quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Jornalista monlevadense rasga o próprio diploma e não respeita nem direito autoral



Para se ter, minimamente, instalado o regime democrático são necessários três elementos básicos: eleições livres e periódicas, independência e harmonia entre os três poderes e imprensa livre. A faltar algum desses três elementos não há Democracia. A terceira condicionante democrática citada, a imprensa livre, transfere diretamente para o jornalista imensa responsabilidade na construção da Democracia, pelo simples motivo de que o regime não pode ser construído em cima da mentira e da manipulação de notícias. O jornalista é aquele investigará, elucidará e trará à tona toda a verdade que é de interesse coletivo e na maioria das vezes é mantida escondida pelas aparências para, principalmente, possibilitar ao eleitor a conduzir seu voto de acordo com a interpretação correta da realidade que o cerca. George Orwell definiu, “Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique” . 
Em 2009, o Supremo Tribunal Federal decidiu que era inconstitucional a exigência de diploma para o exercício do jornalismo. Vi aquilo com muita reserva. Considerei que naquela ocasião o STF confundira liberdade de expressão com qualidade profissional e que, portanto, haveria uma desvalorização da profissão. Agora vejo que a desvalorização do jornalismo, infelizmente, foi tão grande a ponto de jornalista formado chegar a rasgar o próprio diploma. Pois é o que acontece, quando o jornalista formado se envereda pelo campo do marketing e da publicidade, inadvertidamente. Tanto é assim que o Código de Ética do Jornalista impõe através do inciso IV de seu artigo 12 que o jornalista é obrigado a “informar claramente à sociedade quando suas matérias tiverem caráter publicitário ou decorrerem de patrocínios ou promoções”, pois o marketing travestido de notícia possui alto poder de desinformar.
Aqui em Monlevade, por exemplo, existe o cidadão Thiago Moreira, que se anuncia como jornalista e marqueteiro do Hospital Margarida, ao mesmo tempo, fazendo publicar rotineiramente uma série de matérias publicitárias sobre o provedor da casa de saúde, José Roberto Fernandes, sem, contudo informar à população de que aquele conteúdo se deve a contrato publicitário que o jornalista tem firmado com a Associação São Vicente de Paulo, aquela mesma dos repasses de recursos públicos por meio de CNPJ baixado. Aí, o leitor fica achando que aquilo é matéria o jornalista, confundindo-se sobre a realidade dos fatos, quando na verdade o conteúdo divulgado se trata de publicidade paga e contratada. A verificar as matérias pagas recentemente divulgadas pelo jornalista Thiago Moreira sobre o Hospital Margarida, não consta de nenhuma delas a informação de que se tratam de marketing. Aliás, outro absurdo desta história é um hospital que sempre se encontra em situação financeira difícil, ameaçando fechar suas portas, empenhar recursos para tentar reabilitar a imagem pessoal de um provedor transloucado e inconsequente que não representa outro interesse a não ser o de Carlos Moreira no Hospital Margarida e está conduzindo o HM à beira do abismo. 
Como do pau que nasce torto até a cinza é torta, a atividade publicitária de Thiago Moreira é tão desonesta que nem direito autoral ele respeita. Compare as duas imagens anexas. A foto do provedor José Roberto Fernandes, publicada por Thiago Moreira em seu site Tenda Vip para ilustrar a matéria publicitária paga divulgada ontem, 05 de dezembro, e intitulada “Provedor do Hospital: estamos fazendo das tripas coração para pagar o 13º” é de minha autoria e foi indevidamente copiada de matéria de opinião publicada em meu blog, o Monlewood, em 27 de abril de 2018, sem a minha autorização. 
Inaceitável, violação do Direito Autoral a parte, agora que o leitor sabe do contrato de marketing que Thiago Moreira tem com a Associação São Vicente de Paulo a recomendação que se faz é ler aquele conteúdo publicitário, sabendo que foi pago e que, portanto, não se trata de jornalismo, apesar de publicada por jornalista. Ou seja, para a formação da consciência política, desconsidere o conteúdo envolvendo o HM publicado por ele, porque, a parafrasear George Orwell, marketing é publicar aquela qualidade que alguém não possui. Não se vê, por exemplo, o jornalista investigar e publicar o que foi feito do valor arrecadado com as cartelas do Bingo de 2016 cancelado pela Justiça, cujo valor orçado em 1 milhão de reais desapareceu sem deixar rastro, fonte de receita que hoje faz tanta ao HM.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Prefeita Tomba Igreja já Tombada





Recentemente, circulou a informação de que a prefeita, Simone Carvalho, havia tombado a Matriz de São José Operário, marco histórico, arquitetônico e religioso do Município, em belíssimo estilo neoclássico, tão característico da Vila Operária de Monlevade, além da incomum nave em formato de “V”, em alusão à vitória dos aliados na II Grande Guerra.
Como se vê de entrada, trata-se de monumento que merece ser tombado para fins de preservação. Contudo, a ação da a prefeita não é inédita, como andam alardeando . O conjunto arquitetônico e paisagístico da Matriz São José Operário já é tombado para fins de preservação pelo inciso VIII da Lei Orgânica do Município de João Monlevade, desde 1990, ou seja, há 28 anos. O que a prefeita fez foi chover no molhado, demonstrando que sua assessoria não conhece os bens tombados pela legislação municipal. Aliás, como tem chovido, ultimamente!
Apesar do repentino interesse demonstrado pela prefeita em relação à história do Município, o que se vê no que restou da Vila Operária de Monlevade, que se encontra justamente no entorno da Mariz, é a ausência completa de políticas públicas para preservação do patrimônio histórico. O casario histórico da vila luxemburguesa (fotos) tem sido descaracterizado sistematicamente e muitos sobrados encontram-se em péssimo estado de conservação, além da imensa sugeria e desleixo das praças, ruas, logradouros e do abandono do Colégio Santana e do Clube de Caça e Pesca.
Como não é possível cuidar daquilo que não se conhece, transcrevo a seguir a lista de bens tombados para fim de preservação, disposta pelo artigo 170 da Lei Orgânica Municipal:


Art. 170. Ficam tombados, para o fim de preservação, e declarados monumentos naturais, paisagísticos, artísticos ou históricos, sem prejuízo de outros que venham a ser tombados pelo Município:

