sexta-feira, 30 de abril de 2010

Esquerda, Centro e Direita

A composição das coligações para a disputa eleitoral passada evidenciou no cenário político municipal a clássica tripartição ideológica: a Esquerda, o Centro e a Direita. A Esquerda foi representada pela Coligação Monlevade em Boas Mãos que, integrada por partidos como o PT e PC do B, elegeu o prefeito Gustavo Prandini; o centro, representado pela coligação de dona Conceição Winter e a direita representada pelo grupo do deputado Mauri Torres e o candidato Railton Franklin.

Nasce a Extrema Direita Monlevadense

Passadas as eleições municipais, Monlevade foi surpreendida por um inesperado gênero político-ideológico, revelado pelo governo Gustavo Prandini , que tem reunido caracteres próprios da Extrema Direita. Ao se analisarem os resultados reais da administração Prandini, fica claro que o governo se distanciou da Esquerda, não se enquadra no Centro e está muito além da Direita.

À Esquerda da Esquerda

É notório que um governo, no qual não se vê políticas públicas concretas voltadas para as classes mais fragilizadas da sociedade, em que a Secretaria de Serviço Social nada mais é que um entreposto de sestas básicas não pode ser chamado de Esquerda. Um governo que interrompe e diminui vários anos de sucessivos aumentos no investimento em educação não pode ser chamado de Esquerda. Um governo que se fecha ao povo, aos partidos e à sua própria base não pode ser chamado de esquerda. Um governo que emprega parente não é Esquerda. Um governo que recadastra o IPTU, punindo quem construiu “puxadinhas” não é Esquerda.

Extrema Direita Umbilical

A principal característica de governos de Extrema Direita é a prevalência de partido único. Elemento este bem definido no governo Prandini. A notória falta de penetração política dos partidos da base, inclusive do PT e do PV, na composição das políticas públicas (se é que elas existem) materializa a prevalência do partido de duas pessoas: o Pacto Umbilical *.

*Pacto Umbilical é o modelo de governo adotado pela administração Prandini, no qual o assessor de governo, Emerson Duarte, exclusivamente, toma as decisões político-administrativas, e Prandini, automaticamente, as chancela.

Frase do Mês

"Por que todos os candidatos a prefeito da nossa cidade depois de eleitos não cumprem estas promessas que fazem durante a campanha?"

Dr. Stanley Baptista de Oliveira
(frase retirada da edição do jornal A Notícia de 28/04/2010)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Alguns Comentários de Leitores sobre a Postagem “Programa de Governo Oculto de Prandini”

Concordamos em gênero, número e grau com tudo o que o sr. disse. E tem muito mais, pois os seus ajudantes diretos, principalmente da área de comunicação, não serviriam pra trabalhar pra nenhuma outra prefeitura...só Monlevade mesmo!
Será que esse marasmo do jovem Prandini se deve ao fato de que não poderá se candidatar à reeleição? Procede essa informação, Dr. Fernando?


parabens pelos comentarios Dr, sao muito pertinentes, o PT realmente esta um fantoche nas maos desse DESgoverno. pior governo da historia dessa cidade. ate o vereador Belmar Dniz, filho do nosso saudoso Leonardo Diniz, que acho o melhor vereador da cidade sendo atacado pela assessoria de comunicacao, um cara que tem o sangue do PT, e um absurdo. ou o PT toma conta do governo ou a cidade e o proprio PT estao fadados ao fracasso, estarao mortos e enterrados. Pq todos os meritos (se e que tem) vao pra Prandini e o mandatario Emerson Duarte e tudo que da errado e por causa do PT. Esse e o discurso de todos realmente aliados e amigos do prefeito. Lamentavel...

e mesmo, o proprio vereador belmar diniz concordou com o fernando no primeiro comentario aqui que o governo esta um lixo. qdo um vereador da base detona o governo e pq o barco ta afundando mesmo... salve-se quem puder.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Momento de Reflexão Política para a Esquerda

Já são passados mais de trinta dias do julgamento que pos fim ao fantasma da cassação. Tempo suficiente para Prandini ter, pelo menos, sinalizado uma necessária revolução política em seu governo, o que não aconteceu. É hora de reflexão para os partidos da base, principalmente, para o PT e o PC do B: Prandini tem permitido que algum partido implemente seu projeto político para Monlevade? Prandini tem demonstrado afinidade política para com os partidos? Os partidos possuem penetração política no governo? É esse o projeto político que os partidos pretendem para Monlevade?
É o momento da esquerda monlevadense parar para analisar a experiência política que tem vivenciado no governo Prandini, balizando seus custos, ônus e, pricipalmente, as consequências futuras.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Programa de Governo Oculto de Prandini


Prandini, ainda em campanha, convencendo eleitores de que seu Programa de Governo era o melhor para João Monlevade



Se eleito, prometo:

Diminuir os investimentos em Educação;

Piorar a setor da Saúde;

Transformar Monlevade na cidade mais esburacada e suja da região;

Criar todas as condições para a propagação da Dengue;

Dificultar o acesso de veículos ao centro, encher Monlevade de quebra-molas e dessincronizar os semáforos da cidade;

Paralisar o desenvolvimento da cidade;

Permanecer inerte diante da duplicação da Usina;

Delegar a administração do Município a Emerson Duarte e instituir o Pacto Umbilical;

Manter-me isolado no gabinete, com exceção para Emerson, é claro.

