quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Triste Encerramento do Programa Espaço Livre

Foto: Mariléia
 

Foi com muita indignação que recebi a triste notícia do encerramento do Programa Espaço Livre, apresentado pela Mariléia e pelo Chico Franco (foto) na Rádio Comunicativa.

Durante anos, o programa se apresentou como uma mídia alternativa a uma imprensa local tão contaminada por contratos de marketing político, prestando informações de interesse da comunidade, denunciando a má qualidade dos serviços públicos, os desmandos de agentes públicos, os corruptos do Município e até colaborando na formação da identidade monlevadense ao sempre abrir espaço para divulgação da verdadeira história de João Monlevade. Eu mesmo fui um dos que participaram muito do programa dos dois, ora comentando sobre política, ora discorrendo sobre a história local e agradeço imensamente pela oportunidade.

O fato de um programa progressista como o da Mariléia e Chico Franco ter sido encerrado, justamente, num governo do PT é muito significativo, pois além de atestar autoritarismo e a dificuldade da sigla em conviver com a verdade, também demonstra que o PT não está implementando no Município o conteúdo programático esperado pelo seu eleitor, que é, exatamente, o contrário.

Estive filiado ao PT local por quase uma década. Depois de todo este tempo, ora atuando como advogado de campanha, ora como militante, etc, pude concluir que o PT de Monlevade é o partido onde as pessoas se reúnem para umas puxarem o tapete das outras. O PT de Monlevade, em mais 3 décadas de existência, jamais conseguiu constituir uma Escola Política no Município. Não existe um parâmetro político para atuação do petista em João Monlevade. O PT local tem sido constituído por um núcleo duro, fechado e fisiologista, que nunca se altera, e uma base itinerante que se filia no partido e, depois de vivenciar o que realmente ocorre internamente na sigla partidária, se desfila.  É o que explica, por exemplo, o fato de o partido ter apresentado imensa dificuldade em preencher todas as 20 vagas das candidaturas para vereador e de ter elegido apenas um para a Câmara, no último pleito eleitoral. E veja que ninguém do núcleo duro do PT tem a coragem de subir até a rádio para, no microfone, denunciar os desmandos, as roubalheiras e os absurdos administrativos que não são poucos em João Monlevade. Sabe-se que dentro do PT local existe muita passionalidade, mas ela não é direcionada, cientificamente.  Basta ver o histórico de atuação dos vereadores do partido. Belmar Diniz, por exemplo, votou favorável a todos os mais relevantes projetos da direita nos últimos dez anos, como na terceirização do DAE, no Rotativo, na autorização para a Enscon cobrar a passagem apenas no cartão a bordo do coletivo e, mais recentemente, na Lei da Mordaça do governo passado. O PT local não tem projeto político, que não seja a ocupação de cargos na Prefeitura. Durante a administração que se instalou a partir de 2009, em que o PT era governo, foi exatamente assim.  Em troca de cargos, os velhos brucutus do partido agiam para censurar, perseguir e, ao final, do mandato tiveram que romper com aquele prefeito e amargaram derrota acachapante na eleição posterior. Não aprendem nada. Já cometeram, atualmente, muitos erros que são aqueles clássicos de principiantes, como nunca tivessem administrado o Município, como foi o caso recente do “bolo-pornô”, cujo vídeo circulou nas redes sociais. O PT age internamente e nos bastidores do governo, exatamente, como num roteiro de novela das 9 da Rede Globo, com direito até aos típicos triângulos amorosos, visto que as amantes de determinados assessores estão todas empossadas em cargos no governo. Quem fez o “bolo-pornô” não está de todo errado, foi apenas sincero e refletiu o ambiente em que se insere o atual governo. E não será repetindo o péssimo comportamento exibido nas novelas que vamos mudar Monlevade.   