I - os alinhamentos montanhosos das Serras do Seara e do Andrade;
II - as áreas de proteção dos mananciais;
III - a mata do Clube de Caça e Pesca;
IV - a mata da “Cabeceira do Bananal”, no Vale do Sol;
V - a mata em volta da Represa do Jacuí;
VI - o Cinturão Verde da Usina Siderúrgica Belgo Mineira;
VII - a mata do Hospital Margarida, do Clube Embaúba e Aeroporto;
VIII - o conjunto arquitetônico e paisagístico da Igreja São José Operário;
IX - o conjunto arquitetônico original da Fazenda Solar;
X - o prédio do antigo Cassino;
XI - o conjunto arquitetônico do antigo Colégio Estadual, na Praça Ayres Quaresma;
XII - a fachada original do Bloco Administrativo do Hospital Margarida; (Redação dada pela emenda nº 8, de 2007).
XIII - o prédio do antigo Hotel Monlevade, hoje, Sindicato dos Trabalhadores;
XIII - o prédio do antigo Hotel Monlevade; (Redação dada pela emenda de revisão da lei orgânica nº 1, de 2008).
XIV - o prédio do Hotel Siderúrgica;
XIV - o prédio do antigo Hotel Siderúrgica; (Redação dada pela emenda de revisão da lei orgânica nº 1, de 2008)
XV - o prédio da Escola Santana.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Desmonte do Bingo ocorrido na gestão de José Roberto Fernandes agrava Dívida do Hospital Margarida




A edição da última sexta-feira do Jornal A Notícia veiculou matéria preocupante sobre a situação financeira do Hospital Margarida. Segundo o impresso, “o fantasma do fechamento voltou a assombrar o Hospital Margarida” , que tem a receber do governo do estado R$ 4.201.188,31 em atraso , através do convênio Pro-Hosp. Para o provedor da casa de saúde, José Roberto Fernandes, o único hospital em funcionamento no Município pode fechar suas portas: “não tem como o Hospital sobreviver a esse calote”, afirmou.
Em primeiro lugar, sempre chama à atenção a falta de transparência em relação as contas do hospital. A dívida consolidada do HM corresponde exatamente ao valor de quatro milhões e duzentos mil reais atrasados pelo estado ou é maior e não foi revelado pelo provedor ?
Em segundo lugar, chama mais ainda atenção o termo utilizado pelo provedor José Roberto Fernandes: “calote”. E em relação ao que ocorreu com o ex-tradicional Bingo do HM, que foi transformado num evento comercial pelo atual provedor, tendo de ser suspenso  pela Justiça, a pedido do Ministério Público e os valores pagos pelas cartelas, estimados em cerca de 1 milhão de reais, jamais foram devolvidos aos participantes?  O nome disso também não  “calote”? Como se vê, calote gera calote.
Mas a verdade matemática da dívida agora verificada no HM é que se o provedor José Roberto Fernandes não tivesse, em 2016, descredenciado a AAHM, que por uma década realizou o Bingo do Hospital sem qualquer problema, e não tivesse contratado, sem o menor critério técnico, uma empresa de engenharia de Viçosa, reduto eleitoral de Rodrigo de Castro, desvirtuado o caráter filantrópico do evento, muito provavelmente o Bingo teria sido realizado naquela oportunidade, rendendo cerca de 1 milhão de reais em receita para o orçamento HM. E se o Bingo tivesse sido realizado também em 2017 e agora no fim do ano de 2018, seriam mais 2 milhões de reais para o HM. No total, de 2016 a 2018, o Bingo poderia ter rendido 3 milhões de reais ao HM, não fosse a ingerência de José Roberto Fernandes, que arrasou a credibilidade do evento que já vinha se firmando como um dos mais importantes do calendário monlevadense. Se considerados os juros e correção monetária do valor arrecadado pela venda das cartelas em 2016 e os juros e correção dos valores que deveriam ter sido arrecadados em 2017 e em 2018, a receita do Bingo chegaria perto de cobrir a quantia, agora, anunciada com dívida, pelos atrasos dos repasses do estado.   
Então não há como chegar a outra conclusão matemática. A ingerência do provedor José Roberto Fernandes em relação a Bingo do HM só vem contribuindo para o agravamento da dívida do hospital, favorecendo o risco de fechamento do único hospital da cidade. Não pode ser outra a verdade.              


terça-feira, 27 de novembro de 2018

Belmar Diniz: Uma Verdade Inconveniente


Como se vê pelas redes sociais, o vereador Belmar Diniz já se encontra em campanha para 2020 e o pontapé inicial é um projeto de lei que pretende isentar de IPTU o contribuinte, de cujo imóvel não seja servido por rede de esgotamento sanitário, água tratada, pavimentação, etc. 
Belmar Diniz é filho do ex-prefeito Leonardo Diniz e pretende, agora, uma candidatura ao cargo de prefeito de João Monlevade, estando no terceiro mandato de vereador. Poucos sabem, mas a verdade é que as candidaturas de Railton e de Laércio foram sacrificadas para que Belmar Diniz fosse eleito vereador nas últimas eleições. Explico. É que nos últimos 20 dias da última campanha para prefeito e vice, a ex-vereadora Filinha utilizou indevidamente os panfleteiros do comitê do Bairro Cruzeiro Celeste para pedirem votos, exclusivamente, para Belmar. Assim, com a campanha sabotada num dos maiores colégios eleitorais do município, faltaram os 126 votos para eleger Railton e Laércio. Mas aí irão dizer: - Belmar é filho de Leonardo. É sim e para por aí. Sob o ponto de vista político, Belmar Diniz, infelizmente, não herdou absolutamente nada de Leonardo. Basta lembrar que Belmar, enquanto vereador, votou favorável a autorizar a Enscon a não receber a passagem de ônibus em dinheiro a bordo do coletivo, votou a favor do rotativo abusivo em vigor no centro de João Monlevade e votou a favor da terceirização do DAE para o Consorcio de Intermunicipal de Saneamento, com sede em Belo Horizonte, que já reajustou a tarifa repetida vezes. Como se vê, não é o caso, mas mesmo se Belmar fosse o mais progressista vereador de João Monlevade jamais poderia ser considerado razoável, sob o ponto de vista da ciência política, sacrificar um projeto de governo desenvolvimentista para o Município, como o representado por Railton e Laércio, para elegê-lo. Jamais se sacrificam um prefeito e o vice para eleger um vereador. É isto mesmo, se hoje Monlevade segue hoje nas mãos de Moreira, muito se deve a Belmar Diniz e a sua fiel escudeira Filinha. 
O histórico de Belmar Diniz, enquanto vereador , além de revelar um demagogo que dissimula se de um lado para votar em outro, somado à sua "jogada" nas últimas eleições, também demonstra que ele não possui projeto de desenvolvimento para João Monlevade. É o que que comprova o projeto de lei de isenção do IPTU. Veja que ao invés de Belmar, enquanto vereador, cobrar do Executivo para que o mesmo implemente calçamento, abastecimento de água, serviço de esgotamento sanitário, etc, em 100% dos imóveis cadastrados no IPTU, ele faz o contrário, isentando-os do pagamento. Ora, ao isentar tais imóveis do IPTU, o projeto de Belmar incentiva a instalação e a manutenção de moradias em locais sem infra-estrutura, o que não é nada desenvolvimentista. Aliás, falar em isenção fiscal num momento crítico para a arrecadação do Município ainda pode comprometer os salários de professores, do funcionalismo em geral e serviços em geral. Já pagamos muito caro pela falta de coerência política no prandinismo. Não repetiremos o mesmo erro. No vídeo anexo, Belmar Diniz, vereador pelo PT, pede voto na praça Domingos Silvério para o sobrinho da Mírian Leitão, do PV. Chega de incoerência e de cinismo político! Chega da política da conveniência! Belmar, nem pintado de ouro!