Afastar todo aquele que discordar do Pacto Umbilical;

Criar um secretariado supostamente técnico, afastando as figuras políticas, para maior desenvoltura do Pacto Umbilical;

Afastar das decisões político-administrativas o PartidoVerde;

Enrolar o PT o PC do B, o PV e os outros partidos da base;

Virar as costas aos companheiros de luta e da campanha, favorecendo adversários políticos diretos;

Neutralizar Luis Cláudio, Luís Pena, Contrapino, Luis Amaral e Dulcinéia

Hipnotizar Bastieri;

Criar um Conselho Político para discutir e apreciar receitas de bolo;

Contratar Márcio Passos como assessor particular, despedi-lo, e, a partir daí, fazer tudo que o A Notícia mandar;

Comprar um carrão oficial novo, reformar o gabinete, aprimorar o ar-condicionado e contratar mordomo oficial;

Mudar, desmudar, remudar, transmudar e retromudar o que tiver de mudar, conforme os parâmetros da imutabilidade;

Empregar minha paranteda na Prefeitura;

Polemizar tudo o que for possível;

Liderar com base no diz-que-me-disse e com a autoridade de quem manda pro olho da rua;

Colocar aqueles que evolveram o nome na campanha em situação de embaraço e vergonha, diante de tudo o que tem e o que não tem acontecido;

[...]

domingo, 25 de abril de 2010

"A impressão que tenho é a de estar chegando a um planeta diferente" :Yuri Gagarin.



Em meio as comemorações de façanhas aeroespaciais e as dos 50 anos de Brasília, existe um fato curioso que muitos desconhecem: em 1961, após ter sido o primeiro homem a alcançar o espaço sideral, o cosmonauta Yuri Gagarin, percorreu o mundo para promover a tecnologia aeroespacial soviética e esteve em Brasília. Na nova capital da República, Gagarin foi recebido e condecorado com a Ordem do Cruzeiro do Sul pelo então presidente Jânio Quadros e, ao conhecer os palácios concebidos por Oscar Niemeyer e o Plano Piloto de Lúcio Costa, exclamou: “A impressão que tenho é a de estar chegando a um planeta diferente”. Vinda de alguém habituado ao cosmos, a frase de Gagarin é bem significativa. Brasília é surpreendente em cada aspecto arquitetônico e urbano. Parabéns, Brasília, pelos seus 50 anos!

Jânio condecora o cosmonauta russo

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Só Volto ao Mar, Depois de Conhecer a Última Cachoeira da Serra do Espinhaço: Lapinha da Serra, Santana do Riacho, MG

Inércia Administrativa III

Quando não se percebe desabrochar numa administração uma liderança que estabeleça o norte e o paradigma administrativo, o que se tem é um grande espaço aberto que, em se tratando de política, é imediatamente ocupado por tantos quanto possam, conforme os ditames dos interesses pessoais e das oportunidades. O que ocorre é que o lugar que deveria ser ocupado pelo líder se fragmenta em vários outros pequenos espaços que são, prontamente, disputados por vários outros indivíduos, gerando uma confusa situação de luta pelo poder de mando, na qual todo mundo dá ordem e ninguém obedece. Uma das principais causas da letargia que, notoriamente, afeta a administração Prandini é a falta de um líder que coloque, com justiça, cada qual em seu devido lugar, agregando forças, trilhando um caminho a ser seguido por todos e estabelecendo o paradigma do governo, de modo a impedir que os desmandos e os orgulhos pessoais se aflorem num verdadeiro caldeirão de vaidades, onde ninguém se entende e todos querem mandar. Enquanto não houver um líder que aponte o norte, o que se verá é o que se tem visto: muito cacique pra pouco índio e, consequentemente, muita confusão, muita intriga, muita vaidade, e muito marasmo e ineficiência. O líder é aquele que agrega forças. Sinergia é a palavra.

Inércia Administrativa II

Na política, espaço é tudo. Aquele que não assume seu espaço fica sem lugar. O espaço é, duramente, conquistado e pode ser, facilmente, perdido. Vejo, hoje, o marasmo do governo como conseqüência de uma ocupação inadequada e oportunista de vários espaços políticos, salvo raras exceções. O sentimento político que se tem da administração é que a Prefeitura parece um navio sem rumo, sem leme e sem timoneiro. Não há um norte. Não há uma linha ou um paradigma de governo. Não há uma trilha a ser seguida. Ou seja, não há liderança, infelizmente. O que se vê é um vácuo primário de liderança.

Inércia Administrativa

É notório o marasmo que afeta a administração Prandini. Muitos creditavam a apatia do governo ao clima de incerteza imposto pelo processo de cassação do prefeito no TER de Minas. No entanto, o fantasma da cassação já é passado e a explosão de energia que se esperava eclodir, mediante o favorável resultado na Corte Eleitoral não vingou. As engrenagens da máquina administrativa não giram. Ao que parece, o fantasma da cassação não era o único motivo da paradeira do governo.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Rapadura no Ponto


Saiu no Rapadura:RESSENTIMENTO E POLÍTICA

“Se a visão cristã informasse mais o quadro da política, caminharíamos por estradas pavimentadas pela justiça, pela honestidade, pelo reconhecimento do bem. Onde houver uma migalha de beleza, de bondade e de verdade, seja nas próprias hostes como nas dos adversários, aí se semeia a esperança. E, por outro lado, a corrupção, o suborno, o abuso dos meios de convencimento retratam a noite de nossa maldade. Que a luz vença as trevas!”
J. B. Libanio, domingo, no jornal O tempo.


A oração “o abuso dos meios de convencimento retratam a noite de nossa maldade” impõe o bom e velho dito popular: uma imagem vale mais que mil palavras.▲

Settran X Trânsito

Como já disse antes, aqui no Monlewood, o Settran deve empregar métodos mais filosóficos e cognitivos para a solução do caótico trânsito monlevadense. Gostaríamos, por exemplo, de conhecer os números e o relatório analítico, indicando os índices de contenções, de engarrafamentos e de velocidade média do trânsito na área central do município, realizado pelo setor, antes da instalação da Linha Azul e o mesmo relatório realizado após a implementação da Linha, para que, confrontados, soubéssemos qual foi, efetivamente, o benefício trazido ao trânsito pelas inúmeras intervenções realizadas pela Prefeitura. Se tais relatórios não existem é sinal de que o modelo de gestão do trânsito de Monlevade contraria sua própria natureza, porquanto o trânsito deve ser objeto do conhecimento filosófico (engenharia de trânsito) e, por tanto, estaríamos no caminho errado.

terça-feira, 20 de abril de 2010

“Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar”.