O PT já está na mão de Fabrício. Por isso, nada mudou. Fabrício é o maior herdeiro do moreirismo, hoje, em João Monlevade. E a palavra de ordem no governo é eleger Fabrício prefeito em 2024 para a manutenção dos cargos dos petistas na Prefeitura. Já passou da hora de descartar o PT de Monlevade como alternativa de partido político progressista no Município. Chega da enganação de eleger quem não cumpre o que prometeu, porque vendeu a alma para o diabo, com vistas a ocupar cargos na Prefeitura ad infinitum.      

                   

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

O que Lula fará com o monopólio da Rede Globo?


Foto/Montagem: https://pleno.news/brasil/politica-nacional/lula-critica-globo-e-emissora-responde-o-ex-presidente-esta-errado.html

Lula aparece nas pesquisas como favorito dentre as candidaturas apresentadas para as eleições presidenciais de 2022. Mas, e se ele for eleito presidente, o que será do monopólio de mídia da Rede Globo? Pois ficou muito claro que foi a Rede Globo quem conduziu todo o processo que levou o Brasil para a beira do abismo em que ele se encontra hoje. Foi a Globo que inventou o herói Sergio Moro. Foi a Globo que projetou a Lava Jato. E foi a Globo que conduziu o impeachment da Dilma e fomentou pela prisão de Lula, que resultaram na eleição de Bolsonaro e na ascensão do fascismo tupiniquim. Porque, se nada for feito, mais cedo ou mais tarde, a Globo fará tudo de novo.

O assunto é pouquíssimo debatido no Brasil, mas o modelo de mídia televisivo brasileiro é um monopólio dissimulado da Rede Globo. É o que explica, por exemplo, o vencedor de um “reality show” se transformar, instantaneamente, numa celebridade. Nos modelos de mídia democráticos, isto não acontece. O telespectador costuma achar que, dentro do sistema de mídia televisivo brasileiro formado, basicamente, por quatro televisões, Globo, SBT, Record e Bandeirantes, existe concorrência entre elas. Não é verdade. O sistema brasileiro é formado por uma grande TV, que é a Rede Globo, e por outras três TVs de médio porte, o SBT, a Record e a Bandeirantes. As médias até chegam a concorrer entre si, mas nenhuma delas concorre com a Rede Globo, que sem fazer esforço, detém 70% do faturamento da TV brasileira. E isto ocorre não porque a Globo seja mais competente ou tenha mais qualidade, mas sim porque o sistema foi desenhado desta forma. Nos EUA, por exemplo, são quatro as grandes TVs e não apenas uma como no Brasil. Na verdade, as outras três TVs, SBT, Record e Bandeirantes apenas existem para enriquecer as famílias que as controlam e para dissimular que o sistema não é, de fato, um monopólio da Rede Globo, porque se a Globo figurasse sozinha como a única TV do país, o monopólio ficaria muito explicito. Veja, por exemplo, que o proprietário do SBT também é banqueiro, comerciante, etc, e utiliza, descaradamente, sua concessão de TV para vender seus produtos financeiros, etc. Situação que é completamente antiética porque quem recebe uma concessão pública de teledifusão não pode utilizá-la em benefício próprio para se enriquecer no comércio ou no setor financeiro.  E o telespectador, iludido, ainda reconhece nele grande mérito empresarial. Ora, se você tiver um canal de TV para vender os produtos de suas empresas, você também se tornará um multimilionário. A Record, por sua vez, é de propriedade de pastores que a utilizam para cobrar o dízimo e para vender uma série de objetos ungidos. A Bandeirantes é muito focada no futebol. E não se engane, o Brasil só é o país do futebol porque o futebol é o tema mais pautado pela TV.  Veja ainda que das quatro TVs brasileiras, nenhuma tem em sua grade de exibição um programa sério para discutir política, o que demonstra o quão conservador é o atual modelo. E o Brasil precisa mudar. Se a Globo, por exemplo, tivesse um programa sério para discutir as questões políticas do Brasil, certamente, já teríamos resolvidos muitos de nossos problemas, assim como nos tornamos o país do futebol. Aliás, das quatro maiores TVs do mundo – as três maiores são estadunidenses - a Globo é a única que, vergonhosamente, não discute política em sua programação.  Uma analise da grade de programação da Rede Globo, enquanto grande mídia nacional, revela que o projeto de nação que ela tem para o Brasil é apenas o de ser um grande produtor de alimentos, pois o Globo Rural é o único programa da emissora em que conceitos técnicos e filosóficos circulam, quase todos os demais ou alienam ou distorcem a verdade.     