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Testemunho Bolsonaro


Então, Bolsonaro foi eleito presidente da República. E, agora, o que esperar para os próximos anos no Brasil? A implementação de toda a sua retórica, ora. 
Infelizmente, boa parte do eleitor brasileiro votou em Bolsonaro, acreditando que aquela retórica inflamada que caracteriza a extrema-direita não seria implementada, era apenas um blefe, uma forma de oposição à situação estabelecida. O eleitor de Bolsonaro depositou o voto cego. O medo e o ódio cegaram-no. Cá entre nós, é bem verdade o brasileiro contemporâneo não é muito de tomar decisões imbuído da razão, do pensamento lógico, pelo simples motivo de não se encontrar habilitado para tal. È preciso relembrar que em 1966, dois anos após o Golpe de 64, a Ditadura instalada no país excluiu dos currículos escolares a matéria filosofia, que é a disciplina que ensina o indivíduo a pensar, a raciocinar. O ser humano não nasce habilitado ao pensamento, ele aprende a pensar, se for submetido à formação filosófica. Em 1968, o ano mais conturbado do regime, a mais tradicional e fecunda escola de filosofia do Brasil,o Colégio do Caraça, ardeu em chamas, encerrando suas atividades. A filosofia só voltaria a ser obrigatória no Brasil em 2014, já havendo projeto de lei em tramitação no parlamento para suprimi-la novamente dos currículos escolares. E não adianta cobrar do brasileiro aquela formação que o país não lhe deu. Ninguém pode dar aquilo que não tem. Sejamos sinceros, o Brasil contemporâneo é um país passional. Um país que tem a agricultura que alimenta cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo e, ao mesmo tempo caminha para regressar ao mapa da fome da ONU não pode ser considerado racional. Aqui, não temos formação filosófica consolidada, os conceitos filosóficos não circulam na grande mídia. Aqui, não formamos senso crítico, apenas repetimos os enredos das novelas da Globo. Se sentimos ciúmes, vamos lá e matamos, se temos raiva, agredimos, se sentimos inveja, vamos lá e sabotamos a vida do próximo, até porque todo comportamento que é exibido pela grande mídia tende a ser replicado na sociedade e a nossa grande mídia são as novelas da Globo. E foi assim, como num enredo da novela das 21 horas, o brasileiro conduziu seu voto a urna. Inicialmente, Bolsonaro encontrou apoio quase que maciço no ódio da classe-média brasileira que se ressentiu com a ascensão social das classes C, D e E , ocorridas nos governos Lula e no primeiro mandato da Dilma. Fica a lição: o ressentimento da classe-média pela ascensão do pobre constituiu na ultima década, talvez, o maior entrave para o desenvolvimento socioeconômico do país. O atentado ocorrido em Juiz de Fora também confundiu o eleitor e alavancou a campanha de Bolsonaro para além dos 20% de intenção de votos representados pela classe-média . E por fim, houve o fenômeno do arrebatamento, impulsionado pelas notícias falsas ou fakenews e gerado pela sensação de risco que se fez circular em torno da possibilidade de não haver mudança, sobretudo, no quadro econômico do país. O eleitor foi convencido de que o PT quebrou o país. O que, de certa forma é verdade, mas não por descontrole fiscal e, sim por falta de estratégia política diante de uma oposição que adotara a política da terra arrasada. No momento em que a Dilma fora reeleita, em 2014, o déficit público era de 2,5% do PIB. Comparativamente, quando FHC se reelegera em 1998 , o déficit chegou a 4,5% do PIB, quase o dobro, e naquela ocasião ninguém levantou a bandeira de que o país estava quebrado nem deu impeachment no presidente da República por conta de “pedaladas fiscais”, que ainda não foram conceituadas, tecnicamente. Para se ter uma ideia, aos países da Zona Euro, que se submetem a rigorosos programas de controle de gastos, é facultado um déficit de até 3% do PIB. Então, de acordo com os números, naquele momento o país não estava quebrado. Mas, a Rede Globo insistiu muito no tema e uma mentira dita mil vezes pela Globo, invariavelmente, se torna uma verdade no Brasil. Foi, então, que Dilma, recém reeleita, deu posse como ministro da Fazenda, Joaquim Levy, aquele que teria integrado a equipe econômica de Aécio, caso ele tivesse sido eleito, e o mesmo que Bolsonaro agora indica para a presidência do BNDS. Uma vez nomeado para a Fazenda, Joaquim Levy,ultra- liberal da Escola de Chicago, tratou logo de restringir, duramente, uma série de programas de transferência de renda como o auxílio-doença, pensão por morte, o seguro-defeso, seguro-desemprego, abono salarial, etc, dando um verdadeiro cavalo de pau na economia brasileira. As medidas de Levy repercutiram imediatamente gerando graves efeitos na economia, principalmente, na situação de pleno emprego que o país experimentava. Aí sim, o Brasil rapidamente ultrapassou a marca de 10 milhões de desempregados, o que reduziu muito a atividade econômica, comprometendo sobremaneira a arrecadação da União e dos estados. Estava, então, instalada a crise econômica que perdura ate os dias atuais. Muitos chamaram as medidas de Joaquim Levy de punhalada fiscal contra Dilma. Foi o erro derradeiro da Dilma. A partir daí, a péssima situação econômica do país precipitaria seu impeachment. Mas não foi o único erro do PT. Mesmo antes de isso acontecer, o PT já havia errado muito. Errou quando esteve no poder e deixou de realizar a reformas que João Goulart fora impedido de fazer pelo Golpe de 64. Tivesse, por exemplo, realizado as reformas dos meios de comunicação, democratizando o acesso e dividindo entre outras três emissoras o monopólio da TV brasileira concedido à rede Globo, dificilmente, teria sofrido o impeachment. Tivesse também realizado a reforma política, não teria, necessariamente, que se envolver na corrupção sistêmica de Brasília para formar maioria no parlamento. Foram erros que custaram muito caro à nação brasileira. Mas se o PT pagou um alto preço da falta de estratégia e coerência política, custo muito maior pagaram os tucanos, autores do impeachment da Dilma. Nas últimas eleições gerais, sobrou pouca coisa dos tucanos, enquanto que o PT ainda se manteve como um partido competitivo na disputa pela Presidência da República. Pois é, veja como o voto cego é perigoso. Joaquim Levy, que quebrou o Brasil no governo Dilma, agora será presidente do BNDS do governo Bolsonaro. Considerando o histórico recente, será que a o anuncio de Levy para a equipe econômica de Bolsonaro pode ser encarado como algo esperançoso a quem se encontra desempregado há 4 anos? Acho que não, já no segundo ano do mandato de Bolsonaro o Brasil deve chegar aos 15 milhões de desempregados. E o brasileiro, agora, também se enraivece contra as projeções muito sombrias que surgem em relação ao futuro governo Bolsonaro. Raiva à parte, é mais uma vez recorrendo-se à filosofia, que também embasa a ciência política, que se pode traçar o perfil de como será o governo Bolsonaro, o que se faz possível através das análises do conteúdo programático, do discurso e do espectro político ocupado por Bolsonaro. Então vejamos, Bolsonaro é um político de extrema-direita, ou seja, conservador. A extrema-direita é aquele gênero político que nutre a ideia de que o Estado tem a função de proteger a propriedade privada e nada mais. O Estado, portanto, não deve intervir na economia, distribuir renda, manter serviços de saúde, educação, nada. Considerando que a observação dos últimos 30 anos da história brasileira revela que o país somente chegou a se tornar uma economia de consumo em massa, ultrapassando a Inglaterra e tornado-se a sexta maior economia do mundo, o quarto maior mercado de automóveis e um dos maiores mercados de computadores, celulares, etc, além do grande boom na construção civil, quando o Brasil optou por distribuir um pouquinho da renda nacional. Bolsonaro não vai distribuir renda. Pode-ser que num primeiro momento, alguns setores da economia até apresentem algum crescimento. Mas será muito mais em função de uma demanda reprimida, resultado dos últimos vários meses de recessão do que qualquer outra coisa. A economia no governo Bolsonaro de deve variar pouco muito daquela vivenciada no último mandato de FHC: baixo crescimento, desemprego monstruoso e inflação baixa em razão do baixo consumo. A história recente já demonstrou que o consumo das classes A e B não são suficientes para manter aquecida a economia do país. Para tal faz-se necessário o consumo das classes C, D e E, o que não deve acontecer no próximo governo. Bolsonaro é conservador, então ele deve conservar ou aumentar o rentismo nacional que hoje representa quase 50% da despesa da União. Muito pouco sobrará para obras de infra-estrutura, etc. Assim, pode-se concluir que o orçamento de Bolsonaro deve ser muito generoso com os banqueiros e pouco preocupado com a saúde, a educação, a cultura, etc. Acredita-se que Bolsonaro deva colocar muito dinheiro nas Forças Armadas, podendo até se meter em algum conflito na região. O eleitor de Bolsonaro agora deve ficar atento a convocação compulsória para combater comunistas nas Venezuela. No campo dos direitos humanos, o Brasil deve viver um grande retrocesso. Desespera-se que já nos cem primeiros dias de governo, Bolsonaro aprove a flexibilização do Estatuto do Desarmamento. Na questão das liberdades individuais não se sabe quão longe Bolsonaro pode ir. Para o meio ambiente desespera-se mais devastação, sobretudo, da Amazônia. Na questão da soberania nacional, desespera-se total submissão ao Tio San, a entrega definitiva do Pré-sal , da Embraer, da Base de Alcantara, etc. No tema das reformas institucionais, o que se desespera é a ausência completa delas. Como já dito, Bolsonaro é conservador e, portanto, conservará todas as estruturas que hoje definem o Estado brasileiro. Manterá o presidencialismo de coalizão brasileiro, em que o presidente da República apenas consegue maioria no parlamento, loteando milhares de cargos nos ministério e nas estatais, entre os muitos partidos do chamado "Centrão". Manterá os privilégios de classe. Não será fácil, até porque Bolsonaro vem em dose quádrupla: ele tem 4 filhos como ele. Na área internacional, o que se desespera é a retaliação de boa parte do mundo pelo discurso e meditas de Bolsonaro, como já está acontecendo. E podem ir se acostumando com a retórica indecorosa e absurda de Bolsonaro, o que não vão faltar são as mais absurdas declarações já realizadas um presidente da República no Brasil.
Mas, tudo será um mal necessário. O ideário fascista que instrui o bolsonarismo já vem circulando livremente em nossa sociedade há muito tempo. Liga-se a televisão ou o radio e se escuta a todo o momento que “direitos humanos são direito de bandido”, que “bandido bom é bandido morto”, que “menoridade é sinônimo de impunidade”, etc. etc. O racismo e o materialismo circulam muito nos enredos das novelas e as pessoas sempre agindo de forma velada na mais hipócrita das sociedades. Agora não. Agora o fascismo se formalizou, se revelou, se instituiu, não é mais velado. Muitos foram os fascistas que se revelaram em nosso convívio. E é muito mais fácil combater aquilo que se vê do que aquilo que vive escondido. Pela primeira vez, em muito tempo, o Brasil terá a oportunidade de ficar face a face com tudo aquilo que ele precisa combater.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Isolamento de prefeita gera instabilidade na Câmara