Castro Alves, 1870

Alguém Segura o Zé Jaime

Costumo dizer que o nível cultural de uma cidade pode ser medido pela quantidade de quebra-molas que existem em suas ruas. Pode observar: quanto mais atrasado o lugar mais abundantes são os quebra-molas. Quebra-mola é um recurso usado para persuadir o condutor do veículo a diminuir a velocidade em determinado ponto da via, quando, na verdade, apenas a sinalização de trânsito deveria ser suficiente para tal. Quando se percebe que os motoristas estão, massivamente, desrespeitando a sinalização do trânsito, a ponto de se haver a necessidade de se instalar os quebra-molas, uma coisa é certa: a educação não faz parte do cotidiano viário da cidade. Ou seja, as terríveis lombadas são o mais claro sinônimo de falta de educação no trânsito.
Dentro da tamanha complexidade que tem revestido o setor em Monlevade, o Settran deveria adotar abordagens mais filosóficas para atacar a problemática do trânsito. Ao contrário dessas abordagens obsoletas de, simplesmente, se disseminar quebra-molas por toda a cidade, o Settran deveria entrar nas escolas, começando, desde cedo, a educar os futuros motoristas e pedestres de Monlevade. Deveria fazer campanhas educativas e de conscientização. Veja, por exemplo, o caso dos cross-walks - também conhecido como cross-credo- instalados em frente ao Centro Educacional. Aquele misto de quebra-molas e faixa de pedestre deveria ser um ponto de travessia preferencial de transeuntes, mas são ignorados por motoristas e pelos próprios estudantes, pois não houve qualquer processo educativo que condicionasse o pedestre a utilizar o cross-walk para a travessia da avenida, nem do motorista para respeitar a preferência do transeunte naquele ponto, tudo em nome da segurança de todos. Trânsito é ordem, segurança e fiscalização. E sem educação não haverá nenhum desses elementos.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Entenda Como Funciona Mais Esse Esquema da Assembléia de Minas

Os deputados contratam gráficas para a impressão de suposto material, destinado aos próprios gabinetes e o gasto é contabilizado nas verbas indenizatórias, que são pagas com o dinheiro que vem de nossos impostos. Ocorre que tais materiais nunca são impressos e o valor pago pelos deputados é, mês a mês, contabilizado pela gráfica e aplicado apenas no período eleitoral para a produção de material de campanha, como santinhos e etc. Coisa de profissional. Ou seja, o deputado se utiliza, ilegalmente, do dinheiro público para o financiamento de sua campanha eleitoral, o que, além de ser uma corrupção sem tamanho, configura abuso de poder econômico e político, violando, inaceitavelmente, o princípio da paridade de armas do Processo Eleitoral. Caso sejam eleitos e comprovadas as denúncias, os deputados envolvidos podem ser facilmente cassados pela Justiça Eleitoral.

Mauri Torres, deputado envolvido no esquema

Foi Pra Isso Que Monlevade Elegeu Mauri ?

O deputado Mauri Torres está novamente nas manchetes dos jornais mineiros. Desta vez, acusado de fabricar notas frias destinadas à justificar gastos de seu gabinete na Assembléia de Minas e, por meio disso, utilizar-se de verbas públicas para o financiamento de sua própria campanha. Procurado por repórteres, Mauri Torres se defendeu, afirmando que quem cuida da contratação de serviços é sua chefe de gabinete. “Não sei com quem faz. Acho que nenhum deputado entra muito nesse assunto”. O gabinete de Mauri Torres é mesmo um campo fértil para esse e todo tipo de coisa. Em 1998, um assessor do gabinete de Mauri Torres, Naylor Andrade Vilela, recebeu da empresa SMP e B de Marcos Valério a soma de R$ 12.000,00 (doze mil reais), provenientes do escândalo do Mensalão Mineiro. Imagino que o deputado não deve saber disso também e que a responsabilidade deve ser de sua a chefe do gabinete. Foi pra isso que Monlevade elegeu Mauri?

Comprovante de depósito bancário no valor R$ 12.000,00 da empresa SMP e B em favor de Naylor Andrade Vilela, entre outros(clique na imagem para dimensioná-la à leitura).

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Rapadura no Ponto, Fresquina



O Blog Rapadura do marketeiro e jornalista prático Márcio Passos touxe hoje uma série de postagens, defendendo a fabulosa soma de dinheiro público que a Prefeitura gasta com publicidade, o que não é de se estranhar, já que o MP sempre viveu dependurado no úbere do erário. Êta bezerro guloso! O que não é de se admitir é o fato de MP se apoiar na ofensa de figura política da mais alta respeitabilidade e na subversão de valores democráticos para defender uma situação que, ao longo do tempo, lhe rendeu uma considerável fortuna, inclusive a sede de seu jornal.
Ao contrário do que afirmou MP, o ex-vereador e Sub-Prefeito Luís Cláudio do Patrocínio é uma das pessoas mais honradas e humanas de João Monlevade, titular de invejável e ilibada carreia política e Homem de vocação pública nata. Mentiroso é quem manipula, distorce, desvirtua e contamina informações, conforme interesses políticos, norteados pela ganância e pela usura.
É bem verdade que o direito à informação é elemento indispensável ao ambiente democrático. Contudo, é premissa de tal direito que a informação seja imparcial. Do contrário, ela se transforma em instrumento de manipulação e de fantasia, o que enfraquece e contamina o jogo democrático. Jornais ou outros veículos de comunicação dependentes do dinheiro público, muito dificilmente, são imparciais, assumido o caráter investigativo próprio da imprensa. É por isso que a Lei Orgânica Municipal determina que publicidade da Prefeitura deve ser feita por órgão da imprensa local, mediante licitação, ao contrário do que defende MP. Diz a Lei Orgânica:

Art. 152. A publicação das leis e/ou atos municipais far-se-á em órgãos da imprensa local ou regional e por afixação na sede da Prefeitura e da Câmara Municipal, conforme o caso.

