quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Jornal fundado por marqueteiro desinforma sobre saída de médicos do Hospital Margarida


Na edição da última sexta-feira do jornal A Notícia foi veiculada matéria com a manchete “Hospital Perde nove médicos na virada do ano”. Apesar de super importante a notícia, pois sem médicos não pode haver atendimento à saúde da população, seja público ou privado, o impresso se resumiu apenas a publicar uma lacunosa nota sobre o ocorrido que de tão curta a reproduzo a seguir: “nove médicos que atuam na Clínica Médica do Hospital Margarida informaram à provedoria que não atenderão mais no local a partir de 2 de janeiro. Segundo o provedor do hospital, José Roberto Fernandes, os médicos não se entendem e decidiram entregar o cargo. Ainda segundo José Roberto, ele esteve em Belo Horizonte ontem (28), para reuniões com grupos de médicos que podem atuar no hospital para sanar a questão. “A população não será prejudicada. Esses profissionais podem, inclusive, assumir outros serviços no hospital”, disse. José Roberto ainda informou que a casa de saúde paga metade do 13º salário aos funcionários hoje (29)”.
Além de curta, chama a atenção o fato de o jornal não ter publicado os nomes dos noves médicos que deixarão de atender no hospital. Também chama atenção o fato de o impresso não ter publicado que os noves médicos estão deixando o Hospital Margarida em função do não recebimento dos honorários médicos, que se encontram atrasados desde o mês de fevereiro, apesar de devidamente repassados pelos SUS e pelos convênios, situação que a Associação Médica de João Monlevade, considerou, recentemente, como de apropriação indébita de salários médicos. E o jornal ainda publicou, sem qualquer questionamento, duas grandes mentiras proferida pelo provedor que também merecem reprodução: “segundo o provedor do hospital, José Roberto Fernandes, os médicos não se entendem e decidiram entregar o cargo. Ainda segundo José Roberto, ele esteve em Belo Horizonte ontem (28), para reuniões com grupos de médicos que podem atuar no hospital para sanar a questão”. Não é verdade que os médicos não se entendem. Pelo contrário, é unânime o entendimento entre os médicos que a administração do HM deve parar de se apropriar dos honorários médicos e passar a repassá-los imediatamente para quem de direto. Também não é verdade que o provedor esteve em Belo Horizonte para sanar a questão, porque apenas aos médicos do Corpo Clínico do HM compete a decisão de admissão de novos médicos que possam substituir os que agora deixam a casa de saúde por falta de pagamento, como definido recentemente pela Justiça, em Mandado de Segurança movido por médicos contra o provedor.
Fique atento, não forme sua opinião através de veículo de comunicação, cujo jornalista-mor e fundador também se dedica ao marqueting de políticos locais. As falhas propositais da matéria em comento demonstram que o jornalismo e o marqueting político são como água e óleo e que a tentativa de mistura dos dois só resulta em desinformação.

Agradecimento




Agradeço enormemente o convide dos professores da UEMG para participar do 2º Seminário Interno de Pesquisa e Extensão, em que tive a grata oportunidade de discorrer um pouco sobre a trajetória de vida e as três fabulosas Fábricas de Ferro de Jean Antoine Félix Dissandes de Monlevade. Fiquei, realmente, impressionado com a imensa gentiliza com que fui recebido por todos, especialmente, pelos professores Telma, Júnio, Rafael e Sérgio. Recebi uma cartinha e ganhei até caixa de bombons. Também tive a honra de dividir assento com membros da Família Alcântara. Muito obrigado a todos!

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

NOTA ÀS CITAÇÕES DE MEU NOME NA EDIÇÃO DE HOJE DO JORNAL A NOTÍCIA




Não formo minha opinião por meio do jornal A Notícia, sobretudo quando o tema é a política local ou a de qualquer outro lugar. Tecnicamente, não se pode ver instalada a Democracia, quando não se tem uma Imprensa, verdadeiramente, livre. No quesito da isenção, o jornal A Notícia perde muito ao embutir marqueting político nas notícias que faz circular. É que o fundador e sempre editor-mor do jornal se auto-declara jornalista, mas ao mesmo tempo também se dedica ao ofício de marqueteiro de muitos políticos da região. E não adianta dizer que está se aposentando porque profissional liberal não se aposenta. Basta uma rápida pesquisa em seu perfil no Facebook para ler tantas de suas glórias, quantas as eleições ele diz já ter vencido na região. Ocorre que o jornalismo e o marqueting são profissões incompatíveis. Não se podem ser os dois ao mesmo tempo. Quando isto acontece, o marqueting engole o jornalismo e o resultado são peças publicitárias, travestidas de notícia, o que dificulta muito ao eleitor a consciência sobre a verdade fática que conduzirá seu voto na urna. Aliás, a maior inimiga do marqueteiro é a verdade. Ora, se tudo aquilo que o marqueteiro faz circular fosse verdade de fato, ele não precisaria ser contratado para fazê-lo. Todos veriam por si só. Não tenha dúvida, o marqueteiro jamais denunciará o seu cliente. É sempre uma no cravo e outra na ferradura: Monlevade virou a “casa da mãe Joana”, mas ninguém pode negar que a “prefeita é uma simpatia de pessoa”. Veja bem! Quando foi que o jornal A Notícia fez circular a a verdade sobre o interditado e inacabado hospital de 100 leitos improvisado no prédio do antigo terminal rodoviário, ao desperdício de muito mais de 22 milhões de reais (interrogação). Quando foi que mostrou a verdade sobre o calote de 1 milhão o Bingo do Hospital Margarida (interrogação). Quando foi que mostrou a verdade sobre a crise da provedoria com os médicos do hospital (interrogação). Nunca, nem vai mostrar. O jornal já recebeu até uma sede em terreno público de presente Carlos Moreira.
Hoje, ao comentar sobre a Farra do Lixo, etc, o jornalista e marqueteiro Marcio Passos, citou meu nome como autor da denúncia e logo em seguida, como sempre, imbuído do marqueting que o caracteriza, fez juízo de valor ao me identificar como “do grupo político do então prefeito Gustavo Prandini e que sucedeu Carlos Moreira no comando da prefeitura”. Em outra matéria da mesma edição, ainda me identificou como filiado ao PT, como se a denúncia se tratasse de revanchismo partidário. Lembro-me muito bem que na ocasião, o ex-prefeito Gustavo Prandini chegou a me desaconselhar a fazer a denúncia, o que não acatei. Fiz a denúncia porque vi que se tratava de esquema de corrupção, que causou prejuízo de mais de 3.9 milhões de reais em recursos públicos. E se o jornalista se dedicasse menos ao marqueting, saberia que a denúncia da Prandinet, que recentemente rendeu condenação a Prandini, também foi de minha autoria. Vereador não pode contratar com o Município. Quando vi o contrato de aluguel entre Djalma e Prandini, também representei, formalmente, junto ao Ministério Público. O resultado é a devolução de mais valores aos cofres públicos.
O Brasil precisa de uma profunda reforma nos meios de comunicação para varrer de vez o hábito de se misturar notícia com marqueting político, que vem desde o último período da ditadura militar na década de 80. Mas, enquanto isso não acontece, faça sua leitura com senso crítico, ciente de que o marqueting e o jornalismo são como água e óleo. Não forme sua opinião por meio de peças publicitárias. O verdadeiro jornalismo divulga, justamente, aquilo que os poderosos não quererem.