A prefeita Simone Carvalho tem encontrado muita dificuldade política na Câmara Municipal. Vereadores tidos como da base governista andam levantando um mundo de críticas contra o governo Simone, sobretudo quando o assunto é a saúde pública do Município. Vetos da prefeita têm sido derrubados, um atrás do outro, e, recentemente, até uma audiência pública pra tratar dos problemas da saúde foi aprovada pelos vereadores por ampla maioria de votos. O que estaria acontecendo? Ora, a instabilidade política vivenciada pela prefeita na Câmara nada mais é do que o resultado direto do estratagema empregado pelo ex-prefeito Carlos Moreira para, apesar de inelegível e com os direitos políticos cassados, se manter no poder, mesmo que indiretamente. 
Sabe-se que Simone somente foi lançada candidata, porque seu convivente em união estável, Carlos Moreira, não podia candidatar-se, em função de seu enquadramento na Lei da Ficha Limpa. Sabe-se também que Carlos Moreira é figura central no governo Simone, ditando as ordens e sempre dando a palavra final sobre tudo. Contudo, para colocar Simone sob seu jugo, a prefeita é mantida, politicamente, isolada em seu gabinete, o que dificulta muito a boa relação institucional entre os poderes. Ela, dificilmente, recebe vereadores, cidadãos ou até mesmo determinados secretários em seu gabinete. Os edis também reclamam da falta de coerência da prefeita em relação ao cumprimento dos acordos firmados. Ora ela faz, ora ela desfaz, o que é típico de uma situação na qual quem de fato comanda o Município não é aquela que ocupa a chefia do Executivo. Tudo que Simone decide, sem a concordância do ex-prefeito inelegível, é imediatamente desfeito por Carlos Moreira. 
O eleitor monlevadense tem tido a dura oportunidade de testemunhar e de compreender que a estratégia utilizada por Carlos Moreira para burlar a Lei da Ficha Limpa, manejando-se diante de uma prefeita preposta a seus interesses exclusivos, além de dificultar o estabelecimento de uma liderança capaz de conduzir o Município de volta aos rumos do desenvolvimento, também gera bastante instabilidade política entre Executivo e Legislativo.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Caça às Bruxas




 A aceitação por parte de Sérgio Moro para compor o governo Jair Bolsonaro, assumindo os ministérios da Justiça e da Segurança Pública, é desfecho  absurdo que, por fim, escancara a completa falta de isenção do juiz de Curitiba.  
No Brasil o ódio justifica os meios: o futuro ministro da Justiça do governo Bolsonaro é o mesmo é que divulgou delação na véspera do 1º turno, prejudicando o adversário.
Ao que tudo indica, Moro terá no governo Bolsonaro o mesmo papel que coube a Himmler  no 3º Reich de Hitler. Preparem-se para a caça às bruxas.  