§ 1º A escolha do órgão de imprensa para a divulgação das leis e atos administrativos far-se-á através de licitação, em que se levarão em conta não só as condições de preço, como as circunstâncias de frequência, horário, tiragem e distribuição.


É só cumprir a Lei.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Segurança Pública

Ontem, na sessão da Câmara Municipal, o assunto segurança pública foi novamente abordado, desta vez pelo vereador Belmar Diniz. O jovem edil reclamou da crescente violência que assola a cidade e, insatisfeito, levantou algumas considerações a respeito das polícias de João Monlevade. Neste caso, Belmar está no caminho certo. Problema de segurança pública é problema de polícia. Enquanto não encararmos a questão da violência urbana de frente, atingindo seu cerne e sua essência, não resolveremos este grave e vergonhoso problema. E o cerne da insegurança pública está, justamente, no modelo de polícia adotado pelo Estado brasileiro. Não há no mundo civilizado e desenvolvido um modelo de segurança pública baseado em duas polícias, como ocorre aqui em terras tupiniquins.
Por imposição constitucional, hoje, no Brasil, a segurança pública comum é atribuída à Polícia Militar e à Polícia Civil. A primeira empenhada no policiamento ostensivo e na preservação da ordem pública e a segunda com função de polícia judiciária ou investigativa. Em poucas palavras, a PM prende em flagrante delito e a Civil investiga o crime para a instrução do processo penal. Observe que as atribuições das duas polícias são indivisíveis, pois a investigação deve se iniciar no próprio flagrante e não em momento posterior à ele, posto que o crime também é indivisível. Assim, como ocorre nos países desenvolvidos, a mesma polícia que efetua a prisão em flagrante deve promover a investigação criminal. No Brasil, ao se adotar um modelo policial dividido, criou-se vários elementos que, somados, resultam na quase completa ineficiência policial, que é, hoje, a maior causa da criminalidade nacional. Estima-se que apenas 3% dos crimes ocorridos em território nacional são solucionados pela polícia, o que garante a impunidade, que por sua vez, estimula o crime. A existência de duas polícias impôs às polícias Militar e Civil uma situação de rivalidade que só alimenta a ineficiência do combate ao crime. A informação, por exemplo, que é a maior arma contra a criminalidade, não passa de uma polícia para a outra. A vaidade entre as duas corporações impede a parceria entre elas. Na maioria das vezes existe um choque muito grande entre as duas polícias e etc. Enquanto não forem unificadas as duas polícias, não há que se falar em efetividade na segurança pública. O modelo atual está falido e esgotado. Qualquer discussão sobre o tema Segurança Pública que não aborde a reforma do modelo policial brasileiro é inócua e uma perda de tempo.

terça-feira, 13 de abril de 2010

26 anos do A Notícia

Li no editorial do jornal A Notícia de hoje, dia 13, uma matéria escrita por seu proprietário, Márcio Passos, na qual se enalteceu a imparcialidade e austeridade do bisemanário, nestes últimos 26 anos de sua existência. Inicialmente, considero inadequado o uso do vocábulo imparcialidade, quando alguém enaltece a si mesmo, porquanto o jornal é resultado, dentre outras coisas, do ego de seu proprietário. Mas isso não é de se estranhar, vindo de um marqueteiro. Imagino que deva ser quase impossível para o marketeiro Márcio Passos deixar de exaltar as qualidades que ele mesmo atribui à sua obra. Nota-se que Passos levantou apenas as supostas qualidades objetivas de seu jornal. Não incorreu em questões subjetivas. Ele não disse, por exemplo, que o jornal é bem escrito, bem diagramado ou bem vendido. Seria muito narcisismo. Ademais é regra de marketing que o auto-elogio deva ser objetivo. Ele disse que o A Notícia é, imutavelmente, imparcial e dialético: qualidades que todos esperam de um jornal e, por isso, objetivas. Mas será que o A Notícia é realmente dialético e imparcial? Talvez fosse se o jornal não sucumbisse ao marketing. Marketing e jornalismo são ramos do conhecimento completamente incompatíveis. Seria como se alguém fosse advogado e juiz, ao mesmo tempo, o que é proibido por lei. Quando há a junção destes dois elementos, como é o caso de Márcio Passos, já que ele próprio se intitula jornalista prático e profissional de marketing, o resultado é apenas um: o jornalismo se torna instrumento do marketing. Aí, não há que se falar em dialética ou imparcialidade, o que não impede o jornal de dar toda e qualquer notícia. Mas as notícias passam a ser contaminadas por elementos de marketing que têm a incrível capacidade de subverter a realidade dos fatos para melhor ou para pior, para mais ou para menos, conforme o interesse e a oportunidade. Foi o caso da Farra do Lixo (caso Prohetel). A notícia foi veiculada pelo A Notícia, mas de forma minimizada, sem se usar expressões realistas como “fraude contra licitação”, por exemplo, e sim palavras suaves como “irregularidade” e etc. , dando a impressão de que tudo não passara de um descuido inconsciente, quando, na verdade se tratava do maior escândalo de corrupção de nosso Município. Já no caso da cassação de Prandini, houve até edição extraordinária.

PS- Repare ainda que no jornal A Notícia sempre sai alguma matéria sobre São Gonçalo do Rio Abaixo e sempre notícia positiva. São Gonçalo não tem mato na rua, não tem buraco, não tem fila em posto de saúde, não tem dengue... Isso me impõe a seguinte reflexão: será que Márcio Passos é marketeiro do prefeito de São Gonçalo, o Nozinho?