APESAR DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA DE HONORÁRIOS, PROVEDOR DÁ BOLO NA ASSOCIAÇÃO MÉDICA



Recentemente, o médico Antônio Gabriel, representando a Associação Médica, fez uso da tribuna da Câmara para requerer junto ao Legislativo uma intermediação que solucionasse, sobretudo, a situação do pagamento dos honorários médicos, que, desde fevereiro, estão sendo, indevidamente, destinados ao pagamento de fornecedores e funcionários do Hospital Margarida. Não ocasião, o médico foi enfático ao declarar que "nesta situação de apropriação indébita de repasse de honorários médicos cabe a abertura de processo na esfera cível, criminal e trabalhista".
Pois bem, então a esperada reunião entre a Associação Médica, a Comissão de Saúde e a Associação Médica foi agendada para o último dia 7. O provedor, José Roberto Fernandes, por sua vez, deu um bolo em todos e enviou ofício ao Legislativo, dizendo que “não vai aceitar uso político do Hospital Margarida”.
Advinha o que vai acontecer agora!

DEPOIS DE CONDENADO POR INTERFERÊNCIA POLÍTICA NO CORPO CLÍNICO, PROVEDOR DIZ QUE NÃO VAI ACEITAR USO POLÍTICO DO HOSPITAL



Recentemente, o provedor José Roberto Fernandes foi condenado pela Justiça a se abster de interferir no Corpo Clínico do Hospital Margarida. Na ocasião, José Roberto Fernandes intentou interferir no funcionamento da Clínica Urológica, impondo a admissão de médico, etc, com o claro objetivo político de obrigar o Corpo Clínico a proceder às 120 cirurgias de vasectomia prometidas pelo governo da prefeita Simone/Carlos Moreira. Como a Clínica Urológica não pode ser utilizada para fins políticos, o provedor se encontra proibido por sentença judicial de intervir no corpo clínico do Hospital Margarida, fato inédito na história da casa.
Agora, em plena crise com os médicos da casa, o provedor envia ofício à Câmara, dizendo que não vai aceitar uso político do Hospital Margarida.
É a primeira vez que um provedor declara não aceitar a si próprio.

Autor da Denúncia da Farra do Lixo



Como autor da denúncia junto ao Ministério Público do escândalo que ficou conhecido como a Farra do Lixo, a sensação é de dever cumprido enquanto cidadão de João Monlevade.
Mais uma vez, o ex-prefeito Carlos Moreira foi condenado pela Justiça por ato de improbidade administrativa, lesivo ao patrimônio. Segundo prolatado em sentença, o prejuízo aos cofres públicos ultrapassou a cifra de R$ 3.900.000,00.
Na época, ainda em 2008, eu vinha acompanhando a execução do contrato de prestação do serviço do recolhimento do lixo doméstico assinado entre o Município e a empreiteira Prohetel. Lembro-me que durante os mais de 50 meses de execução do serviço, o contrato teve seu valor majorado várias vezes, mediante sucessivos aditamentos, até dois por ano, sem qualquer justificativa. Apenas do ano de 2003 à 2006, o contrato já havia sofrido um reajuste indevido de mais de 150%. Então, fiz o requerimento de cópia do contrato e dos termos aditivos na Prefeitura e protocolei tudo no Ministério Público. Na época a promotora do Patrimônio Público era a Dra. Gisele, muito atuante na defesa do Erário. Lembro-me que já no ajuizamento da Ação Civil Pública, Moreira teve os bens bloqueados, liminarmente.
Agora, Moreira é novamente condenado à cassação dos direitos políticos por seis anos, ao ressarcimento ao Erário no valor de dano, R$R$3.935.780,27, multa no mesmo valor e proibição de contratar com o Poder Público por 5 anos. A empreiteira envolvida e assessores de Moreira também foram condenados. Agora, é seguir acompanhando o caso para que o valor desviado de R$3.935.780,27, seja efetivamente devolvido ao Município. Sem dúvida, é o maior caso de condenação à devolução de recursos públicos da história de João Monlevade.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Túmulo de João Monlevade em Péssimas Condições






O túmulo em que descansa o metalúrgico e minerálogo francês João Antônio de Monlevade, localizado no Cemitério Histórico, de propriedade da Arcelormittal, encontra-se em péssimo estado de conservação.
Além da cruz de pedra que ornamenta a sepultura se encontrar com os braços invertidos e faltando um pedaço, o que é um insulto à cristandade, o túmulo ainda apresenta sinais de novas tentativas de violação, como o desaparecimento de vários elementos da alvenaria de pedra que o compõe.
A comparação entre fotos do dia de finados de ano anterior (foto abaixo) e do último demonstram que o túmulo tem sofrido um processo de desmonte. Mais uma pedra da estrutura da sepultura desapareceu, deixando uma grande lacuna. A continuar assim, não vai sobrar nada do único monumento dedicado à memória do patrono do Município.




terça-feira, 29 de outubro de 2019

Para censurar manifestações políticas, Simone quer proibir Funk no Areão, na Praça do Povo, etc







Projeto de lei enviado para a Câmara pela prefeita Simone, se aprovado em segundo turno, obrigará o munícipe a requerer, mediante pagamento, autorização da Prefeitura para utilizar uma série de bens públicos, inclusive praças públicas, quadras de esporte e campos de futebol. O projeto de lei 1.087/2019 (imagens) de autoria do governo também proíbe o uso de tais bens públicos para a realização de shows, apresentações ou eventos que causem constrangimento ou ultraje público ao pudor ou que tenham caráter político. A necessidade de autorização mediante pagamento de preço público e as proibições temáticas atingem os seguintes bens municipais: o Anfiteatro Antonio Gonçalves, no Centro Educacional, o Auditório da Prefeitura, o Ginásio Poliesportivo Li Guerra, o Parque do Areão, quadras de esporte, o Estádio Louis Ensch, a Praça do Povo, os campos de futebol e a praças em geral.
Na prática, segundo a redação do projeto de lei, além da instituição de uma enorme, dispendiosa e proposital burocracia para a utilização dos bens públicos de uso comum, fica proibida a utilização, por exemplo, da Praça do Povo e demais praças públicas, quadras de esporte e campos de futebol para a realização de manifestações políticas.  Também fica proibida a realização em tais locais de shows com conteúdo impróprio para menores, na medida em que o projeto versa que “não será autorizado ou permitido o uso de bens públicos municipais para a realização de shows, apresentações ou eventos que causem constrangimento ou ultraje público ao pudor (art 9º)” ... E o que seria “ultraje público ao pudor”? Será que o conteúdo adulto tão comum nas músicas de hoje pode ser considerado “ultraje público ao pudor”? A resposta é sim.  Portanto, a realização, por exemplo, de shows de músicas com o conteúdo como “vai descendo até o chão” ou “estou ficando atoladinha”, segundo a redação do projeto, está proibida no Areão, na Praça do Povo, no Louis Ensch, etc.  Show da Anitta no Estádio Louis Ensch, nem pensar, mesmo se for para o público adulto.
Trata-se de projeto de lei autoritário e, flagrantemente, inconstitucional, que atesta a intolerância do governo da prefeita Simone/Carlos Moreira para com as manifestações políticas. Trata-se de visível reação da prefeita ao clima político desfavorável a seu governo que, às vésperas do ano eleitoral, já atinge as praças e os logradouros públicos do Município. Considero que determinados conteúdos não devam mesmo ser apresentados para as crianças. Contudo, não se pode censurá-los, quando dirigido ao público adulto, como, indiscriminadamente, faz o projeto de lei da prefeita. É certo, também, que determinados bens públicos devam ter a utilização regulamentada, como o auditório da Prefeitura, do Centro educacional, etc. Mas, isto não significa que a prefeita pode censurar a temática que será apresentada ali, até porque contra o atentado ao pudor ou o conteúdo impróprio para menores já existem as leis federais e portarias judiciais. Também não pode ela exigir autorização prévia para a utilização dos locais abertos ao público, como a Praça do Povo, demais praças, quadras de esporte etc. Neste sentido, a Constituição é clara:

Art. 5º...
[...]
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
[...]

