Politicamente, a atual administração se encontra composta por cerca de 80% de cargos comissionados indicados por Fabrício, muitos deles, gente de confiança do ex-prefeito inelegível Carlos Moreira, pois Fabrício não apenas é egresso do moreirismo, como hoje é seu maior herdeiro. Nos bastidores do governo é, perfeitamente, visível que a prefeitura e a administração pública indireta se encontram aparelhadas, quase que exclusivamente, para eleger Fabrício prefeito em 2024, o que é muito lamentável, já que o Município precisa se desenvolver e Fabrício, na verdade, é um apolítico, pois tem sido governo nos últimos 15 anos. Fabrício foi, Simone e agora também o é no governo do PT. Ou seja, Fabrício representa o chamado “centrão”, que é aquele espectro que não tem projeto político para Monlevade, a não ser o de se alinhar ao governo de situação, seja ele qual for, em troca de cargos na Prefeitura e nas fundações e autarquias municipais.  

Amostra disso é o que vem se desenrolando na Fundação Crê-ser. Recentemente, foram inaugurados mais dois núcleos da Fundação Crê-ser, um no Bairro Amazonas, outro no Nova Monlevade, num total de oito. Adivinha quem é a diretora executiva da Fundação Crê-ser! Helenita Melo Lopes, ninguém menos do que a mãe de Fabrício, cujo salário, entre janeiro e abril de 2022, variou de R$ 9.018,11 à R$ 15.030,17, conforme se fez constar do Portal da Transparência do Município.

Agora, eu te pergunto: esses núcleos da fundação Crê-ser que estão sendo rapidamente inaugurados, um atrás do outro, serão utilizados para complementar os estudos dos alunos da rede pública municipal de ensino, ou se transformarão comitês políticos de Fabrício em 2024?      

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Sistema de TV brasileiro foi quase todo montado durante a ditadura





Então vamos lá, vamos parar de repetir as coisas como papagaios e vamos pensar, que é o que deveria distinguir o ser humano dos animais irracionais.

O atual sistema de televisão brasileiro composto pela Rede Globo, SBT, Bandeirantes e Record foi quase todo montado durante a Ditadura Militar que perdurou de 1964 a 1988. A Globo foi fundada em 1965, em função do Golpe de 1964, pelo poderoso grupo de mídia estadunidense Time-Life, houve até uma CPI na época, que obviamente, acabou em pizza. SBT e Bandeirantes foram fundados em 1981 e 1967, respectivamente, ou seja, em plena vigência da ditadura. A única que não foi fundada na ditadura foi a Record, que é de 1953. Contudo, a emissora passou por vários donos e fazes, de tal modo que a Record que existe hoje foi re-fundada em 1989, logo após a redemocratização, mas ainda dentro de um sistema concebido pela ditadura. Só por este motivo, ou seja, por ter sido fundado durante um regime ditatorial, o sistema de televisão brasileiro deveria ter passado por uma reformulação completa, após redemocratização do país em 1988, coisa que nunca aconteceu. Se o Brasil se pretende uma democracia de fato, ele jamais poderia conviver um sistema de mídia fundado sob os ditames de uma ditadura.        

Mas, infelizmente, não pára por aí. Além de fundado pela ditadura, o sistema de televisão aberto brasileiro também é um monopólio dissimulado. Muito embora seja constituído por 4 canais de TV, não há ampla concorrência no sistema, pois ele é formado por apenas uma grande emissora, a Rede Globo, e outras 3 emissoras médias, o SBT, a Band e a Record, situação que, por exemplo, não acontece nos EUA, onde o sistema comporta 4 grandes emissoras, dezenas de médias e centenas de pequenas.

E a Rede Globo é a maior emissora não porque ela seja competente, etc, mas sim porque o sistema fundado pela ditadura lhe concedeu de mão beijada o monopólio de 70% do faturamento do setor.  Na prática, nenhuma outra emissora concorre com a Rede Globo, a não ser pontualmente. Se há alguma concorrência, ela ocorre apenas entre as médias emissoras: SBT, Band e Record. Aliás, as outras emissoras apenas existem para dissimular que o sistema não é um monopólio da Globo.

Outra característica indesejável do sistema é que ele é extremamente conservador por não contar com um programa sério para se debater política. Não se engane, o Brasil só é o país do futebol, porque o futebol é o tema mais pautado pela grande mídia brasileira que ainda é a televisão. Se tivéssemos programas sérios para se debater política na TV, já poderíamos ter resolvido muitos de nossos problemas. Ainda há outras questões problemáticas. A Globo, por exemplo, é uma mídia sem ética, o que é um erro grave civilizatório. A função da mídia é sempre a de influenciar o comportamento das massas. Ela informa, enquanto influencia comportamento. Ela entretém enquanto influencia comportamento. Os enredos das novelas da Rede Globo são pautados pela “lei de Gerson” e exibem todos os expedientes de desonestidade possíveis. Quem assiste é testemunha disso! Não tenha dúvida, todo esse comportamento reprovável exibido nas novelas da Globo são replicados na sociedade brasileira, pois é essa a função da mídia. A problemática ainda atinge o SBT que é utilizado pelo seu proprietário para vender os produtos financeiros e os bens de consumo que suas empresas comercializam, o que é completamente antiético. Se você tiver à disposição um canal de TV para fazer publicidade dos produtos comerciais ou financeiros de suas empresas, você também ficará imensamente rico. E o cara ainda é idolatrado!  A Bandeirantes, historicamente, é muito voltada para o futebol. E como já dito, o Brasil só é o país do futebol porque o esporte é um dos temas mais pautados pela TV brasileira. Se amanhã, o futebol for banido da programação da TV e substituído pelo críquete, em menos de uma década o Brasil se transforma no país do críquete.  A Record é utilizada para cobrar dízimo e vender coisa ungidas, situação ainda pior do que a do SBT.

O que o Brasil precisa é de uma grande reformulação no seu sistema de grande mídia que ainda é a TV. Se o Brasil se pretende uma democracia de fato, não pode mais conviver com um modelo de mídia fundado e estruturado por um regime ditatorial, nem com o monopólio de apenas uma emissora. Precisamos, urgentemente, de concorrência, pluralidade e, portanto, de realizar a reforma dos meios de comunicação.     

       

 

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Ex-prevedor condenado por falsa acusação de segregação racial vai palestrar em Encontro Afro



  

O ex-provedor do HM, José Roberto Fernandes, multi-condenado pela Justiça em função da prática de uma série de atos ilícitos quando “administrou” aquela casa de saúde, entre eles, por acusar, falsamente, médico do Corpo Clínico de cometer segregação racial no Hospital Margarida, vai palestrar em Encontro Afro, segundo anuncia “outdoor” instalado em avenida da cidade (fotos).            

Pertinente se faz relembrar que enquanto esteve à frente do hospital, José Roberto Fernandes, foi responsável pela consecução do maior golpe já realizado na praça monlevadense, quando inúmeras cartelas do então tradicional Bingo do Margarida foram vendidas, o evento foi suspenso pela Justiça, por ter perdido seu caráter beneficente como fundamentou o Ministério Público, e o valor arrecadado evaporou, sem deixar rastro.   

Agora, o autor do golpe do Bingo, que mentiu e utilizou uma questão tão séria como a racial para prosseguir o Corpo Clínico do HM, vai palestrar em Encontro Afro. Monlevade está virada de ponta-cabeça!