História das Minas de Ouro e Diamante: Gongo Socco, o Colosso Aurífero

A mina do Gongo Socco é, hoje, explorada pela mineradora Vale, que extrai de seus antigos talhos o minério de ferro. Do arraial original, onde viveram e trabalharam cerca de 100 ingleses, 100 mineiros e mais 600 escravos, restaram apenas ruínas. Transcrevo, a seguir, um extrato da obra Opulência das Minas Gerais, publicada em 1924, que conta um pouco da história desta, outrora, formidável mina de ouro:

Aspecto atual da mineração no Gongo Socco, Barão de Cocais

Quarenta léguas, pouco mais ou menos, ao norte de Vila Rica (atual Ouro Preto) está o distrito de Gongo Socco, destinado a vir a ser mais celebre talvez que nenhum dos estabelecimentos fundados outrora em Minas Gerais.
Na linguagem indígena, Gongo Soco significa literalmente, Caverna de Ladrões. Existe no país uma tradição que, cem anos atrás, numerosos bandos de negros rebelados depositaram suas tomadias numa caverna natural, que se acha no jardim da Casa Grande. Os lucros consideráveis que os faiscadores tiraram do solo banhado pela torrente do Socorro deram uma reputação de riqueza a este lugar.
Um chamado Câmara, que era proprietário dela, apreciava tão pouco o seu valor que vendeu o Gongo pela módica soma de 800 libras st. ao Guarda-Mor geral das minas, José Alves da Cunha. Muito pouco tempo antes da morte deste último, dois negros, remontando sucessivamente os aluviões auríferos do regado do Gongo, descobriram em 1817, um grosso fragmento de ouro quase maciço de peso de cinco libras (dois quilos e meio) embutido numa rocha micacea ferruginosa. João Batista Ferreira de Souza Coutinho, depois o Barão de Catas Altas, que havia sucessivamente desposado duas filhas do Guarda-Mor geral José Alves, dirigia os bens de seu sogro, que era ao mesmo tempo seu cunhado, tendo desposado em segundas núpcias a irmã do Barão. Ele conservou secreto o descobrimento dos dois negros e, pensando que o fragmento de ouro havia sido descoberto da parte superior da montanha, fez diversas pesquisas que o levaram até a superfície aurífera da camada atual do Gongo. José Alves morreu em 1818 e o Barão de Catas Altas, de intendente que era desta mina, se tornou por usurpação proprietário dela, pois que dispôs a seu sabor dos reditos sem prestar conta alguma a seus parentes que eram seus co-herdeiros. No espaço de oito anos, ele ajustou, segundo o método brasileiro, talho aberto, somas imensas que se podem avaliar em milhões de cruzados. Durante dois anos, extraiu quinze libras (sete quilos e meio) de ouro por dia. Julgando esgotada a Mina do Gongo Soco, o Barão de Catas Altas vendeu-a pela soma de 90.000 libras st. à Companhia inglesa Imperial Brazilian Mining Association.
Casa do Barão de Catas Altas , em Gongo Soco, em foto de 1913, já em pleno processo de deteriorização.

Esta companhia se tinha formado em 1824, na ocasião da grande mania das especulações das minas; seu capital consistia em 350.000 libras st., representado por dez mil ações de 35 libras st. Cada uma.
A propriedade de Gongo compreende uma extensão de três milhas e meia em largura e quatro e três quartos de comprimento; está situada num belo vale regado pela torrente do Socorro, cujas águas, constantemente lodosas e avermelhadas, atestam as lavagens das minas.
Colinas cobertas de florestas e de pastagens formam ao longe as raias deste profundo vale. Antes de fazer esta aquisição, a companhia I.B.M.A possuía os domínios de Antonio Pereira e Cata Preta, perto do Arraial do Infeccionado. Cada uma destas propriedades é tão extensa como o Gongo e ambas têm grande fama de riqueza, porem é somente quando a Companhia obtiver da assembléia legislativa uma redução de direitos e for equiparada aos direitos pagos pelas outras companhias, que se poderá se ocupar da exploração dispendiosa, visto a natureza do terreno e o curso das águas que correm num vale profundo e estreito.
Desde 1826, os trabalhos da mina começaram em profundidade e realizaram logo as esperanças dos acionistas. No curto espaço de doze anos, esta mina extraordinária rendeu mais de 30.000 libras (quinze mil quilos) de ouro, perto de um milhão e duzentas mil libras st. O governo brasileiro teve, por sua parte deste grande total, perto de 2.000 contos, 15.000 lib. st. como direito proveniente da produção da mina, e 120 contos, 15.000 lib. st. como direito de exportação. Pode-se avaliar em 2.000 contos o dinheiro gasto pela Companhia na província das Minas...
É verdade que estes resultados são comprados a custa de enormes gastos, porque as despesas dessas dessa exploração não se elevam a menos de 45.000 lib. st. por ano, não compreendidos os 20% pagos ao governo sobre os produtos a mina. O número de empregados é considerável e foi preciso assignar grandes salários para decidir pessoas inteligentes a virem estabelecer-se nestas solidões. Um mineiro ordinário recebe 8 lib. st. por mês. É justo acrescentar que a careza é excessiva num país onde o transporte dos gêneros é feito às costas de bestas e onde, na estação das chuvas, as estradas tornam quase impraticáveis. Por serem os trabalhos da mina levados à grande profundidade, único meio de se obterem resultados importantes, foram necessárias florestas inteiras para se escorarem as obras subterrâneas.
Como a formação aurífera do Gongo é um composto de substancias moles, são por consequinte mui rápidos os progressos dos mineiros, mas para que não haja interrupção em seus trabalhos, é indispensável que sejam protegidos por vigamentos De três em três anos, apesar da dureza das madeiras brasileiras, devem esses vigamentos ser renovados, por causa da umidade que reina nas galerias do escoamento. Por isso a maior parte das madeiras, nos arredores imediatos do Gongo, já foram destruídas e a Companhia foi obrigada a comprar florestas a grande distância da mina.
A falta de madeira se faz sentir em todos os lugares onde estão estabelecidas as Companhias de Mineração... A estes gastos enormes se devem também juntar as ladroices que se cometem nas explorações; nenhuma vigilância seria capaz de acabar inteiramente com elas.
Nas minas de ouro seria preciso que cada mineiro ao sair da mina fosse estritamente revistado. Como semelhante revista não se pratica no Gongo, resulta daí que, nos tempos da grande prosperidade da mina, muitos empregados subalternos ajuntaram fortunas consideráveis. Agora, ou por estar a mina menos rica ou por ser melhor a moralidade dos mineiros, ou por ser maior a vigilância dos capatazes da mina, é fato que as ladroices se têm tornado infinitamente menos freqüentes.
Nada é mais desigual nem mais variável que os produtos da mina do Gongo. Como diz muito bem o diretor atual: a bloo of the peck may turn the voay from poverty to welth, uma enxada pode de um pobre fazer um homem opulento.
Em 1826, Gongo Socco era um miserável arraial, agora é uma linda aldeia européia que conta com mais de mil habitantes ligados ao serviço da Companhia. Duas Igrejas, uma delas católica e outra protestante suprem os misteres espirituais desta população. Os protestantes não têm até o presente tido motivo de mostrar-se satisfeitos dos pastores que lhes têm sido enviados de Londres. O último sobretudo, em vez de ser ministro da paz, trouxe discórdia à pequena colônia. Queria por força pregar contra o catolicismo; foi somente suspendendo-o de suas funções que se consegui restabelecer o sossego no Gongo.
Todas as casas do Gongo são de pedra e a mor parte delas rodeadas de lidos jardins. O hospital é um edifício espaçoso, bem distribuído, que, em caso de necessidade, poderia conter cem camas.