Como se vê, segundo a Constituição, para se utilizar uma praça pública para evento político não é necessária nenhuma autorização, apenas aviso prévio à autoridade competente. Daí, porque completamente inconstitucional o projeto da prefeita.  A impressão que se tem é que, ao buscar um subterfúgio para censurar as manifestações políticas contra seu governo, a prefeita acabou, na prática, censurando boa parte do Funk e de outros gêneros músicas no Município.  

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Provedor é condenado a se abster de intervir no Corpo Clínico do Hospital Margarida





O provedor  José Roberto Fernandes tem descoberto às duras penas que o cargo ocupado por ele na Associação São Vicente de Paulo possui natureza meramente administrativa, de modo que ele  não pode interferir em nenhuma questão médica do Corpo Clínico da casa de saúde.
Segundo o próprio estatuto da ASVP,  ao provedor compete apenas administrar a casa, como assinar cheques, representar a entidade em juízo, etc. Não pode o provedor interferir em questões médicas do hospital pelo simples motivo de que questões médicas são técnicas e, portanto, não podem ser decididas por leigo que se move imbuído de patente interesse politiqueiro que já produziu uma dívida de 30 milhões de reais. Mas, não foi a primeira vez que o provedor interferiu em questão médica dentro do Hospital Margarida. Certa vez, ele chegou a chamar a polícia para um médico que alterou a posição de uma mesa de obstetrícia no Bloco Cirúrgico.
Mas desta vez, o caso foi levado à apreciação do Judiciário e agora José Roberto Fernandes é o primeiro provedor da história a ser, judicialmente, condenado por interferir, abusivamente, em questão médica do Corpo Clínico do Hospital Margarida. Trata-se do Mandado de Segurança de número 5001750-32.2019.8.13.0362, impetrado pelos médicos Getúlio Garcia e Jamilton de Sousa contra ofício expedido por José Roberto Fernandes, determinado de maneira abusiva a alteração do quadro da Clínica Urológica do Hospital Margarida.  Em sentença prolatada pelo juiz de Direito Wellington Braz e datada de 10 de outubro último, o magistrado declarou nulo o aludido ofício e condenou José Roberto Fernandes a se abster de intervir no funcionamento do Corpo Clínico do Hospital Margarida, especificamente, da Clínica Urológica, seja aprovando admissão de novo membro, seja determinando ingresso de novo membro na escala de sobreaviso ou por qualquer outro motivo for, etc. E se ele ainda não entendeu, eu vou explicar. A partir de agora, caso haja outra interferência em questão médica da Clínica Urológica, José Roberto Fernandes será multado e responderá por desobediência judicial.
 Fosse um país civilizado, já seria motivo suficiente para uma carta de renúncia do José Roberto. Qual seria agora a legitimidade de José Roberto em relação aos médicos do Hospital, diante de sua vergonhosa condenação a se abster de agir abusivamente junto ao Corpo Clínico? Nenhuma! Isso sem levar em consideração a crise instalada com os médicos em relação à apropriação indébita de seus honorários. Nem vou tocar aqui na questão do Bingo. Mas, infelizmente, nada vai acontecer. Esse tipo de coisa não comove a ASVP. José Roberto Fernandes seguirá a frente da provedoria até fazer com o Hospital Margarida o mesmo que Carlos Moreira fez com o embargado hospital Santa Madalena, improvisado no prédio do antigo terminal rodoviário ao desperdício de muito mais de 22 milhões de reais em recursos públicos.     


quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Associação Médica fala em transparência, confiança, respeito mútuo e sugere mudança na administração do Hospital Margarida


No desdobramento de mais um capítulo de crise no Hospital Margarida, o destaque foi para o pronunciamento do médico Dr. Antônio Gabriel, que, representando da Associação Médica de João Monlevade, fez uso da Tribuna Popular na sessão ordinária de ontem no Legislativo. 
Com discurso preciso e repleto de aforismos pertinentes e bem colocados, Dr. Antônio Gabriel demonstrou a preocupação da comunidade médica local com a crise em que se encontra o Hospital Margarida e que vai muito além da grave situação financeira da casa de saúde. O médico cobrou ação das autoridades ao ponderar que “tão importante quanto falar é agir e reagir” e caracterizou sua própria fala naquela ocasião como “um grito de alerta”, o que fez transparecer certo esgotamento da classe em relação às situações vivenciadas no hospital. Contestou com propriedade a recente e infeliz colocação do vereador Sinval Jacinto de que “médicos estão ricos à custas do Hospital Margarida”, ao se referir à grave situação de que, desde fevereiro, a administração do hospital tem utilizado os honorários que deveriam ser repassados aos médicos para pagar parte da dívida da instituição, de forma unilateral , sem o consentimento dos médicos. Esclareceu que, recentemente, foi encaminhado pela classe pedido ao CRM para intervenção no Hospital Margarida. Esclareceu também que, numa consulta realizada recentemente, o Departamento Jurídico da Associação Médica de Minas Gerais informou que "nesta situação de apropriação indébita de repasse de honorários médicos cabe a abertura de processo na esfera cível, criminal e trabalhista", o que é muito grave. Esclareceu ainda que foram iniciadas as ações para a criação de uma cooperativa dos médicos do Hospital Margarida, para que os repasses passem a ser feitos por meio da mesma e não mais pela administração do hospital, o que confirma o descrédito da classe em relação à ASVP. E sobre a entidade mantenedora do hospital foi enfático: “o hospital precisa de uma administração muito enxuta e profissional para não gerar déficits. É público e notório que uma administração politizada gera custos muito mais elevados do que os necessários”, numa clara alusão ao inchaço e ao aparelhamento político vivenciados pela casa, ultimamente. Também asseverou que “transparência, confiança e respeito mútuo que são condições indispensáveis ao crescimento e bom funcionamento de qualquer hospital”, numa clara referência de que a crise do Margarida vai além da financeira. E por fim, sugeriu uma avaliação sobre a possibilidade de a Fundação São Camilo e a Pró-Saúde assumirem a administração do hospital novamente, o que pode ser interpretado como uma clara rejeição da classe ao atual modelo administrativo conduzido pela Associação São Vivente de Paulo. 
Como se vê, a crise da administração do Hospital Margarida com os médicos, iniciada na gestão do provedor José Roberto Fernandes e repleta de episódios de perseguição contra médicos, processos judiciais perdidos pelo provedor, mandado de segurança, representações infundadas junto ao CRM contra vários médicos, ingerência junto ao Corpo Clínico, apropriação indébita de repasses de honorários, etc, agora chega a seu apogeu. Nunca se vira tamanha crise entre médicos e a administração do Hospital! O recado foi dado ontem na Câmara. A interpretação que se faz é que os médicos rejeitam não só a provedoria de José Roberto Fernandes como também a politicagem irresponsável da Associação São Vicente de Paulo. E é bom que o provedor se lembre, sem médicos não há prestação do serviço de atendimento à saúde da população, seja ele público ou privado.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Desdobramento de crises do Hospital Margarida bate à porta da Câmara



Desde que assumiu a provedoria do Hospital Margarida em abril de 2016, o mandato de José Roberto Fernandes à frente da Associação São Vicente de Paulo tem sido marcado por uma evolução de crises, que, finalmente, atinge a Câmara de Vereadores.

