terça-feira, 10 de julho de 2018

Roubo do Ouro


O que chama a atenção a respeito do episódio recente de “roubo de ouro” na região são as vítimas, sempre mineradoras estrangeiras como a Anglogold, a Jaguar Mining, etc. O mineiro hoje não é mais proprietário das Minas de Ouro. Quanta saudade do jugo português! Como são saudosos aqueles tempos, quando o Brasil era colônia de Portugal e o mineiro podia ser proprietário das minas auríferas e minerá-las! Pois é... naqueles idos, quem descobrisse o ouro era dono dele. Hoje, as minas são dos estrangeiros. Os mineiros participam da mineração apenas por meio de cada vez menores postos de trabalho. 
É realmente assustador como o mineiro deixou de ser mineiro, deixou de minerar. Não se vê mais ninguém minerando, além das grandes mineradores estrangeiras. O ouro bate recordes de preço, chegando a R$ 150,00 o grama, mas o mineiro não pega na bateia para minerar. A região é muito rica em ouro e mãos treinadas podem apurar na bateia o rendimento de 2 gramas de ouro diários, o que representaria a renda de R$ 300, reais. Em dez dias de trabalho, daria um a renda de R$ 3.000,00, nada mal num país em crise econômica. 
Está desempregado? Adquira já a sua bateia e dirija-se para as aluviões. Procure conhecer as técnicas. Em Minas o ouro ocorre sempre associado ao minério de ferro. São dois os movimentos. O primeiro deve fazer com que o material coletado se desagregue sobre a bateia. A pinta de ouro que cair na bateia jamais deve sair dela. A função da bateia é aprisionar o ouro e descartar todo o restante do aluvião. O segundo é circular e deve fazer com que o material processado, que é mais leve, seja descartado pela tangente, concentrando o ouro, que é muito mais pesado, no fundo da bateia. E nada de uso de mercúrio. 200 anos de mineração do ouro nos aluviões não destruíram os rios e ribeiros de Minas, situação muito diversa do que já aconteceu com a mineração do ferro e o Rio Doce.

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