De Pimentel à Zema



Pimentel pagou o alto preço da apolítica. Pimentel assumiu o governo de Minas e não foi nada político, não marcou posição, ficou em cima do muro, foi diplomático com o tucanato. Pimentel foi eleito governador de Minas e não cuidou de desmontar as estruturas tucanas aparelhadas no governo de Minas há décadas. Aqui em Monlevade, por exemplo, podemos citar as estruturas tucanas montadas no Hospital Margarida que, apesar dos gordos repasses do fundo estadual de saúde, foram mantidas vigentes durante o governo Pimentel. Foram tais estruturas que, por exemplo, elegeram Aécio Neves deputado. Pimentel aprendeu às duras penas que a diplomacia deve ser reservada apenas à relações exteriores, na política deve-se ter posição e coerência. 
Não votei em Anastasia, por motivos óbvios. Também não votei no Zema. Pela primeira, vez anulei meu voto para governador. Zema descobrirá em breve que pouco daquilo que funciona num negócio privado pode ser aplicado à administração pública. Zema fala, por exemplo, em cortar 80% dos cargos comissionados no governo de Minas. Ora, no presidencialismo de coalizão brasileiro, que também se aplica aos governos estaduais, o chefe do Executivo só consegue maioria para aprovação de seus projetos junto ao parlamento mediante o loteamento de cargos nas secretarias e nas estatais entre os quase 40 partidos da base aliada. Significa dizer que, caso Zema corte de fato 80% dos cargos comissionados em Minas, sem que se realize uma profunda reforma política no modelo presidencialista brasileiro, a qual sou totalmente favorável, o governador eleito perderá 80% de seu apoio na Assembléia, o que pode levá-lo até ao impeachment, como ocorreu com Collor e de Dilma. E Bolsonaro não fará a reforma política, pois governos conservadores, como o próprio nome diz, tendem a conservar o status quo. 
Contudo, ninguém é tão ruim que não possa se aproveitar alguma coisa. Dos últimos governadores que assumiram o governo de Minas, Zema é o que possui melhor perfil para desmontar as estruturas tucanas vigentes, que tanto neutralizam as instituições. E se ele fizer só isso, já será alguma coisa. Só não se sabe a que custo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Meu Amigo Ronaldo


Ontem, nuvens espessas dominaram  o céu durante todo o dia. A penumbra se instalou.  Não se ouviu o canto da siriema na serra nem a melodia do sabiá na mata. As últimas flores dos ipês-amarelos foram levadas pelo vento. O sol não brilhou. A natureza cumpriu seu luto.
As trincheiras progressistas da política monlevadense amargaram insubstituível baixa!
A perda de um amigo como Ronaldo Lage nos leva a compreender de maneira dura que o verdadeiro sentido da vida não pode encontrar outro lugar, senão nas pessoas que amamos.   

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Inferno na Quinta, Purgatório no Brasil


O avassalador incêndio no acervo do Museu Nacional e no Palácio São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, não pode ser encarado como mais uma triste coincidência brasileira. Ele é, na verdade, o produto direto da opção pela política de terra arrasada adotada como conseqüência do inconformismo daqueles que dominam os principais setores da sociedade brasileira em relação ao resultado das eleições presidenciais de 2014, o que levou o país à pior crise econômica de sua história, com severas conseqüências para as finanças públicas de todos os entes da federação. 
O incêndio da Quinta, se não foi proposital, certamente aproveitou a muitos interesses, internos e externos, pois se faz possível notar que o Brasil tem se encontrado diante de tão tenebroso estado de coisas, justamente, em função do desmonte de seu processo civilizatório, que não é de hoje. E a redução da Quinta da Boa Vista às cinzas é mais uma de muitas situações que se amoldam aos contornos de um país que vem sofrendo a decapitação sistemática de suas próprias bases civilizatórias. 
Nenhum outro país do continente Americano possui um palácio que tenha abrigado uma Casa Real européia e, posteriormente, a única Casa Real americana, originada do casamento entre o príncipe português, Dom Pedro I, e a princesa austríaca, Dona Leopoldina. Pois é, ensinaram a você errado na escola. O verde e o amarelo de nossa bandeira nacional não representam as cores de nossas matas nem o ouro e as riquezas do subsolo brasileiro. Na realidade, o verde da bandeira brasileira tem origem no verde-oliva do brasão da Casa Real dos Orleans e Bragança, de Portugal, ao passo que o amarelo-ouro de nossa flâmula tem sua origem no brasão da Casa Real dos Habsburgos, da Áustria, a realeza mais influente da Europa, naqueles idos. É dessa extraordinária comunhão entre as duas casas reais europeias no Rio de Janeiro que descende a Casa Real brasileira na figura proeminente do imperador Dom Pedro II, o maior e mais bem preparado estadista brasileiro de todos os tempos. Claro que não se trata aqui da defesa da restauração da monarquia brasileira. Contudo, não se pode deixar de reconhecer que a centralização do poder real no Rio de Janeiro, a partir de 1808, representada pela transferência astuta de Dom João VI e pela instalação de sua corte na então capital brasileira, operou-se, por exemplo, como instrumento imprescindível para que o Brasil lograsse a sólida unidade nacional de seu vasto território, coisa que a América espanhola não foi capaz de alcançar, pois se fragmentou em diversos outros países, e que os Estados Unidos só alcançaram êxito mediante a sangrenta e traumática Guerra de Secessão e a tomada de territórios mexicanos. Foi a centralização do poder real no Rio de Janeiro que possibilitou à América portuguesa, constituída por várias províncias, a se fundir no imenso país que o Brasil é hoje. 
Vale dizer que, caso Dom João VI não tivesse tomado a corajosa e fundamental decisão de escapar do expansionismo napoleônico, transferindo a corte de Lisboa para o Rio de Janeiro, muito provavelmente a América portuguesa também teria dividido-se em tantos países, quanto foram os movimentos separatistas que ocorreram e que foram todos abafados pelo rei e pelos dois imperadores que o sucederam.
Certo é que, há algum tempo, o Brasil perdeu o fio da meada de seu processo civilizatório tão, eficientemente, bem implantado por Portugal, a partir das décadas que se seguiram ao Descobrimento. Muito longe daquele estereótipo do colonizador bizarro que nos apresentaram nos bancos escolares, é preciso reconhecer que a colonização do Brasil foi uma das maiores e mais bem sucedidas aventuras da história da humanidade. Santo o português não nunca foi. Ninguém é santo! Mas a todo o momento, durante o Brasil-Colônia, o que se viu foi o português sempre disposto a lutar pelo Brasil, sempre buscando dar viabilidade econômica para o Brasil e sempre empenhado em transmitir a sua cultura para o Brasil.
Portugal é fiel depositário do legado civilizatório romano, estabelecido na antiguidade, e caracterizador da cultura ocidental. O brasileiro precisa reconhecer Portugal como seu berço romano e, portanto, precisa compreender o Brasil como a Roma Ultramarina. O português é um povo extremamente romano. Isso pode ser visto em sua arquitetura, na culinária, no idioma - que não por acaso é derivado do latim - na filosofia, nos costumes, nas artes e no aspecto, talvez, mais romano apresentado pelo português que é a sua imensa capacidade de assimilar de outros povos e culturas tudo aquilo que lhe seja funcional ou útil, característica esta da qual o Brasil é o resultado direto. O Império Romano também se fez assim, assimilando as culturas que conquistava. Pasme-se, o arco de alvenaria de pedra, que é símbolo romano, tão utilizado nas construções e na arquitetura romanas, foi assimilado por Roma, sendo originário da Pérsia. E aqui no Brasil, o português fez o mesmo, assimilou tudo o que viu de funcional na cultura dos índios, dos negros africanos e dos outros povos que para cá vieram, até mesmo geneticamente, fazendo sempre prevalecer o processo civilizatório romano de construção do país, que tem sido tão rejeitado pelos dominantes do Brasil já há algum tempo. A tragédia da Quinta da Boa Vista é apenas mais um triste episódio que ilustra a tremenda rejeição que o Brasil contemporâneo tem apresentado em relação ao seu processo civilizatório original, pois é isso que o Brasil vive desde 1964 e cada dia com mais intensidade. Tudo que tem relação com o processo civilizatório brasileiro é, atualmente, omitido, atacado, flexibilizado, transgredido, alienado, subvertido e até incendiado. 
O Brasil perdeu duas vezes. A primeira foi quando as chamas consumiram aquele preciso e insubstituível acervo, além do interior do prédio histórico da sede da Quinta da Boa Vista. A segunda foi quando, uma vez formado aquele imenso, avermelhado e perturbador braseiro no interior do palácio, o mesmo não foi aproveitado para submeter ao purgatório, fazendo com que também ardessem em chamas até as cinzas, todos aqueles que de alguma forma conduziram o Brasil à beira do precipício em que se encontra.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Não Sobra Tempo para Provedor Cuidar do Hospital Margarida