Braço direito do ex-prefeito inelegível Carlos Moreira, José Roberto Fernandes, já assumiu o cargo demonstrando grande indisposição para com os médicos do Hospital Margarida. Com poucos meses no cargo, foi à imprensa mentir sobre médico do Corpo Clínico do Hospital, como o objetivo claro de denegrir a medicina. Ali, começava a crise com os médicos do hospital. Foi processado e condenado a retirar a mentira que fez difundir na internet e a pagar indenização pelos danos morais sofridos. Logo depois, utilizou de jornal impresso para mais uma vez buscar denegrir a medicina realizada dentro do HM. Foi condenado pelo TJMG a se abster de denegrir o médico e o jornalista envolvido foi condenado a conceder o direito de resposta devido. Representou contra o médico junto ao CRM e também perdeu, pois novamente era tudo mentira. Tentou interferir em questão médica dentro da Clínica Urológica e teve ofício anulado pela Justiça. Chegou até a chamar a polícia para médico do hospital, frustrando-se diante da alegação da Polícia Militar de que não poderia agir diante de questão administrativa da casa. Se o José Roberto detesta médicos, não deveria ser provedor do HM, pois, sem eles, não é possível a prestação do serviço de atendimento à saúde da população que ele deveria prover. Mas esta foi apenas a primeira crise do mandato de José Roberto, a que se pode chamar de crise médica. Muitas outras viriam.
Pouco depois de instalada a crise médica, ainda em 2016, José Roberto se viu em volta à uma profunda crise de credibilidade, devida à suspensão judicial do Bingo, até então, uma importante fonte de recursos para o Margarida. Não gestão de José Roberto, o Bingo perdeu seu caráter filantrópico, tendo sido contratada por ele empresa de viçosa para a realização do evento, o que, diante da grave irregularidade, demandou ação do Ministério Público que, atendido pela Justiça, suspendeu a sua realização. Daí em diante, o Bingo jamais foi realizado. Como José Roberto não prestou contas do valor de 1 milhão de reais arrecado com a venda das cartelas, ninguém mais teve a coragem de adquirir uma. Daí, então, porque chamá-la de crise de credibilidade.
A crise de credibilidade, que arrasou a imagem do Bingo, favoreceu o agravamento da crise financeira, também marca da gestão José Roberto. Sem a importante fonte de receita que era o Bingo, as contas do hospital pioraram muito, evoluindo para uma crise administrativa, uma vez que, sem dinheiro para honrar seus compromissos com fornecedores, o hospital se viu obrigado a interromper serviços essências, como os de imagem prestados pelos aparelhos de Raio-x e pelo tomógrafo, que se encontram quebrados.
Antes disto, o José Roberto ainda havia se envolvido numa crise institucional, demonstrando péssimo relacionamento com o Conselho Municipal de Saúde, determinados órgãos de imprensa, etc. A crise institucional com o CMS, por exemplo, só chegou a ser revertida depois que o governo realizou eleição duvidosa junto ao mesmo, alterando todo o quadro de conselheiros, conforme seus interesses.
Agora, José Roberto Fernandes se vê envolvido em novo capítulo da crise institucional, desta vez é com a Câmara de Vereadores, contra um dos quais, recentemente, apresentou uma nota de repúdio, esbravejando contra a denúncia de que os médicos se encontram há 6 meses sem receber honorários. Ontem, na reunião ordinária da Câmara, os principais discursos foram contra o provedor do Hospital Margarida. Pediram, com muita razão, até intervenção judicial no hospital.
Depois de instalada a crise médica, a de credibilidade, a financeira, a administrativa e a institucional, a pergunta é: qual será a próxima crise? Quantas crises serão necessárias para que os membros da Associação São Vicente de Paulo acordem, assumam a sua responsabilidade e digam um basta para o estado tenebroso de coisas que afeta o único hospital do Município? O que mais é necessário acontecer? Porque de tudo já aconteceu, faltando apenas o hospital fechar. Será que a ASVP está esperando apenas o hospital fechar as suas portas para, só então, tomar uma providência?

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Eleição para o Conselho Tutelar


Na eleição de ontem para conselheiro tutelar do Município venceu, com larga vantagem sobre os demais concorrentes, a sobrinha do ex-prefeito inelegível Carlos Moreira. Sinal de que, como sempre, a máquina pública e estruturas colaterais como o Hospital Margarida, etc, se encontram completamente aparelhadas e inchadas com objetivo único de perpetuação do projeto pessoal de poder de Carlos Moreira. Na eleição cujo comparecimento não é obrigatório, comissionados e apadrinhados políticos, obrigatoriamente, compareceram em peso nas urnas, sob pena de demissão.

Conceito de Imprensa Marqueteira




Imprensa Marqueteira é aquela cujo editor, fundador ou pai do proprietário se coloca, ao mesmo tempo, como jornalista e marqueteiro político, seja ao longo de todo o mandato ou apenas no período eleitoral.  
A Imprensa Marqueteira é extremamente danosa à democracia, vez que apresenta grande poder de desinformação. O  “jornalista” jamais denunciará um governo cujo político também é seu cliente de marketing publicitário. Aliás, o maior inimigo do marqueteiro é sempre a verdade, porque se aquilo que ele divulga fosse realmente verdadeiro, ele não precisaria ser contratado.  Com a exceção de poucos impressos locais, a imprensa monlevadense se encontra, demasiadamente, contaminada pelo marketing político. Veja, por exemplo, o caso abominável da tentativa fracassada de se adaptar um hospital de 100 leitos no prédio do antigo terminal rodoviário, ao custo de mais de 22 milhões de reais em recursos públicos.  Quando foi que um órgão de imprensa local entrou ali, investigou o paradeiro de 22 milhões e trouxe tudo às luzes para conhecimento da população?!! Nunca! O marqueteiro jamais vai denunciar o seu cliente, ainda mais quando ele tem histórico de receber terreno público em troca de serviços de marketing político, como certa vez sustentou o Ministério Público.
Então, da próxima em que abrir um impresso local para ler as notícias, procure saber quem é o dono, fundador ou editor do jornal. Verifique se, além de jornalista auto-declarado,  ele também se dedica ou já se dedicou ao marketing de políticos locais. Acesse o site da Justiça Eleitoral e verifique se ele já foi marqueteiro de campanha de algum político local. Porque, se isto tiver acontecido, você tem em mãos uma enganosa peça de marketing político e nada mais.    

