quinta-feira, 14 de setembro de 2023

A RESPONSABILIDADE DO PT NA NÃO CANDIDATURA DE FABRÍCIO E MUITO MAIS


 
Na campanha eleitoral de 2020 já se falava na candidatura de Fabrício a prefeito em 2024. Aliás, a candidatura de Fabrício foi praticamente uma condicionante para a aliança entre PT e os muitos partidos que comem na mão do vice-prefeito.
Até então, acreditava-se que Laércio montaria um governo progressista muito próximo daquele de 1996 e, a partir de um bom resultado obtido, se colocaria como o principal cabo-eleitoral de Fabrico em 2024. Até aí tudo bem, seria um governo legítimo.
Mas depois de eleito, não foi o que Laércio fez. Laércio e seu gabinete montaram um governo majoritariamente composto por apadrinhados de Fabrício, que na maioria das vezes são as mesmas caras do governo anterior que o eleitor, categoricamente, rejeitou nas eleições de 2020. Daí, porque ilegítimo: ao montar o governo, o PT virou a cara para a vontade popular.       
E não foi apenas isso. Depois de eleito, Laércio se engajou numa campanha pessoal para eleger Fabrício prefeito em 2024. Tudo muito bem registrado nas páginas do jornal impresso que vende conteúdo de marketing travestido de matéria jornalística em troca de cargo comissionado na Vigilância em Saúde. Durante os primeiros dois anos e meio de governo do PT, onde esteve Laércio, lá estava Fabrício à tira colo, posando para a foto no jornal do marqueteiro. O problema era newtoniano. Ou Laércio se colocava na posição de governar para o povo de João Monlevade ou ele governava para a candidatura de Fabrício. A falta de resultado de seu governo, demonstra que as duas coisa Laércio não poderia fazer, ao mesmo tempo.
Ocorre que, apesar dos muitos partidos que controla, da esmagadora quantidade de cargos que mantém na administração, do engajamento do prefeito e da campanha de marketing no jornal impresso, Fabrício não pontuou o suficiente nas pesquisas e sua candidatura a prefeito em 2024 já se encontra descartada, pelo menos a do lado do governo.
Nesse contexto, a pergunta que não se cala é a seguinte: qual é a responsabilidade política de Laércio e do PT na montagem de um governo que apenas priorizou uma candidatura que não mais ocorrerá?
Agora, depois descartada a candidatura de Fabrício a prefeito em 2024, já é certa a candidatura de Laércio à reeleição - coisa que o PT nunca conseguiu realizar em João Monlevade - acompanhada da ex-vereadora Dorinha Machado, como candidata a vice. A mudança de planos no gabinete de Laércio não deve alterar o aparelhamento do governo, já que os numerosos apadrinhados políticos de Dorinha e de Fabrício se confundem, o que leva à concluir que, pesquisas à parte, o que Fabrício, realmente, sofreu foi uma ligeira e vigorosa puxada de tapete.
E como se já não tivesse responsabilidade em montar governo para eleger uma candidatura inviável, agora, o que circula no gabinete do prefeito é que Laércio será candidato à reeleição em 2024 e Dorinha será a candidata a vice, como já mencionado. O absurdo é que, no caso de eleitos, segundo informações de dentro do gabinete petista, Laércio pediria afastamento do cargo e Dorinha assumiria como prefeito.  É preciso deixar isso registrado aqui, porque, caso aconteça de fato, será mais uma molecagem do gabinete do prefeito para com os setores políticos desenvolvimentistas de João Monlevade e para com o eleitorado.