O fim de semana passado foi mais um vivido no Hospital
Margarida sem a presença de plantonistas pediatras.
A ganância desumana decretou: as crianças de João Monlevade
ficam proibidas de adoecer nos fins de semana.
Monlevade tem cerca de 20 pediatras. E destes, pouquíssimos
são os que se disponibilizam a dar plantões no Margarida. E o motivo é simples:
a irrevogável lei econômica da demanda e da oferta. São tão poucos os pediatras
que os médicos dedicados a tal especialidade chegam a receber rios de dinheiro
apenas atuando em seus consultórios. E, assim, não precisam roer o osso dos
plantões.
Para os pediatras monlevadenses, com as exceções de praxe, o
juramento de Hipócrates é coisa apenas da boca para fora e a medicina já
perdeu, há muito, seu caráter humano, para se tornar apenas mais um meio de se
ganhar muito dinheiro.
O Brasil tem, hoje, a metade de médicos per capta, se
comparado a países vizinhos como Argentina e Uruguai (não vou nem citar os do
1º Mundo). Na economia, quando há escassez de um produto, o que se faz é importá-lo.
Então, que venham pediatras de Cuba ou de qualquer outro lugar! Que se dobrem
ou se tripliquem as vagas para estudantes de medicina país afora!
E que a Unimed, a Associação Médica e o Conselho Regional de
Medicina descruzem os braços para enfrentar uma das maiores questões éticas da
atualidade, pois a imagem da classe já começa a sofrer desgaste junto a opinião
pública.
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