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Justiça Nega Recurso a Provedor e Mantém Condenação por Mentir contra Médico do Hospital Margarida



A Turma Recursal do Juizado Especial Cível, sediada na Comarca de Itabira/MG, negou na última sexta-feira o recurso do provedor do Hospital Margarida, José Roberto Fernandes, na ação de reparação de danos morais de número 0317.19.007116-5,  movida pelo médico cirurgião urologista Getúlio Garcia contra o mesmo. 
Na ocasião, recém empossado no cargo de provedor, José Roberto Fernandes concedeu entrevista ao blog O Popular, levantando uma série de acusações infundadas contra o médico, sem apresentar qualquer prova.No curso do processo, o provedor não conseguiu comprovar nenhuma de suas alegações. Ao contrário, por meio de testemunhas e de documentos, Dr. Getúlio comprovou que é um dos médicos que mais atendem pelo SUS no Hospital Margarida, além de também atender pelo SUS no CISMEPI e na Policlínica.  
Da decisão de sexta-feira feira não cabe recurso de mérito. Está sacramentado: José Roberto Fernandes mentiu a todo tempo e terá que indenizar o médico, com juros, correção monetária, 20% de honorários advocatícios e proceder à retirada da matéria mentirosa do blog O popular, sob pena de multa.  Recentemente, outra decisão da Justiça proibiu o provedor de interferir em assunto médico da Clínica Urológica.  Hoje, os médicos da Clínica Urológica do Hospital Margarida se encontram com os salários atrasados desde fevereiro de 2019, assim como os demais.             

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

O Próximo Prefeito de João Monlevade



O próximo prefeito de João Monlevade, seja ele quem for, deve compreender que, para haver a retomada do processo de desenvolvimento do Município, se fará indispensável o desmonte de uma série de estruturas de poder montadas e mantidas por Carlos Moreira e Mauri Torres.
Os desafios que ele enfrentará serão, portanto, dois: primeiro, vencer as eleições; segundo, conseguir de fato implementar um projeto verdadeiramente desenvolvimentista para Monlevade. Não se gera desenvolvimento senão através do bom funcionamento das instituições governamentais locais. Contudo, já há algum tempo, as instituições governamentais monlevadenses se encontram aparelhadas apenas para servir ao projeto de poder de Mauri e de Moreira. E não se engane. Ou as instituições monlevadenses servem ao povo ou elas servem a projetos pessoais de poder. O resultado do que se vê na atual administração comprova que, aos dois, elas não podem servir. Então, será preciso muita coerência política dos pré-candidatos no momento de composição das chapas majoritárias que concorrerão ao pleito, pois ganhar as eleições até o Prandini ganhou. Mas, estabelecer um projeto de desenvolvimento para o Município, ele também não conseguiu, pois que depois de eleito optou por abrir mão da coerência política e conviver com tais estruturas.
Verifica-se agora uma forte dissidência dentro do grupo da Simone, que não pode ser confundida com oposição, pois ela pertence ao mesmo espectro político conservador da turma da prefeita. Guilherme Nasser e Fabrício Lopes não são oposição, são dissidentes da atual administração, eis que se consideraram preteridos ou pouco valorizados por ela. O péssimo resultado da administração da prefeita também alimenta a dissidência. Uma aliança para composição de chapa com o conservador Guilherme Nasser, por exemplo, representará grande obstáculo para a retomada do desenvolvimento do Município, pois que depois de eleito, ele certamente jamais desmontará aquilo que também serve a seu próprio projeto de poder. O momento demanda, sobretudo, coerência política para que o povo de João Monlevade não seja submetido a uma nova prandinada. Lembrando que Prandini deixou seu mandato com mais de 80% de reprovação popular, em meio a uma série de crises que o levaram a nem tentar a reeleição, apesar de jovem na época e a um auto-exílio de quase uma década em Juiz de Fora.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Raio-X Quebrado


Há dias circula a informação de que o aparelho de raios-x do Hospital Margarida se encontra quebrado. Outro aparelho de imagem importante, o tomógrafo, também deixou de operar no hospital por falta de pagamento.
A verdade é que o Hospital Margarida não tem dinheiro para manter os mais básicos dos serviços hospitalares, como o fornecimento de exames de raio-x, mas tem para outros. Enquanto a paralisação de exames básicos atesta a grave crise administrativo-financeira vivenciada pelo único hospital do Município, para outras situações muito menos emergenciais não falta dinheiro. É o caso da contratação de funcionários e da manutenção de contratos de prestadores de serviço, como o plano de saúde Top Vida Card ou os empreiteiros de sempre que já reformaram o Hospital Margarida, pelo menos, umas três vezes. Será que uma instituição que não tem conseguido honrar com o custeio da manutenção de equipamentos básicos, estando também em atraso com o pagamento de honorários médicos desde fevereiro, pode ter condições de manter contratos onerosos de obra de reforma de construção civil, etc ou de abrir vagas para nova contração de pessoal? A resposta deveria ser não. Mas, não é o que acontece no Hospital Margarida. Com a aproximação do período eleitoral, mais e mais cabos eleitorais da prefeita são contratados, enquanto outros nunca têm o faturamento atrasado, apesar da alegada crise.
Como o Hospital Margarida é substancialmente subvencionado pelo Município, é preciso aprovar com urgência na Câmara lei que obrigue a ASVP a prestar contas quadrimestrais à sociedade sobre a verdadeira situação financeira e patrimonial do hospital, de forma a trazer a transparência que hoje não existe na gestão financeira do Margarida, inclusive revelando a verdade sobre as contratações de prestadores de serviço e de cabos eleitorais do governo. Somente assim, se poderá prevenir o HM da situação em que se encontra hoje. Porque não se engane. Quando a turma que está no poder lavar as suas mãos e entregar o Hospital Margarida com uma dívida de 30 milhões, à beira do fechamento, tudo deverá ser revelado.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Belmar Diniz é uma Vergonha!