História das Minas de Ouro e Diamante: as Companhias Inglesas e a Mineiridade Aurífera

A Mina de Ouro do Gongo Socco é tida como verdadeiro mito da mineralogia mundial. Ainda nos dias de hoje, ela é citada pela literatura mineralógica como uma das mais pródigas minas de ouro de todo o mundo. localizada, hoje, no município de Barão de Cocais, a mina pertenceu ao excêntrico e pitoresco Barão de Catas Altas, que, depois de apurar quantidade absurda de ouro de seus veios, tornando-se senão o homem mais rico do Brasil Imperial, a vendeu a uma companhia de mineração inglesa, a primeira de várias instituídas em Minas, inaugurando, assim, um novo panorama mineralógico na província, a partir do qual, os métodos arcaicos de cata do metal precioso foram substituídos pelo emprego de técnicas industriais, dentre elas, o uso de vagonetes e de pilões hidráulicos, empenhados, respectivamente, no transporte e no processamento do minério aurífero. Em trinta anos, de 1826 à 1856, sob a direção dos ingleses apenas, o Gongo produziu 27.887 quilos de ouro puro. Esta pouca conhecida fase da mineração aurífera deixou marcas culturais e econômicas indeléveis no povo mineiro.
No campo da cultura, por exemplo, do convívio com os ingleses das companhias mineradoras é atribuída a utilização por parte dos mineiros da interjeição “Uai !” (que exprime surpresa e/ou espanto), a qual possui semelhanças fonéticas e semânticas com o vocábulo Why utilizado na língua inglesa com o mesmo sentido do nosso “Por quê?”, ou como interjeição, assumindo, neste caso, o mesmo sentido do “Uai” mineiro. Nota-se que o “Uai” mineiro e o “Why” britânico possuem a mesma representação fonética, e, nota-se ainda, que o “Uai” é a expressão da língua portuguesa falada no Brasil que mais se relaciona com a identidade mineira. Ainda na composição de nossa mineiridade, os trains (vagonetes) ingleses que transportavam o material extraído da mina de Gongo Socco e de tantas outras, aquelas grandes máquinas tão estranhas aos olhos dos mineiros, originaram a expressão “trem”, comumente, utilizada em Minas Gerais para designar qualquer “objeto”, “coisa”, “troço” ou “negócio”.
Já no campo econômico, como os métodos de produção das companhias inglesas demandavam o emprego de uma variada gama de artefatos de ferro, forjarias do duro metal surgiram por toda a província, possibilitando o nascimento da vocação siderurgia mineira. No caso específico do Gongo Socco, as cabeças dos pilões hidráulicos e vários outros instrumentos eram fornecidos pela Fábrica de Ferro de Jean Antoine Dissandes Felix de Monlevade.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

60% Desta Educação é Pouco

Li na edição de sexta feira, dia 9, do jornal A Notícia que Administração Prandini afirma já ter executado 60 % de seu plano de governo para a educação. Muito bem. Monlevade, se comparada como a média estadual ou nacional, possui bons índices educacionais, mas ainda há muito que se fazer. O que falta para que o Brasil se torne um país desenvolvido e civilizado é a institucionalização de uma escola pública de qualidade, capaz de formar cidadãos conscientes e de não apenas alfabetizar, como ocorre hoje. Voltando à Molnevade, é fácil de perceber que, aqui, a educação precisa melhorar muito. O cidadão monlevadense de hoje não possui parâmetros para respeitar seus consortes nem mesmo a cidade. Hoje, não se tem noção do que é permitido ou proibido no Município. Em João Monlevade, poucos respeitam as leis de trânsito, as posturas, o ordenamento urbano, o meio ambiente, o direito alheio e o resultado é sempre o caos. E não fazem isso porque não foram ensinados a fazê-lo.
A escola deve preparar o cidadão para a vida, que, nestes tempos modernos, tem se apresentado, a cada dia, mais complexa. Assim, é na escola que o futuro cidadão deve ter os primeiros contatos com questões demandadas pela cidade, tais como cultura, direitos básicos, ordenamento urbano, meio ambiente, história da cidade e região, noções de estado, valores morais e éticos, etc.
Neste contexto, vejo o projeto educacional de Prandini como muito acanhado e tímido, principalmente, em se tratando de uma administração que se diz pautada pela mudança. Sem educação de qualidade nunca mudaremos. Somente a educação é capaz de civilizar um povo. Não sei como Monlevade pode aprimorar sua educação púbica, diante da diminuição de investimentos no setor, que ocorreu no governo Prandini. Veja os documentos abaixo, extraídos dos Orçamentos do Município, dos exercícios fiscais de 2005 à 2010(clique nas imagens para dimensioná-las à leitura):


