Sabe aquele jornal impresso que circula há décadas no
Município, nos dias de sexta-feira? Pois é... os leitores pegam aquilo para ler,
buscando se informar e achando se tratar de conteúdo jornalístico, quando na
verdade a maioria das matérias veiculadas naquele tablóide é produto de marketing ora contratado diretamente, ora
indiretamente e até mesmo trocado por cargo em algum governo.
É que o dono do jornal da sexta-feira, além de se autodeclarar
jornalista, também é marqueteiro de tudo quanto é político no Município.
Geralmente, quando é período de eleição, ele se declara marqueteiro em busca de
contratação. Terminada a eleição, ele passa a se autodeclarar jornalista,
apesar de não possuir formação acadêmica na área. Assim, ele é remunerado duas vezes, quando é
contratado pelos políticos e quando vende jornal.
O primeiro problema é que ao divulgar as muitas matérias de
marketing que estampam o seu jornal, ele desinforma a população, violando a
ética profissional do jornalismo ao não identificá-las como oriundas de
contrato de marketing. Veja o que diz o Código de Ética do jornalista sobre o
tema:
Art. 12. O jornalista deve:
[...]
IV - informar claramente à sociedade quando suas matérias
tiverem caráter publicitário ou decorrerem de patrocínios ou promoções;
[...]
Assim, como o jornal chama-se “A Notícia” e não “O Marketing”
e as matérias publicitárias não são identificadas como tal, conforme é o dever
ético do jornalista, o leitor acaba se desinformando pensando se tratar de
conteúdo jornalístico, quando na verdade tudo é produto de marketing vendido ou
trocado por cargo na administração publica.
Veja o que acontece em João Monlevade, por exemplo. Toda a
semana, o jornal vem recheado de fotos e de matérias favoráveis ao governo
local, etc, expondo claro viés publicitário, sem a devida identificação imposta pelo inciso
IV, do artigo 12 do Código de Ética do Jornalista, o que induz o leitor a
acreditar que aquilo guarda alguma relação com a realidade, quando na verdade
se trata de matéria de marketing trocada por cargo na prefeitura. Veja na ficha
funcional em anexo, emitida pelo Portal da Transparência, que a filha do dono do jornal, a servidora
comissionada, Viviane Ambrósio Passos, ocupa o cargo de chefe da Vigilância em
Saúde do Município, recebendo o salário de R$ 7.455,65, mesmo sem apresentar
qualificação específica para a função. Veja o que também diz o Código de Ética
do jornalista sobre o tema:
Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações:
I - visando o
interesse pessoal ou buscando vantagem econômica;
[...]
Vale dizer que, desde que a filha assumiu o cargo
comissionado na Vigilância em Saúde, o jornal A Notícia se encontra, tecnicamente,
impedido de divulgar matérias sobre a administração municipal, por haver conflito
de interesse. Contudo, tanto o impresso quanto o próprio marqueteiros jamais
deixaram de fazê-lo.
E o resultado tem sido catastrófico para a Democracia
Monlevadense e letal para a saúde pública o Município. Além de vir conduzindo,
há décadas, o eleitor a erro, sobretudo no momento do voto, confundindo-o com
conteúdo publicitário não identifico e, portanto, travestido de matéria
jornalística, Monlevade ainda não tem tido imprensa que cumpra a sua função de
pautar os problemas da cidade, já que o marqueteiro jamais vai expor ao público
a ineficiência de seus clientes, muito menos a do patrão da filha dele. E como se
já não bastasse todo o efeito negativo que um órgão de imprensa, eivado de
suspeição e não isento, pode causar à Democracia que, ao contrário, exige uma
imprensa livre, a aparelhagem do marqueteiro na administração pública local já
consumiu a vida de um número expressivo de monlevadenses.
Não é coincidência que justamente sob a chefia da filha do
dono do jornal na Vigilância em Saúde o Município venha sofrendo o pior e mais
letal surto de dengue de sua história. Apenas no ano passado, foram 5 casos
confirmados de mortes no Município pela dengue e outros 10 casos suspeitos,
sobre os quais nada se informou, muito menos pelo jornal do pai dela. Em 2024,
João Monlevade viveu seu mais letal surto de dengue, sem que a chefe da Vigilância
Sanitária, Viviane Ambrósio Passos, tivesse emitido sequer um único boletim
epidemiológico. Também houve negligência
nas autuações epidemiológicas, necessárias à habilitação do carro fumacê para
combate da dengue.
O segundo mês de 2025 já está terminando e tudo segue armado
para o prosseguimento da tragédia da dengue no Município, inclusive o
aparelhamento do órgão competente para o combate da doença. É como sempre digo,
não há como obter resultado diferente, agindo sempre da mesma forma. E o marqueteiro ainda se gaba de fazer isso há
quase quarenta anos. A regra é simples, não dê ouvidos a quem é $uspeito para se manifestar.
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