Ontem, circulou a notícia de que a comissão de Orçamento e Finanças da Câmara aprovara, com voto favorável do vereador Belmar Diniz, o empréstimo de 3 milhões de reais junto ao BDMG para a prefeita asfaltar ruas no apagar das luzes do mandato.
Trata-se de mais um voto favorável do vereador Belmar Diniz a projeto político conservadorista destinado à manutenção do grupo de situação no poder, que se soma à lista de outros votos, igualmente, favoráveis e prestados pelo vereador petista à turma de Carlos Moreira, como também foram os casos da aprovação da terceirização do DAE, da implantação do Rotativo terceirizado e da autorização para a Enscon cobrar a passagem a bordo do coletivo apenas por meio de bilhetagem eletrônica. E agora, vem me dizer que Belmar votou favorável a projeto, visivelmente, eleitoreiro da turma de Carlos Moreira, contrário ao conteúdo programático de seu partido, sem barganhar nada? Votou pelo ideal!? Logo Belmar, um idealista que, em áudio vazado há pouco tempo, foi flagrado pedindo para Carlos Moreira cargo no governo! A visão de um vereador como Belmar Diniz no Partido dos Trabalhadores de João Monlevade dá vontade da gente sumir, literalmente.
É óbvio que o asfaltamento pretendido pela prefeita não trará desenvolvimento algum para Monlevade. Trata-se de ação desesperada de um governo que não conseguiu demonstrar qualquer liderança política na produção de resultados. Tudo que demanda a liderança pessoal da prefeita para acontecer, simplesmente, não acontece em João Monlevade. Já o asfaltamento não precisa de liderança política para acontecer, basta a contratação de alguma empresa para fazer o serviço. A prefeita não vai asfaltar porque quer, ela não tem outra opção, na tentativa de mostrar alguma realização. E a experiência que se tem é que o asfaltamento de ruas em véspera de ano de eleição, invariavelmente, se dá sem a instalação prévia da rede pluvial, meio-fio, passeios, etc. No governo de Simone já se viu até grama crescer do asfaltamento.
Em Monlevade, mais do que em qualquer outro lugar, asfaltamento por si só não é sinônimo de desenvolvimento. Ao contrário, o asfaltamento eleitoreiro e inconseqüente, sob o ponto de vista ambiental, tem se tornado sinônimo de inundação e prejuízo. É que com exceção da Avenida Getúlio Vargas, que foi uma movimentada rota de tropeiros e carreteiros, as demais avenidas de Carneirinhos e entorno foram construídas sobre ribeirões canalizados. Significa dizer que, muitas casas e comércios de Carneirinho se encontram, literalmente, localizados nas margens de ribeirões que, muito embora não possam ser mais vistos, estão ali. Dessa forma, nas ruas, o recomendado é o pavimento de blocos que permitem a absolvição da água da chuva. Do asfaltamento da área de eventos do Parque do Areão ocorrido recentemente, sem o estudo ambiental devido, pode-se esperar maior quantidade de água a verter para as avenidas no período chuvoso que se aproxima, potencializando o risco de inundações.
Resumo da Ópera: mais um projeto aprovado por Belmar Diniz com o objetivo de manter a situação no poder, em troca da potencialização das inundações em Carneirinhos e sabe-se lá mais o quê. A vontade é mesmo de sumir!

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Da Fundamental Produção de Carvão à Gastronomia possível nos Caldeirões da Senzala Monlevade