Outra questão grave do atual modelo de mídia televisiva do Brasil é que ele é, exatamente, o mesmo que foi instituído e vigorou durante a ditadura militar instaurada a partir de 1964. A Rede Globo foi fundada em 1965, um ano após o golpe militar, em plena ditadura e em conseqüência do golpe. Todas as demais também foram fundadas durante a ditadura militar que vigorou até 1988. Ora, será que existe alguma dúvida que, se o Brasil se pretende um país democrático de fato, ele não pode conviver com um modelo de mídia fundado por uma ditadura?                           

Como se trata de um monopólio de fato, falar da TV Brasileira nos últimos 55 anos, é falar da Rede Globo. Até se diz que “se não está na Globo, não está na TV brasileira”. Então, não é necessário acabar com a Rede Globo, até porque ninguém quer deixar de ver o Globo Rural.  O ideal é dividir o monopólio que a Globo detém entre outras três grandes emissoras, que sejam representativas dos diversos setores da sociedade brasileira, inclusive os setores progressistas, e não apenas os conservadores como ocorre desde a ditadura. Assim, teríamos um sistema de mídia televisiva representativo e composto por quatro grandes TVs, a exemplo do que ocorre nos EUA, e assim seria muito mais difícil para apenas uma emissora conduzir o país à situação em que o Brasil se encontra atualmente, como fez a Rede Globo.

E isto se faz através da reforma dos meios de comunicação, que Lula não fez quando foi presidente da República. A pergunta é a seguinte: Se Lula for eleito novamente, ele vai fazer a reforma dos meios de comunicação? Porque, do contrário, depois de 8 anos, a Globo repete tudo de novo e o Brasil não sai do lugar.  

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

RISCO DE DESMORONAMENTO DE PILHA DE REJEITO EM SANTA BÁRBARA ESCANCARA COMO TUDO PIOROU NA MINERAÇÃO DO OURO EM MINAS GERAIS


 (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A.Press)

O ouro descoberto a partir do final do sec XVII definiu, absolutamente, tudo em Minas Gerais, desde as fronteiras do estado, passando pelos modos de ser e de viver, até a culinária, a arte e tudo mais. E naqueles idos, podíamos minerar o ouro. Por isto, somos chamados de mineiros, porque minerávamos o ouro.

O modelo de minerário implantado por Portugal era, extremamente, democrático e permitia o acesso à mineração a quem se interessasse por ela. E foram centenas de milhares os que se interessaram pela mineração do ouro e receberam suas concessões para minerá-lo, situação muito diferente da vivenciada, atualmente, em Minas Gerais.

Hoje em Minas Gerais, apesar de toda crise econômica, desemprego e de o grama do ouro estar cotado a R$320, 00, não se vê mineiro nenhum a minerar o ouro. Muito pelo contrário, se o mineiro se dirige ao aluvião e, depois de um dia inteiro de trabalho artesanal, apura dele dois gramas de ouro, ele é imediatamente preso pela polícia. A mineração tradicional do ouro foi criminalizada e, atualmente, em Minas Gerais apenas as grandes mineradoras, muitas delas estrangeiras, são, de fato, autorizadas a minerar o ouro.

Exemplo disto é a mineradora Anglogold, localizada no município de Santa Bárbara. A Anglogold é a companhia mineradora mais antiga em serviço em Minas Gerais. Diferentemente de nós, mineiros, ela está autorizada a minerar ouro em Minas há quase 200 anos. Praticamente, todo o ouro extraído pelo Anglogold é remetido ao estrangeiro, sem o recolhimento de royalties ou qualquer imposto sobre a mineração.

