terça-feira, 2 de setembro de 2014

Minério de Ferro para o Hospital Margarida


Como a Arcelomittal não apresenta dado algum sobre a superexploração do Andrade, vou tentar apresentar alguns números no sentido de esclarecer a magnitude de tamanha riqueza, que diariamente, circula em nossas ruas.
Atualmente, corre a informação extra-oficial de que são extraídas da Mina do Andrade cerca de 300 carretas diárias de minério de ferro, com uma média de 40 toneladas por veículo (há dias em que o número de carretas sobe para 360). Considerando o preço da tonelada do minério de ferro, em julho de 2014, em 95 dólares e a cotação atual da moeda americana, em 2 reais e 20 centavos, conclui-se que a empresa fatura diariamente, o soma de 2 milhões e 508 mil reais. Em trinta dias, o faturamento da mineração no Andrade alcança a incrível soma de cerca de 75 milhões e 240 mil reais. Isso, considerando apenas o ferro escoado em carretas, sem levar em conta o que é transportado pela linha férrea.
Por certo, a cava da Mina do Andrade se encontra localizada no município de Bela Vista de Minas, para onde são recolhidos os respectivos royalties: apenas 3% sobre o lucro da mineradora. No entanto, como é Monlevade que absorve todo o ônus sócio-ambiental da atividade mineradora do Andrade, apresenta-se justa e razoável a necessidade da empresa contribuir com o custeio do Hospital Margarida, até mesmo como forma de compensar o Município pelos transtornos e danos causados pelo transporte rodoviário do minério de ferro. Além do mais, o Hospital também atende à população de Bela Vista, como os de toda a região.
Há que se ter em mente ainda que o Hospital Margaria foi concebido, construído e mantido durante décadas pela saudosa Belgo-Mineira, cujo desligamento com a casa de saúde se deu de forma unilateral e muito abrupta, não obedecendo a um procedimento escalonado e paulatino que propiciasse maior estabilidade econômica para o Hospital.
Exemplo semelhante é o de Ipatinga, onde a Usiminas mantém o Hospital Márcio Cunha.
Não há lei que obrigue a Arcelormittal a colaborar com o custeio do Margarida. Mas, moralmente, a empresa não só pode como também deve se unir aos esforços para manter o Hospital de Louis Ensch longe das crises financeiras e do risco de fechamento de setores importantes do hospital. E aquele valor de 240 mil reais que excede o faturamento mensal de 75 milhões com a mineração já seria algo bastante expressivo. Não é possível que tanta riqueza não possa se traduzir em justos benefícios para o cidadão monlevadense e para todos  os demais que buscam atendimento no Hospital.                    

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