Orçamento 2005, governo Moreira: despesa com educação fixada em R$16.671.200,00

Orçamento 2006, governo Moreira: despesa com educação fixada em R$18.608.200,00 ( acréscimo relativo ao ano anterior de R$ 1.937.000,00)


Orçamento 2007, governo Moreira: despesa com educação fixada em R$20.855.500,00 ( acréscimo relativo ao ano anterior de R$ 2.247.300,00)


Orçamento 2008, governo Moreira: despesa com educação fixada em R$26.844.000,00 ( acréscimo relativo ao ano anterior de R$ 5.988.500,00)


Orçamento 2009, governo Moreira: despesa com educação fixada em R$27.698.000,00 ( acréscimo relativo ao ano anterior de R$ 854.000,00)


Orçamento 2010, governo Prandini: despesa com educação fixada em R$27.070.900,00 ( decréscimo relativo ao ano anterior de R$ 627.000,00)

Nota-se que Prandini não apenas interrompeu uma trajetória de 5 anos de sucessivos aumentos de investimentos na educação do Município, como também diminuiu o investimento no setor, se comparado ao do ano anterior, em R$ 627.000,00.
Se quiserem tomar um parâmetro raso que demonstra que ainda há muito que se fazer pela educação de Monlevade, sem se adentrar na seara da transformação do setor, é só tomar como base o resultado dos vestibulares da UEMG e UFOP. Mais de 75% dos aprovados nos vestibulares daquelas universidades são de alunos de fora, o que demonstra que o aluno monlevadense não está preparado sequer para ingressar nas universidades do próprio Município. À propósito, não me lembro de constar do plano de governo de Prandini a redução dos investimentos em educação.

sábado, 10 de abril de 2010

Catástrofe de Niterói

É lamentável a capacidade recorrente que a sociedade brasileira tem de nos colocar numa situação de extrema vergonha. O tenebroso desastre ocorrido em Niterói é daquele tipo de acontecimento que me enche de vergonha de ser brasileiro. Como é possível imaginar que há apenas alguns quilômetros de onde se realizarão jogos da Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, dezenas de pessoas foram mortas, arrastadas e soterradas por uma avalanche de lixo, em suas próprias casas? Qual é o país que pretendemos ser? A tragédia de Niterói demonstra o quão catastrófico pode ser a soma do elemento ignorância com o elemento irresponsabilidade. No caso, a total negligência das autoridades públicas para com aquela localidade, ao longo de décadas, caracterizou-se como fator preponderante para a materialização daquele desastre colossal. Os responsáveis devem ser punidos, exemplarmente, para que, daqui em diante, os governantes sejam forçados, mesmo que por medo de cadeia, a respeitar a vida humana. Chega de impunidade!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Erro Nato

Que errar é humano todos nós já sabemos. Mas, deixar o erro passar em vão, aí sim é desumano. Devemos encarar o erro e aprender com ele, de modo a minimizar as chances dele se repetir. Desde que ganhamos as eleições de 2008, tenho aprendido muito com o erro. Aprendi que as artificialidades estão fadadas ao fracasso e, em se tratando da seara política, qualquer fracasso é muito traumático, alguns com profundas repercussões na qualidade de vida de todo o Município. A lição maior que tirei até o momento, é a de que ninguém constrói um líder. O líder nasce líder. A artificialidade de se colocar um líder inato é desagregadora, politicamente, e dela remanesce pouco benefício à aqueles que se colocaram na posição de liderados, principalmente, ao povo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Dinheiro Público

De acordo com estudos da mundialmente respeitada Fundação Getúlio Vargas, o custo médio de implantação de um amplo(cem metros quadrados por leito) e bem equipado hospital de cem leitos é R$ 17.495.000,00, conforme discriminação a seguir:


1. Custo da construção: 100 leitos x 100 m2/leito = 10.000 m2 / 10.000 m2 x R$ 900,00 o m2 = 9.000.000,00
2. Custo dos equipamentos hospitalares: R$ 70.000,00/leito =7.000.000,00
3. Custo dos projetos arquitetônicos: 2,5% da obra= 225.000,00
4. Custo dos projetos complementares: 3,0% da obra= 270.000,00
5. Custo dos projetos organizacionais =500.000,00
6. Custo do projeto de informática= 500.000,00
7. Custo Total= 17.495.000, 00

Na obra do Santa Madela, já foram gastos quase R$ 20.000.000,00 e o tão desejado hospital está muito longe de se tornar realidade. Além de sérios problemas técnico-sanitários de projeto que inviabilizam seu funcionamento, ainda falta a maior parte dos equipamentos e a finalização da construção. Caso seja, realmente, finalizado, será a Casa de Saúde mais cara do mundo. Outro exemplo de irresponsabilidade e descaso com o dinheiro público do governo Moreira.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

É a Hora do PT

Os próximos 30 dias serão de observação para o Partido dos Trabalhadores. É este o tempo que deve ser dado ao Prefeito para que mudanças profundas e necessárias sejam implementadas em seu governo. Do contrário, em não havendo mudança, o maior prejudicado, politicamente, será o próprio PT. O Partido dos Trabalhadores é uma agremiação forte e tradicional, em João Monlevade. Assim sendo, é natural que no imaginário da população o PT seja visto como principal articulador das decisões do governo. Desse modo, todas as conseqüências das decisões do governo e, principalmente as negativas, pois o governo tem errado mais do que acertado, recaem, naturalmente e com muita força sobre o Partido dos Trabalhadores. Para muitos, o PT é o principal responsável pelo insucesso do governo, até o momento. Talvez seja, mas não por incompetência e sim por não ter ainda ocupado seu espaço político dentro do governo. É chegada a hora de o prefeito demonstrar que possui a afinidade política que resultou na aliança eleitoral com o PT. Caso isso não ocorra, é o PT que deve demonstrar sua força e conquistar o seu lugar de direito no governo, sob pena de ter sua imagem política, junto à opinião pública, comprometida por sucessivas decisões desacertadas que nunca tomou.