Na era moderna, ou melhor, pós-moderna, em que estamos vivendo, o tempo é o recurso mais escasso. Muitas das vezes deixamos de fazer uma série de coisas, justamente, porque nosso tempo já se encontra empenhado na realização de outras várias coisas. Sempre damos prioridade para aquilo que estamos fazendo naquele momento, o que consome todo o tempo que poderíamos utilizar para tantas outras coisas. 
Com o promotor de um hospital como o Margarida não é diferente. Ou ele empenha seu tempo para administrar o HM, ou o utiliza para fazer outras coisas.
E a considerar que o provedor José Roberto Fernades é visto, recorrentemente, empenhando seu precioso tempo na perseguição de médico do corpo clinico do hospital, conforme já foi impedido pelo Tribunal de Justiça de MG, na perseguição da AAHM, que foi até despejada de sua sala operacional, na perseguição de conselheira do CMS, na perseguição de formadores de opinião que expõem a verdade sobre sua gestão, no arregimento de funcionários do HM para impedir a realização de eleições no CMS, etc, etc, etc, o que se pode concluir é que não sobra tempo ao provedor, José Roberto Fernandes, para que o mesmo administre a contento o Hospital Margarida.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Farra do Desaterro em Terreno Particular



No mínimo, é de causar estranheza o projeto de lei apresentado pelo vereador Leles Pontes que autoriza a Prefeitura a retirar terras e entulhos provenientes de deslizamentos de barrancos causados pela chuva. 
Primeiro, porque o vereador que propõe o projeto é irmão do proprietário da Pontes de Minas, empresa que, contratualmente, presta o serviço de limpeza pública no Município. Será que a Pontes de Minas está interessada em prestar o inusitado serviço de desaterro de terreno particular para a Prefeitura? Veja que para fiscalizar a péssima qualidade do serviço público prestado pela empreiteira da família o vereador não se move.
Segundo, porque se trata de um projeto para beneficiar os proprietários de lotes e terrenos num Município, onde a especulação imobiliária corre solta e o preço dos imóveis alcançam as alturas. Ou seja, trata-se de um projeto para beneficiar quem tem condições de pagar pelo serviço.
E terceiro, porque, da forma vaga em que foi redigido , se aprovado, o projeto pode abrir a possibilidade para uma verdadeira farra de serviços públicos de desaterro e terraplanagem em terrenos particulares. O que são terras e entulhos provenientes de deslizamentos de barrancos causados pela chuva? Será que se houver, por exemplo, uma voçoroca no meio terreno a Prefeitura vai poder atuar? O projeto se refere à chuvas já ocorridas ou as que virão? Será que o vereador já tem em mente algum lote para ser desaterrado?. Até onde vai o desaterro e onde começa a terraplanagem? O que vai dar de máquina e funcionário da Prefeitura, promovendo serviço de desaterro e terraplanagem em terreno particular de mais de meio milhão de reais, não será brincadeira.

Proposta de Salário Mínimo para Vereador


Pastor Carlinhos apresentou na Câmara proposta de redução do subsídio dos vereadores para o valor de um salário mínimo.