Atividade fundamental para o funcionamento da Fábrica de Ferro de João Monlevade foi a produção do carvão em escala fabril. Antes de se fixar em S. Miguel do Piracicaba, o próprio Monlevade já havia estabelecido fornos para a redução do ferro em Sabará e Caeté, onde encontrara imensa dificuldade de produção devido a inexistência de matas abundantes para o fabrico do carvão de forma ininterrupta. Aqui, onde hoje é o município homônimo, João Monlevade encontrou não apenas acesso ao Rio Piracicaba, por meio do qual transportaria as pesadas máquinas importadas da Inglaterra para sua indústria, como também o minério de ferro com fartura e qualidade extraordinária, além de uma luxuriante e extensa faixa de Mata Atlântica, que seria determinante para o processo de produção de seu fabuloso estabelecimento, fornecendo-lhe, sobretudo, a madeira para o fabrico do indispensável carvão. 
Sem dúvida, a produção em escala do carvão foi atividade chave para a Fábrica de Ferro Monlevade e, portanto, exigia imenso esforço de trabalho do empreendimento, ocupando porção significativa de sua mão-de-obra. Dos 150 escravos de Monlevade, grande parte se dedicava à derrubada da madeira, corte e transporte da lenha, enfornamento e transporte do carvão. 
No Relatório de 1853, Monlevade registra que mantinha "duas pontes lançadas sobre o Rio Piracicaba as quais por longos anos facilitarão o ingresso do carvão, etc, etc, de ambos os lados do mesmo”. Trata-se de preciosa informação, da qual se infere que eram, pelo menos, duas as suas carvoarias de Monlevade, cada uma de um lado do rio. Acredito que uma delas se localizava nas imediações de onde é hoje o Clube de Caça e Pesca e a outra no Bairro Vila Tanque. É muito provável que as vias que hoje representam o traçado da Avenida Aeroporto, da Rua Dr. Geraldo Soares de Sá e do acesso ao Campo de Aviação foram, originalmente, abertas no meio da mata por Monlevade para condução da lenha e do carvão até os fornos de sua fábrica. Como eram transportados por imensos carros de bois de quatro rodas, faz muito sentido que os mesmos subissem para a mata vazios e, depois de carregados com a lenha para o enfornamento ou com o carvão já pronto, desciam o morro, favorecidos pela gravidade, até a Fábrica de Ferro, que se localizava onde hoje é a Rua dos Contratados, logo abaixo do Solar Monlevade. 
No mesmo relatório Monlevade não registra o quanto de carvão sua fábrica produzia, diariamente. Contudo, revela que, por dia, ela rendia "30 arrobas de ferro”, ou seja, 450 quilos diários do metal. A partir de tal informação e da relação existente de 6 toneladas de carvão para uma tonelada de ferro produzido pelo método catalão, pode-se estimar que a Fazenda Carvoeira de Monlevade não podia produzir menos do que 3 toneladas de carvão por dia.É preciso considerar ainda que o fabrico do carvão se tratava de serviço sazonal, já que no período das chuvas, por motivos óbvios, se tornavam muito mais difíceis os trabalhos de corte da madeira, de enfornamento e de transporte da mesma. É possível ainda que Monevade produzisse mais de 3 toneladas de carvão, diariamente, estocando parte deste essencial insumo para ser consumido durante o período chuvoso, quando o serviço era quase interrompido devido as más condições das estradas e ao encharcamento da lenha. 
Aspecto também muito interessante sobre a produção de carvão vegetal em Monlevade é que tal atividade colocava a mão-de-obra do estabelecimento em contato direto com a Mata Atlântica local. Muitos escravos monlevadenses passavam o dia inteiro dentro da mata, derrubando, picando e transportando a madeira para as carvoarias. E neste contato direto com a mata, é esperado que dela os escravos não retiravam apenas a madeira para o carvão ou para as demais necessidades do estabelecimento. Considerando que, muito além da madeira, a mata é riquíssima em alimentos, é bastante possível que dela os escravos de Monlevade também aproveitavam muitos itens para incrementar a comida que lhes era preparada na cozinha. 
Infelizmente, o arquivo de registros, de relatórios, de correspondências, de periódicos e a biblioteca mantida por João Antônio de Monlevade foram extraviados para o Rio de Janeiro, quando a propriedade da família foi vendida para a Companhia Nacional de Forjas e Estaleiros em 1891, encontrando-se, ainda hoje, em local desconhecido. Assim, faltam subsídios específicos, capazes de revelar com precisão o que era preparado pela cozinha da Senzala Monlevade. Contudo, ainda no Relatório de 1853, João Antônio de Monlevade descreve uma série de características de seu estabelecimento que, conjugadas com o conhecimento sobre os víveres disponíveis na mata, nos permitem um pequeno vislumbre de alguns pratos, possivelmente, servidos na cozinha da Senzala Monlevade, durante os mais de 50 anos de funcionamento da maior e mais importante Fábrica de Ferro do Brasil Império . Ele registrou:
“ ... a superfície do terreno é geralmente coberta de matos e pouca produtiva de milho e feijão, mas sendo geralmente arenosa em muitas localidades frescas, produz muita batata doce, mandioca, etc... Em roda destes edifícios, o terreno está sempre ocupado de plantações úteis... Esta aguada é muito importante dando, mesmo no terreiro, impulso a um engenho de pilões, moinho para o fubá à moda européia , ralador de mandioca, etc.”
Dos trechos destacados acima e extraídos do Relatório de 1853, pode concluir-se que a base da alimentação na cozinha Monlevade eram o feijão, o milho e a mandioca, todos alimentos de origem indígena. Naquela época, o arroz e a farinha de trigo eram muito menos difundidos do que hoje. Ao citar moinho de milho e ralador de mandioca, Monlevade indica que o milho e a mandioca eram consumidos também em forma de farinhas e da canjiquinha. Quando Monlevade assinala que “o terreno está sempre ocupado de plantações úteis”, pode-se compreender que em torno do Solar havia um grande pomar e uma imensa horta, repleta de variedades de pimentas, condimentos, o urucum, etc. Monlevade também criava muito gado bovino, que era empregado na em juntas na tração dos imensos carros de bois de quatro rodas, donde se pode deduzir também que, esporadicamente, algum corte bovino deveria integrar o cardápio do almoço de seus trabalhadores. Monlevade não cita o porco. Mas, partindo do princípio da auto-suficiência com que era conduzido seu empreendimento, buscando sempre produzir todo o necessário para tudo, pode-se crer que existissem também os chiqueiros para a engorda de porcos, já que a carne suína já era muito difundida em Minas, naquela época. Muito difícil pensar em comida no sec. XIX, sem o porco, cuja banha era utilizada como meio geral de fritura e conservação da carne. E todos estes ingredientes, somados ou não aos produtos da exuberante Mata Atlântica local, resultam numa variedade pratos que podem ser muito interessantes sob o ponto de vista gastronômico, como veremos a seguir. 
O primeiro deles é uma exceção, é o feijão tropeiro. A Fábrica de Ferro de Monlevade era considerada a Meca dos Tropeiros, atraindo muitas tropas das diversas regiões da província, já que produzia cravos, ferraduras e prestava serviço completo de ferragem de animais. Lá era possível ferrar uma tropa inteira em muito pouco tempo, por preço cômodo. Havia também muitos tropeiros que viviam, exclusivamente, de revender os mais variados artefatos de ferro fabricados por Monlevade, Minas Gerais afora. As estradas abertas por Monlevade na região e as duas pontes mantidas por ele sobre o Rio Piracicaba também atraiam muitas outras tropas que delas se serviam. Além do mais, dentre seus escravos, Monlevade contava com ótimos carreiros, que conduziam os carros de bois de quatro rodas para os diversos fins e até longas distâncias, além de ótimos arrieiros, responsáveis pelo transporte das tropas próprias do estabelecimento. De modo que, por influência do intenso tropeirismo incidente sobre a Fábrica de Ferro, o feijão tropeiro era, sem dúvida, um dos principais pratos preparados na cozinha da Senzala Monlevade que não se pode deixar de citar nesta oportunidade, apesar de não relacionado com os produtos da mata, já que é composto basicamente de feijão, farinha de mandioca e toucinho de porco conservado na banha, produtos estes menos perecíveis e, portanto, capazes de perdurar às longas viagens que os tropeiros faziam. E ainda sobre o feijão é de se deduzir que o mesmo também era cozido com trupicos de porco, em grandes caldeirões de ferro fabricados pelo próprio Monlevade, numa espécie de embrião da feijoada, que não podia deixar de ser servida com farinha de mandioca e pimenta malagueta. O feijão cozido, servido com o angu também deveria ser um prato muito comum, assim como a Vaca Atolada, que é a mandioca cozida com carne bovina. 
Mas, de volta à Mata Atlântica local, sabe-se que ela é muito rica em gêneros alimentícios como frutas, palmitos, tubérculos, folhas e a caça que era muito difundida, antigamente, como fonte de alimento. Sabe-se que foram os primeiros habitantes destas matas - os índios botocudos - quem trouxeram por meio de inédita navegação pelo rio as sete toneladas e meia de maquinário para equipar a primeira Fábrica de Ferro Monlevade, a partir de 1828. Caso os escravos de Monlevade tivessem mantido alguma troca de conhecimento com os botocudos sobre o aproveitamento dos alimentos da floresta, então, as possibilidades de pratos derivados de itens da mata são infinitas. 
A Mata Atlântica local é abundante de uma ave chamada jacu, muito parecida com o frango, de palmito Jussara e do ora-pro-nobis, que também é nativo. O cruzamento do jacu com frango doméstico gera até um híbrido. Daí, no âmbito da cozinha da Senzala Monlevade,pode-se pensar num prato semelhante ao frango cozido, com ora-pro-nobis, salsa e cebolinha servido com farinha de mandioca e pimenta malagueta. Ou, então, frango cozido, com palmito Jussara, servido com angu e pimenta malagueta.
Quem conhece a Mata local, sabe que ela também é muito rica em chuchu e bananeira, que não são nativos. A difusão do chuchu, das bananeiras e de outras espécies nas matas do Hospital Margarida e do Clube Embaúba merece estudo e pode significar que a Mata Atlântica local representava, de fato, uma fonte de alimentação complementar tão importante para os trabalhadores da Fábrica de Ferro Monlevade, a ponto de seus escravos terem, além da prática do extrativismo, também introduzido e disseminado espécies exógenas na mata, buscando sempre uma maneira de incrementar a alimentação que lhes era devida. Ora, se não são nativos, quem teria plantado chuchu e bananeiras na mata inteira (fotos)? 
Daí, se pode pensar também num prato de chuchu, refogado com urucum, cozido com carne de boi, salsa, cebolinha, servido com farinha de mandioca ou angu e pimenta malagueta.
Pode-se pensar também na canjiquinha cozida com toucinho defumado, servida com banana da terra frita na banha, salsa, cebolinha e pimenta malagueta. 
Além dos alimentos salgados também há outros dos quais se pode fazer doces. Da batada-doce, expressamente, citada por Monlevade, se pode fazer o correspondente doce, assim como das abóboras, que também são nativas. O palmito Jussara também produz um açaí, especialmente, frutado. Há ainda na mata muito abacate, do qual também se pode fazer doce e extrair o óleo. E ainda há o ingá, o morango silvestre e as ameixas, que não são nativas, apesar de muito difundidas na mata. 
Como já mencionado, trata-se de tema que merece estudo muito mais aprofundado e cuja passagem rápida já nos enche de água na boca e nos permite um pequeno e apetitoso vislumbre dos pratos originais que alimentaram os pioneiros da história local e embasam nossa culinária ancestral, lembrando ainda que por óbvia influencia da culinária mineira, tudo era preparado mediante alho, cebola e urucum refogados. 