Páscoa Generosa Para Prandini

Prandini conseguiu uma reviravolta surpreendente, ontem, no Tribunal Regional. Espero que outra reviravolta mais surpreendente ainda atinja seu governo. Este é o momento peremptório de se realizar uma necessária revolução no governo. É a hora de se abandonar o velho modelo, principal responsável pelo marasmo e pela ineficiência administrativa, e adotar algo novo, novo para o atual governo, mas clássico para a ciência política. Chegou a hora de abrir o governo ao povo, aos partidos e à base. Chega de Pacto Umbilical!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Rapadura no Ponto: Especial de Sexta Feira da Paixão


Preocupado com o Efeito Corja, Márcio Passos, prontamente, se colocou na defesa da imagem do deputado Mauri Torres, dedicando todo um extenso editorial do jornal A Notícia à apresentação de um apanhado piegas sobre trajetória política de Mauri que merece alguns comentários pontuais. O texto também foi postado no blog Rapadura. A comentação segue-se abaixo:

Mauri, a UFOP e a UEMG

Diferentemente do que afirma Márcio Passos, Mauri Torres não foi o maior responsável pela vinda da UFOP e da UEMG à Monlevade. A vinda das universidades fez parte de um acordo firmado entre o governo federal, o governo do estado e a empresa Vale como condicionante para a instalação da Mina de Brucutu, em São Gonçalo. Perceba que os cursos inicialmente oferecidos pelas universidades são todos voltados para a atividade mineradora: Engenharia de Minas, Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção e Sistemas de Informação. Monlevade foi escolhida, por ser a cidade mais próxima de Brucutu, com condições para abrigar as duas universidades.

Mauri e o Hospital Margarida

Pelo Hospital Margarida, Mauri Torres somente se interessou, após enxergar a revitalização da Casa de Saúde como uma oportunidade de lançar Lucien Marques candidato a prefeito. Veja que apesar de ter 20 anos de Assembléia, Mauri Torres só passou a articular recursos do estado para o Margarida 2 anos antes das eleições municipais de 2008. A estratégia era investir pesado na revitalização do Margarida e apresentar Lucien Marques como o grande Messias que devolveu o hospital para o povo, o que o habilitaria a concorrer e vences as eleições. Por questões próprias do processo eleitoral, tal estratégia não vingou. Outro detalhe que chama a atenção é que a empresa que executa as obras de construção do novo CTI é a Gervasio Engenharia, de propriedade de parente de Mauri Torres.

Mauri e o Hospital Santa Madalena

Já o Hospital Santa Madalena, que teve suas obras, igualmente, executas pela Gervasio Engenharia , apesar dos quase R$ 20.000.000,00 já gastos, está longe de ser concluído e amarga inúmeros problemas de projeto que o impossibilitam de funcionar. Como já afairmei em postagens anteriores, é o hospital (centro de especialidades ou o que for) mais caro do mundo. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o preço médio de um Hospital moderno de 100 leitos é de R$ 17.000.000,00. Ou seja, o Santa Madalena já superou em R$ 3.000.000,00 o valor médio de um hospital de seu porte e ainda está muito longe de ser concluído. Na verdade, como o projeto do Santa Madalena viola várias normas da Vigilância Sanitária, seu futuro como hospital é bastante improvável. Configura, na realidade, um vergonhoso vertedouro de dinheiro público, típico de governos perdulários e irresponsáveis, como o de Moreira.

Mauri e a Estrada do Forninho

Quanto ao asfaltamento da estrada do Forninho, ligando Monlevade à Itabira, cabe ressaltar que tal obra integra um projeto do Governo de Minas chamado Proecesso que, não é de autoria do deputado Mauri Torres. Foi, na verdade, coordenado pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas e executado pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais. Não foi Mauri.

Mauri e o Corpo de Bombeiros

Agora, e quanto ao Corpo de Bombeiros? Monlevade é uma cidade que sofre, constantemente, com incêndios terríveis. Porque Mauri Torres, nestes 20 anos de Assembléia, ainda não trouxe para Monlevade uma unidade do Corpo de Bombeiros? Será que Monlevade não necessita dos Bombeiros? Corpo de Bombeiros é uma instituição estadual, vinculada ao governo de Minas, se Mauri Torres é o político tão bem relacionado com os chefões do estado, seria muito fácil pra ele trazer os bombeiros para Monlevade. E por que, em vinte, anos ele não fez isso? Por que será que ele nem nunca tocou no assunto? Será que 20 anos foi pouco?

Mauri e a Polícia

E a Polícia Civil ? Onde está Mauri, quando o assunto é a Segurança Pública de Monlevade? A polícia é outra instituição vinculada ao governo do estado. Em Monlevade, a delegacia de polícia tem vivido dias de penúria, com falta de pessoal, equipamentos e estrutura. Outro dia , o próprio Delegado Dr. Edimar me disse que se a Prefeitura não cedesse funcionários para a Delegacia, ela teria que fechar suas portas. Por que, em vinte anos, Mauri Torres nunca se empenhou em melhorar as condições de operação e funcionamento da polícia monlevadense? Por que? Não deu tempo?

Mauri e o IML

E o IML? Instituto Médico Legal é outra instituição vinculada ao governo de Minas. Em Joao Monlevade, os mortos são empilhados numa sala sem refrigeração, em meio a baratas e moscas varejeiras, onde esperam, por horas, pela necropsia. O exame é realizado por legista, auxiliado por funcionários das funerárias, em condições, completamente, desumanas, até mesmo para quem já está morto, o que compromete a necropcia, dificultando o resultado da causa mortis. Cadê Mauri? 20 anos de Assembléia?