Antigamente, quando éramos colônia de Portugal e vivíamos sob o jugo português, o mineiro recolhia o quinto e era autorizado a minerar o ouro. Hoje que somos livres e independentes,  o mineiro é, na prática, proibido de minerar e quem é autorizado a fazê-lo remete todo ouro para o exterior, sem pagar nada em troca.

E como a situação já não fosse ruim, além da proibição de minerar e da evasão da riqueza aurífera de Minas, agora o mineiro também tem que conviver com o medo da mineração do ouro, tal qual já vinha ocorrendo com a mineração do ferro, depois dos rompimentos das barragens de rejeito de Mariana e Brumadinho, além de vários outros episódios de instabilidade de barragens, Minas afora.

Agora, uma imensa pilha de 80 metros de altura de rejeitos da mineração do ouro da Mina Córrego do Sítio I, localizada em Santa Bárbara e de propriedade da Anglogold, corre considerável risco de desmoronar. Trata-se de um marco muito negativo no já sofrido contexto minerário de Minas Gerais, pois evidencia que a situação de medo que já envolvia a mineração do ferro, agora, também alcança a mineração do ouro, tornando-se ainda mais sistêmica.  Sinal de que todo o atual sistema minerário vigente em Minas Gerais precisa ser revisto, não apenas para permitir que o mineiro volte a minerar, mas também para que o medo deixe de existir como instrumento de uma política de mineração excludente e destruidora. Mineração não pode ser sinônimo de medo em Minas Gerais. E o mineiro, que não minera, vira caipira!  

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Contratação de Médicos X Empreiteiros = Caos no Atendimento do Hospital Margarida

 

Recentemente, verificou-se o caos no atendimento do Hospital Margarida. Muitos pacientes utilizaram das redes sociais para reclamar da imensa demora no atendimento. Circulou foto de paciente deitado sobre o gramado do hospital, aguardando atendimento. E a causa é falta de contratação de médicos.

Infelizmente, a entidade que administra o hospital, a Associação São Vicente de Paulo de João Monlevade, instituída pelo ex-prefeito Carlos Moreira e que não pode ser confundida com ASVP dos Padres Lazaristas, pretere a contratação de médicos em proveito, por exemplo, da contratação de empreiteiras, sobretudo, as que prestam o serviço de construção civil.  Desde que a entidade filantrópica passou a administrar a casa de saúde, jamais se deixou de construir ou reformar no hospital. Há alas do Margarida que já foram reformadas 2 ou 3 vezes. Rescendente, a Câmara fez um repasse ilegal de recurso público para o hospital que já foi logo empenhando-o para a construção de mais uma ala. O Conselho Municipal de Saúde apontou a ilegalidade e o hospital teve que devolver o dinheiro. O que adianta construir alas inteiras, revestir o piso do hospital de mármore, etc, se aquelas instalações não são preenchidas de médicos para atender a população? E as empreiteiras contratadas, advinha!  São as mesmas que faturaram muito mais de 22 milhões de reais na tentativa fracassada e vergonhosa de transformar o antigo terminal rodoviário num hospital de 100 leitos. E como ocorrido lá, também deixam muitas vezes de entregar o serviço. Existe, por exemplo, um telhado no Bloco Cirúrgico que foi substituído pela empreiteira e que, durante a choca, verte para o interior da instalação grande quantidade de água.          

O povo de João Monlevade tem que decidir se o Hospital Margarida vai seguir nas mãos de uma entidade política que o utiliza para enriquecer empreiteiros que tanto prejuízo já causaram ao setor da saúde pública do Município (hospital Santa Madalena), ou se vai transferir sua administração para uma entidade especialista em gestão hospitalar que realmente atenda a população. A ASVP de Carlos Moreira está mais para especialista em obra de construção civil. É uma pena que o prefeito, que é medico do hospital, não realizou a prometida auditoria no HM. A auditoria emperrou em Fabrício que é herdeiro do moreirismo e já é candidato a prefeito em 2024. Que vergonha. Laércio!     