sexta-feira, 9 de agosto de 2019

NOTA DA CLÍNICA UROLÓGICA DO HOSPITAL MARGARIDA

No dia de ontem, com o título “Médicos urologistas entram na justiça para barrar a entrada de novo profissional para atender a clínica urológica do Hospital Margarida”, circulou nas redes sociais texto sobre o qual, apesar de apócrifo, não resta dúvida de que se trata de manifestação do presidente da ASVP, José Roberto Fernandes.
Primeiramente, é preciso relembrar que não é a primeira vez que o presidente da ASVP se dirige de maneira hostil e inapropriada a membro da Clínica Urológica, com o objetivo de tentar denegrir o exercício da medicina dentro do Hospital Margarida e de desinformar a população, conforme seus interesses. Logo que foi empossado, o atual presidente da ASVP utilizou-se de meio de comunicação social para proferir uma série de graves e infundadas ilações contra membro da Clínica Urológica. Foi processado, não conseguiu comprovar nenhuma das acusações infundadas que fizera e foi condenado pela Justiça. Em seguida, inventou o descumprimento de uma suposta quota de 60% de atendimentos médicos pelo SUS para denunciar membro da Clínica Urológica junto ao CRM, a fim ter mais uma oportunidade de denegrir o exercício da medicina no Hospital Margarida. O médico denunciado foi absolvido por unanimidade junto ao Conselho de Ética do CRM. Depois, valendo-se de meio impresso de comunicação local, violou sigilo processual da tramitação do procedimento que inventara junto ao CRM para ter outra oportunidade de denegrir o exercício da medicina no Hospital Margarida. Foi condenado pelo Tribunal de Justiça a se abster de denegrir o médico e, o respectivo jornal, a proceder ao direito de resposta devido. Agora, o presidente da ASVP, novamente, se vira contra a Clínica Urológica, com o objetivo de denegri-la e de desinformar a população, conforme lhe convém.
Não é verdade que os “médicos urologistas entraram na justiça para barrar a entrada de novo profissional para atendimento da clínica urológica”.  A admissão do médico em questão será apreciada de forma autônoma e em tempo hábil pelos membros do Corpo Clínico, conforme preceitua o Regimento Interno, havendo inclusive, grande possibilidade de sua aprovação. Contudo, o que a Clínica Urológica não pode admitir é qualquer tipo de imposição autoritária em suas decisões de natureza médica, como intentou, recentemente, o presidente da ASVP, frustrando-se de fazê-lo por liminar correta e justa concedida pela Justiça, em sede de Mandado de Segurança. O inciso X, do Capítulo I, do Código de Ética Médica é muito claro no sentido de que “o trabalho médico não pode ser explorado por terceiros com finalidade política”.   
Na oportunidade, a Clínica Urológica reafirma seu compromisso médico diante da população regional, esclarecendo que todos os casos de urgência e emergência a ela encaminhados são, prontamente, atendidos, assim como os casos eletivos que obedecem a agendamento próprio, cujo atendimento não pode ser de maneira alguma submetido a interesse político de terceiros.  
Por fim, a Clínica Urológica se vale da oportunidade para, publicamente, requerer à Associação São Vicente de Paulo e a seus associados que apresentem, urgentemente, nome alternativo para presidir a entidade de forma a reconduzir o Hospital Margarida à normalidade necessária ao exercício da medicina e ao bom atendimento da população.

João Monlevade, 09 de agosto de 2019.

Dr. Getúlio Garcia            Dr. Jamilton de Sousa  
  



quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Liminar da Justiça Invalida Interferência Abusiva do Provedor no Corpo Clínico do Hospital Margarida



O juiz de Direito da 2ªVara Cível de João Monlevade, Wellington Braz, determinou em caráter liminar de urgência a invalidade da notificação ASVP-13/2019, expedida pelo provedor do Hospital Margarida, José Roberto Fernandes, e dirigida à Clínica Urológica daquele nosocômio.Trata-se de ação de Mandado de Segurança, impetrada pelos médicos Getúlio Garcia e Jamilton de Sousa contra ato indevido de ingerência médica praticado por José Roberto Fernandes em perigosa ofensa à autonomia do Corpo Clínico do Hospital Margarida. 
Mediante a expedição da notificação ASVP-13/2019, datada de 18 de julho, José Roberto Fernandes intentava interferir na composição da Clínica Urológica, mandando que profissional indicado por ele fosse, sob pena de apuradas as responsabilidades, integrado à respectiva escala de sobreaviso, sem a devida aprovação dos membros do Corpo Clínico, o que viola o Regimento Interno do HM e extrapola a competência, meramente, administrativa do presidente da ASVP. Ao prolatar a decisão liminar, o magistrado destacou que “no que se refere ao perigo de dano, resta devidamente demonstrado que o adiamento do deferimento da medida é potencial de causar dano ao funcionamento autônomo do Corpo Clínico do Hospital Margarida, por violação do disposto nos artigos 3º e 14º, J, do Regimento Interno”.
É a primeira vez que médicos se vêem obrigados a processar o provedor do Hospital Margarida, a fim de se afastar a possibilidade de dano no funcionamento autônomo do Corpo Clínico, causada por grave violação do Regimento Interno, praticada por quem deveria zelar pelo bom funcionamento técnico do único hospital do Município. José Roberto foi intimado para cumprir a decisão e a apresentar resposta no prazo de 10 dias.

Os Quebra-Molas e o Aumento da Poluição



Em João Monlevade os quebra-molas se tornaram uma praga endêmica, que vem se multiplicado rapidamente. É difícil rodar mais de 300 metros sem que haja a necessidade de transpor mais um quebra-mola, que geralmente é feito fora dos padrões técnicos, danificando a suspensão e desalinhando a direção dos veículos. 
Trata-se da única ação da Prefeitura e Settran, destinada a se fazer cumprir a regulamentação de trânsito no que diz respeito ao limite de velocidade das vias. O quebra-molas é um meio coercitivo para fazer o motorista cumprir o limite de velocidade local, eis que, no caso de se passar sobre ele em velocidade mais elevada, o veículo sofre choque mecânico, de baixo para cima, que pode danificá-lo, seriamente. Não se vê em João Monlevade, por exemplo, a inclusão efetiva da matéria “Trânsito” nos currículos escolares, já que o conhecimento das normas de trânsito também deve ser encarado como uma questão de cidadania. O bom cidadão não pode ser, ao mesmo tempo, um mau motorista. Também não se vê campanha educativa nem nada do gênero. E dá-lhe quebra-molas, que, invariavelmente, também são instalados, sem qualquer estudo técnico, para atender algum eleitor leigo que acha que ali existe a necessidade para mais um deles. 
Mas, se a prefeita manda instalar quebra-molas a torto e a direita, sem qualquer critério técnico, pouco se importando para com o transtorno e o dano ocasionado pelos mesmos nos automóveis dos contribuintes, deveria, pelo menos enxergar as questões ambientais e de saúde pública que envolvem os mesmos. É óbvio que a instalação massiva e indiscriminada de quebra-molas pela cidade aumenta o consumo de combustível da frota local, aumentando também a emissão de poluentes, o que significa um ar muito mais poluído e tóxico para o munícipe. No caso dos ônibus, caminhões e carretas, que utilizam o óleo diesel como combustível, a situação é muito mais grave. Segundo a OMS, os gases provenientes da queima nos motores diesel são umas das principais fontes de substâncias cancerígenas presentes na atmosfera dos centros urbanos. Resumo da Ópera: para atender seus eleitores, visando a manutenção do projeto de poder, a prefeita enche a cidade de quebra-molas, o que resulta numa cidade muito mais poluída para se viver e, conseqüentemente, submete o monlevadense à uma série de riscos respiratórios e de saúde. Será que vale o risco?