Recentemente, a Prefeitura anunciou que estava contratando empresa para obter
dados, indicadores e índices sobre a operação do transporte público de passageiros no
Município, com o objetivo de instruir o edital de licitação que deveria
selecionar a nova empresa prestadora do serviço. Pouco depois, o prefeito
Laércio Ribeiro declarou com todas as letras que “a
licitação para escolher a nova prestadora do transporte público coletivo em
João Monlevade pode não atrair interessados”.
Primeiramente, a contratação de empresa para
levantar dados sobre a operação da Enscon revela o que todos já sabiam. O
Governo do PT não tem a menor noção do que acontece com a Enscon e a operação
do serviço do transporte coletivo em João Monlevade. Assim, restou comprovado
que o subsídio milionário concedido à empresa, anteriormente, se deu às
escuras, sem se saber o que de fato ocorre na Enscon, ou seja, prefeito e
vereadores assinaram um cheque em branco para concessionária, situação que se
distancia em muito da responsabilidade que a administração pública deve ter com
o dinheiro publico. Também ficou demonstrado que a Prefeitura não assume sua
função fiscalizatória diante da empresa, o que favorece bastante a péssima
qualidade do serviço. Aliás, se a Prefeitura do PT cumprisse sua função de
fiscalizar o serviço, colhendo dados do sistema, etc, não necessitaria de
gastar dinheiro público a fim de contratar empresa para levantar tais
informações. Tivesse reestruturado a fiscalização do serviço, as informações,
pelas quais a Prefeitura agora vai pagar uma nota preta para obter, já
constariam do banco de dados do SETTRAN.
Outra coisa que a tal contratação demonstra é
a falta de sensibilidade política do governo do PT junto aos usuários do
serviço. Contratar empresa para dizer o que o povo quer é atestado de incapacidade
política do gabinete do prefeito e insensibilidade para com os anseios do povo
de João Monlevade. Segundo, a declaração do prefeito no sentido de que a “licitação...pode
não atrair interessados” foi muito temerária e demonstra que o chefe do
Executivo não está muito entusiasmado com o procedimento. Foi um balde de água
fria para o usuário sofrido que acreditou um voto de mudança na atual
administração. E se depois da declaração de Laércio a licitação, realmente, não
atrair interessados? Vai ficar a impressão de que a licitação foi apenas para inglês
ver.
A verdade é que o serviço do transporte
público de passageiros em João Monlevade pode ser estruturado para servir ao
povo ou a projetos pessoais de poder, como tem sido usado há vários anos.
Infelizmente, Laércio não montou um governo para servir ao povo, mas sim para
servir ao projeto pessoal de poder de Fabrício Lopes, que já é candidato a
prefeito em 2024. E lembre-se, Fabrício é hoje o maior herdeiro do moreirismo
no Município e foi o ex-prefeito inelegível Carlos Moreira quem estruturou o
serviço do transporte público de passageiros para servir a seu próprio projeto
pessoal de poder. É por isso que a qualidade do serviço caiu tanto e o preço da
passagem ficou tão alto. Servir a projetos pessoais de poder custa caro e faz a
qualidade do serviço cair muito. Ou a Enscon serve ao povo, ou ela serve a
projetos pessoais de poder. Os dois, ela não pode fazê-los.
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