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Paulo Guedes & Sérgio Moro: Vivo perplexo no Brasil


 Fotos: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/quinta-coluna-paulo-guedes-moro/

Acordo cedo e, antes de pular da cama, busco organizar meu dia. Penso nas tarefas que tenho para executar, nas contas para pagar, etc. Vejo como tudo dobrou ou triplicou de preço nos últimos três anos no Brasil e, por conseqüência, não me pode fugir à mente a imagem daquela cara horrenda do Paulo Guedes, atual ministro da economia no Brasil.  Então, antes das seis horas da manhã, já estou perplexo. Paulo Guedes implementou no Brasil uma política econômica de fome, profundo desemprego, inflação galopante e disparada do dólar, o que faz dele o pior ministro da fazenda desde a superinflação do regime militar e o cara não cai. E não é só isto. Paulo Guedes posicionou sua fortuna em dólar num paraíso fiscal no estrangeiro e a cada da vez que a moeda estadunidense encarece, empobrecendo a nação, Paulo Guedes fica mais rico. A Política econômica levada a cabo por Paulo Guedes triplicou a fortuna do próprio Paulo Guedes no estrangeiro nos últimos três anos e o cara ainda se justificou, alegando que aquela dinheirama toda foi declarada ao fisco. Ora, pode até ser declarada, mas é imoral. O ministro da fazenda não pode adotar uma política econômica de disparada do dólar, empobrecendo o Brasil, e ficar rico com isto. Mas, ninguém desmascara Paulo Guedes. Aliás, qualquer o ministro da fazenda deveria ser impedido, legalmente, de manter dinheiro em paraíso fiscal no exterior, para que ele também se submetesse às graves conseqüências do fracasso da política econômica que implementa.

Outra figura dantesca do cenário político brasileiro que não causa menor perplexidade é o ex-juiz Sérgio Moro. A versão contemporânea de Joaquim Silvério do Reis rasgou a Constituição, violou o devido processo legal, mentiu, encanou, dissimulou, quebrou as maiores empresas do país, assumiu cargo de ministro no governo de quem ele mandou prender o maior adversário na disputa eleitoral, colocou o Brasil à beira do abismo em que ele se encontra e o cara ainda se apresenta como pré-candidato à presidência da República como se nada tivesse acontecido.  Como não poderia deixar de ser, agora se revela que ele também ganhou muito dinheiro para fazê-lo.    

Assim, meu dia se inicia em meio a uma dupla perplexidade e tendo não lembrar que Bolsonaro é presidente para que ela não triplique, como ocorreu com a fortuna de Paulo Guedes ou os preços das coisas. É por isso que volto a repetir, Lampião faz muita falta ao Brasil.         


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Represa da Arcelormittal não alertou comunidade sobre iminência de inundação


 

Em janeiro de 2022, os bairros Centro Industrial e Santa Cruz sofreram alagamento devido ao pico de cheia do Rio Piracicaba. Novamente, a enchente atingiu o interior das casas dos bairros, desalojando seus moradores e causando perdas consideráveis.

A pouca distância dos pontos de alagamento, rio acima, encontra-se localizada a Represa Hidrelétrica do Jacuí (foto), de propriedade da Arcelormittal, cuja instalação interfere diretamente no regime de cheias do rio a jusante, que é justamente onde ocorrem os alagamentos .  O estranho é que, muito embora a Arcelormittal detenha conhecimento exato do volume d’água que escoa pelo vertedouro da hidrelétrica, em determinado momento, ou da abertura e fechamento das comportas da represa, ela nada informa a comunidade a respeito da situação. A Arcelormittal, simplesmente, abre as comportas da represa ou assiste ao crescimento do volume d’água, sem alertar a comunidade sobre a iminência da inundação.     

É preciso que haja um manejo transparente na Hidrelétrica do Jacuí, visando o controle de inundações no Município. É preciso também que a Arcelormittal passe a informar a população ribeirinha, em tempo real, sobre o volume d´água que verte pela represa na situação de pico de cheia do rio, emitindo o devido alerta ao menor sinal de risco de inundação.