O que se estranha é que a proposta não foi acompanhada do respectivo ofício dirigido ao presidente da casa, formalizando por parte do vereador-proponente a recusa em benefício dos cofres públicos do valor de seu subsídio que superar a quantia de um salário mínimo. Se o vereador recebe, atualmente, como subsídio, R$ 7.673,91, pastor Carlinhos já deveria ter renunciado a R$ 6.719,91, como forma de se manter coerente com sua proposta. 
Se não o fez, é porque a proposta não passa de pura demagogia.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Relatório Brasil 2018




Devemos avaliar tudo que nos é colocado pelo seu resultado, jamais pela sua aparência. É o exercício a que a filosofia (disciplina que ensina a pensar) se ocupa de extrair a essência do objeto, a verdade por detrás das aparências e das fachadas, que é o que interessa para o pensamento humano. O resultado é o verdadeiro espelho de tudo, pouco importando se a fachada é em mármore carrara ou se o sujeito usa terno Armani. Se alguém, por exemplo, se declara seu amigo, mas te prejudica deliberadamente, para razão humana ele é seu inimigo. É com este parâmetro que passo a registrar o que tenho testemunhado no Brasil nos últimos quase quatro anos. E não vou entrar em questões partidárias. Apenas no resultado que se apresenta, depois de quase quatro anos do tremendo impasse político que vive o país.
Neste tempo, o Brasil deixou uma situação de pleno emprego e aquecimento econômico para despencar no abismo do desemprego e da recessão econômica. Apesar de a televisão anunciar expectativa de melhora, a percepção que se tem é que a crise se aprofunda, com outras graves conseqüências, como o aumento da violência. Agora, podemos dizer que somos todos testemunhas de que o aprofundamento da desigualdade social aumenta o nível de violência que já é muito alto no Brasil.
Sem qualquer discussão política, vi o Brasil revogar o fundo soberano vinculado aos royalties do petróleo do Pré-sal, que possibilitaria o país mais do que dobrar o investimento em educação nas próximas décadas. Perceba que o fundo se tratava da receita que levou, por exemplo, a Noruega a alcançar o elevado nível de desenvolvimento que tem: investir a renda do petróleo em educação. E o Brasil rasgou a receita norueguesa de desenvolvimento ao meio, sem qualquer discussão política, nos últimos quatro anos. 
Vi também o Brasil entregar o petróleo do Pré-sal numa bandeja de prata para a Shell e a base de foguetes de Alcântara para os EUA. Vi o almirante da marinha responsável pelo programa dos submarinos nucleares desenvolvidos para o patrulhamento do Pré-sal, ou seja, uma das autoridades mais importantes da geopolítica do continente, ser preso e o projeto, suspenso. Vi um país que contou com 350 anos de trabalho escravo e pouco agiu para solucionar seu pesado legado da Escravatura flexibilizar, sem a devida discussão política, sua legislação trabalhista. Vi a Embraer ser entregue à estadunidense Boeing .
Pude ver que a política no Brasil é determinada por um vergonhoso conflito de classes: de um lado as classes C, D e E, que representam mais de 75% da população e, de outro, as classes A e B, que representam menos de 25% da população e não aceitam a ascensão das primeiras. Como pode a classe-média desejar um país melhor, sem a ascensão social das demais classes?! Vi, portanto, que, assim como a elite brasileira, a classe-média não tem um projeto de país para o Brasil. 
Vejo hoje um país desesperançoso, violento, estagnado, incerto e muito difícil de qualquer previsão sobre o que o destino lhe reserva para os próximos meses, que serão de eleições gerais, se é que ocorrerão. Vejo que, inconformada com a ascensão social dos anos anteriores, a mesma classe-média que foi às ruas derrubar a Dilma, agora, está em peso a apoiar a candidatura do ultra-conservador Bolsonaro, que, assim, corre um risco imenso de ser eleito presidente do Brasil, se as eleições ocorrerem. Se Trump foi eleito nos EUA, onde diziam haver um sistema que nunca permitiria a eleição de alguém como ele, no Brasil, a eleição de Bolsonaro parece a mais provável, principalmente, diante da prisão de Lula. 
Como se vê, o resultado de tudo que tem ocorrido no Brasil nos últimos anos é péssimo! Ou será, que o país melhorou? Nem mesmo a classe-média pode dizer que melhorou, pois, apesar de seus privilégios, o desemprego e a recessão econômica também a afetam e é ela a classe que mais sofre com o aumento da violência. A classe A anda de helicóptero, de carro blindado e mora em condomínio fortificado. Como é burra essa classe-média!

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Carlos Moreira: neutralizar o Conselho para Abafar o caso do CNPJ Baixado



A seguir passo a analisar o que vem acontecendo no cenário político local, a envolver um ex-prefeito inelegível, com os direitos políticos cassados, a liberdade de imprensa, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) e o CNPJ baixado da Associação São Vicente de Paulo (ASVP), que administra o Hospital Margarida. 
Sabe-se que não se pode ter instalada uma Democracia, em ambiente de manipulação dos meios de comunicação. A liberdade de Imprensa é um dos pilares da Democracia. Em João Monlevade, um ex-prefeito, que apenas conseguiu ascender ao poder mediante a prática de uma manipulação histórica da rádio Cultura, tendo sido condenado em múltiplos atos de improbidade administrativa que o tornaram inelegível, não cumpre a Lei da Ficha Limpa e segue a ditar as ordens no Prefeitura através de uma prefeita entreposta a seus interesses de poder. Apesar de, judicialmente, proibido de ocupar cargo eletivo e de contratar com poder Público, o ex-prefeito Carlos Moreira também segue a elaborar e a prestar o serviço público de rádio difusão, dando seqüência à histórica, livre, leve, solta e, agora, desenfreada, manipulação do conteúdo político da Rádio Cultura. Moreira não tem limites. A lei para Moreira é apenas para os inimigos, como ocorreu, recentemente, quando o ex-prefeito inelegível protagonizou, com a participação da secretária de saúde, Andrea Peixoto, mais um absurdo episódio de manipulação, de mentiras e de demagogia na rádio Cultura.
Desde que houve a denuncia dos milhões de reais em recursos públicos da saúde repassados pelo Município ao Hospital Margarida, por meio de CNPJ baixado e uma filial baixada da ASVP, o CMS se tornou o grande fronte de disputa política da atual administração. De um lado, os conselheiros, buscando elucidar a situação do CNPJ baixado, investigando, etc; de outro, Carlos Moreira & Cia, tentando impedir a todo custo a atuação do conselho e a investigação sobre os muitos milhões em recursos públicos repassados para CNPJ baixado da ASVP.
Na semana passada, o governo Simone/Carlos Moreira, autoritariamente, impediu a realização das eleições, no âmbito do CMS, dos conselheiros do posto de saúde do Bairro Laranjeiras. Logo após, em seu programa homônimo na rádio Cultura, Carlos Moreira, fez uso do microfone da manipulação para desinformar e fazer a população acreditar que tais eleições se davam em suposta irregularidade, chegando a citar um artigo impertinente da Lei Orgânica para justificar um pedido de suspensão do pleito, aviado ao conselho pela secretária de saúde, Andrea Peixoto, que tem tido participação recorrente na programação da rádio, demonstrando-se convivente e participe no controle político-ideológico do veículo de comunicação, que tanto corrompe a democracia monlevadense.
É preciso ter o entendimento de que árvore ruim não dá bons frutos. Um projeto de poder que tem origem na distorção da Democracia não pode produzir algo de bom para o Município. O interditado H. Santa Madalena, improvisado ao desperdício de muito mais de 22 milhões de reais no prédio do antigo terminal rodoviário é a mais concreta prova disto. E ainda tem a Farra do Lixo, a Farra dos Permissionários, além da paralisia administrativa própria daqueles governos nos quais quem dá a palavra final não é o ocupante da chefia do Executivo. 
Agora, a manipulação política se recai sobre o CMS. Moreira que calar os conselheiros e impedir o funcionamento do conselho a todo custo. As palavras de ordem de Carlos Moreira na Prefeitura são: neutralizar o CMS para abafar o caso dos milhões de reais repassados para o CNPJ baixado da filial criada e extinta pelo próprio Carlos Moreira, enquanto foi prefeito.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Um Brumal na Serra


