quarta-feira, 23 de agosto de 2023

O PREÇO DA DENGUE NA MANIPULAÇÃO DO JORNAL IMPRESSO


 

Tecnicamente, para se ver instalada a Democracia são necessárias a tripartição do Poder em Executivo, Legislativo e Judiciário, independentes e harmônicos entre si, eleições periódicas e imprensa livre. E sempre que faltar apenas um daqueles elementos que a sustentam, a Democracia não se instala e o povo sofre. 
João Monlevade tem, por exemplo, uma longa trajetória de abusos e manipulações dos meios de comunicação locais. A mais gritante delas foi a utilização da extinta Rádio Cultura como instrumento político-eleitoreiro do radialista Carlos Moreira, que, abusando do principal veículo de comunicação do Município naqueles idos, se elegeu prefeito por dois mandatos, elegendo ainda prefeita até a sua consorte conjugal, depois de condenado por diversos atos de improbidade administrativa. E para o povo, onde ficou o prejuízo resultante da manipulação da rádio e da conseqüente deturpação da democracia monlevadense? Em muitas áreas, sobretudo no Santa Madalena. Hoje, é possível se afirmar, categoricamente, que aquela tentativa absurda e fracassada de adaptar o antigo Terminal Rodoviário num hospital de 100 leitos ao custo de muito mais de 22 milhões de reais foi o alto preço que o povo de João Monlevade pagou e ainda paga pela histórica manipulação da extinta -com muito gosto- Rádio Cultura. 
Contudo, a manipulação dos meios de comunicação em João Monlevade não foi uma exclusividade da rádiodifusão. Ela também circula no papel impresso, há décadas. Sabe aquele jornal que circula desde a ditadura em João Monlevade? Aquele mesmo que teve de devolver um terreno do Município, recebido ilegalmente em troca de serviços “marketing”, como acusou o Ministério Público na ocasião. É que o dono do sobredito jornal, além de se autodeclarar jornalista, também é marqueteiro de políticos. E tem mais, o prefeito é patrão da filha dele que ocupa cargo em comissão na chefia da Vigilância em Saúde. Será que pode haver imprensa livre assim? A resposta é não. Deve ser por isso que o jornal impresso não divulgou nada a respeito do óbito por dengue de uma moradora do Bairro Santa Bárbara, ocorrido no mês passado... até para ocultar a incompetência própria da filha, já que é a Vigilância em Saúde que deveria controlar o avanço da doença no Município.  Em outras palavras, o povo de João Monlevade já está colhendo o prejuízo resultante da manipulação do meio de comunicação impresso. E é no combate à dengue.