Do Vale da Serra, em João Monlevade, se avista um divisor de águas muito peculiar. De um lado a micro-bacia do Córrego Carneirinhos, que é afluente do Rio Piracicaba; de outro, a micro-bacia do Córrego Boa Vista que, por sua vez, é afluente do Rio Santa Bárbara. No exato ponto deste divisor de águas, a natureza fez rebaixar as serras tanto de um lado, descendo dos altos dos Carneirinhos, como do outro, dos Coelhos. E quem diria que desta moldura natural se avistaria Brucutu, em São Gonçalo! É verdade, de Monlevade se avista Brucutu! Então a vista se fez assim: Brucutu ao longe, no centro, emoldurado pelas serras locais. É sempre muito bom, em meio a estas serrarias, poder se avistar ao longe, até onde a vista alcança. 
Mas, não era o suficiente para a natureza. Afinal, pode existir coisa mais monótona do que uma montanha estática, lá longe, cerrada de serras, igualmente, estáticas? Para quebrar aquela literal monotonia a natureza, então, resolveu colocar o poente como pano de fundo daquela paisagem. Assim , ao final do dia, a cada por do sol, tudo aquilo adquiria variadas matizes de cores, do amarelo ouro, passando por vários tons pasteis, até o azul-anil bem clarinho. Estaria satisfeita a natureza? A natureza nunca está satisfeita. Não bastasse aquele colorido por do sol emoldurado, a natureza resolveu instalar ali um dinâmico brumal. 
Brumal é onde se dá a ocorrência da bruma, ou seja, da neblina, do nevoeiro. Do Vale da Serra se pode observar um brumal muito dinâmico que produz a sua bruma, sempre, na calha do Rio Santa Bárbara, onde ela se avoluma e transborda pelas serras em direção aos bairros, cobrindo-os de um véu branco e umedecendo tudo por onde passa. A bruma é um fenômeno muito interessante de se observar, porque é muito fluida, forma redemoinhos, ilhas nos topos dos morros e, principalmente, porque é muito úmida. Quando há ocorrência da bruma, os telhados cotejam água. Tudo fica molhado! Acho que a bruma deve ser fundamental para umedecer as matas da região, principalmente, na época do inverno, que é de seca, quando sua ocorrência é muito mais freqüente e necessária. É , realmente, incrível ver como o Rio Santa Bárbara, através da formação da bruma, consegue desafiar a geografia local e levar grande quantidade de umidade de sua calha para umedecer regiões fora de sua própria bacia, além do divisor de suas águas. Sob o ponto de vista do abastecimento hídrico, trata-se de um fenômeno fantástico do rio. Seguem, em anexo, várias fotos deste emoldurado, dinâmico e nada monótono Brumal que pode ser observado entre Monlevade e São Gonçalo do Rio Abaixo.


























Aumento dos Vereadores


Quanta falta de sensibilidade dos vereadores de João Monlevade em aprovarem o reajuste dos próprios salários, retroativo ao mês de janeiro, neste momento de profunda crise econômica, recessão e vertiginosa queda da arrecadação! 
Deram a entender que não pensam em outra coisa a não ser no próprio pagamento e que não perdem a oportunidade de majorá-lo, pouco importando se há ou não condições para tal. Aliás, a verba que o vereador recebe não tem natureza salarial. Trata-se, na verdade, de subsídio para a atividade parlamentar. Reajustado em 2%, como foi o caso, o subsídio do vereador que era de R$ 7.673,91, será aumentado em cerca de R$ 150,00. 
Gostaria de conhecer qual a atividade parlamentar que cada vereador subsidiará com os R$ 150,00 reais que eles mesmos se deram de aumento.

Linda Copa da Rússia



Linda a Copa do Mundo na Rússia! Que país maravilhoso! Tudo limpo, organizado, os jardins bem cuidados, praças maravilhosas, arquitetura soberba, o barroco, muita história, cultura, palácios, muralhas, etc. Sem falar na imensa extensão do país que vai da fronteira com a Finlândia até o mar do Japão, do outro lado do mundo. Além da vodka, a Rússia ainda é famosa pela literatura, filosofia, ópera, o balé e pelas tecnologias militar e aeroespacial. Pena que os brasileiros foram lá se dar ao vexame diante das moças russas, fazendo-as repetir os palavrões sexuais que a mídia tupiniquim tanto direciona para a juventude brasileira. Quanta grosseria com aquelas loiras-czarinas! Que vergonha de ser brasileiro!
Que ótimo que a França ganhou a Copa! E no dia seguinte ao aniversário da Queda da Bastilha, a mensagem transmitida foi muito boa. O Brasil não merecia ganhar a Copa por dois motivos. Primeiro, que o futebol é utilizado para alienar as massas no Brasil. Todo mundo conhece as regras do futebol, mas ninguém conhece o próprio direito. O Brasil só é o país do futebol porque o futebol é o assunto mais pautado pela mídia. Se amanhã a mídia deixar de pautar o futebol e passar a pautar o críquete, por exemplo, em pouco tempo o Brasil se tornará o país do críquete. O craque de futebol é idolatrado pelas massas e é assediado, automaticamente, por onde passa por multidões que nunca o viram, a não ser por meio da tela da televisão, das revistas. Trata-se de um poder imenso de condicionar comportamento que não tem sido utilizado na construção do Brasil, pois da mesma forma que a televisão transformou o Brasil no país do futebol, nos últimos 50 anos, também poderia tê-lo transformado no país da educação, da honestidade, dos direitos humanos, da igualdade, etc. 
Segundo, que o craque da seleção brasileira, o Neymar, não mereceu ser elevado à condição de grande herói nacional, como fez a mídia. Enquanto Cristiano Ronaldo leiloa suas chuteiras e reverte o dinheiro arrecadado à Palestina, Neymar deve à Receita Federal o suficiente para a construção de 05 hospitais. Neymar demonstra que entra em campo despido do espírito desportivo quando se dirige aos demais participantes com palavrões e xingamentos. Também demonstra apreço pela fraude quando está sempre caindo, tentando forjar uma falta. São coisas que o Brasil não quer ver circular na mídia. Enquanto a mídia seguir a apresentar como herói tipos como Neymar, continuará muito difícil o brasileiro voltar a acreditar na honestidade.