terça-feira, 23 de julho de 2019

Hospital Margarida: Silêncio Sepulcral da Imprensa Marqueteira



Embora já se tenha anunciado a grave situação financeira do Hospital Margarida, o tema não tem sido pautado com afinco pela imprensa local. Ainda hoje, o valor consolidado da dívida do hospital sequer foi anunciado. E pior, não se sabe o quanto cresce a dívida nem como vem se comportando o excesso de gasto do hospital. Observa-se que, apesar da crise, o hospital vem contratando mais pessoal e não abre mão de algumas prestações de serviço que deveriam ser consideradas inoportunas no momento de dificuldade financeira, como por exemplo, a de reforma de construção civil. Ninguém reforma a casa quando está desempregado, porque gera endividamento. Mas o que se vê é o contrário, sugerindo que a dívida do hospital tem acelerado seu crescimento.
Há alguns meses, o provedor José Roberto Fernandes anunciou que o hospital poderia fechar suas portas e que o problema financeiro do hospital era a dívida de 4,5 milhões do governo do estado. Veja que o valor apontado pelo provedor não é muito distante da soma corrigida dos recursos que o hospital poderia ter arrecadado com a realização do Bingo em 2016, 2017, 2018 e 2019. Valores tais que apenas não entraram nos cofres do hospital porque o próprio provedor descaracterizou a natureza filantrópica do evento, forçando uma liminar da Justiça que se viu forçada suspender o Bingo, que jamais voltou a ser realizado: a verdade é que, depois do ocorrido, ninguém mais teve coragem de adquirir cartela do até então tradicional Bingo do HM.
O fato é que ninguém revela o tamanho exato da dívida do hospital nem sua projeção. É o segredo mais bem guardado da atualidade em João Monlevade. O provedor jamais revelará, pois os números - que nunca mentem- atestariam, matematicamente, a verdade sobre o hospital, que é palanque eleitoral para 2020. Os jornais locais também não revelarão, pois não revelaram nem o que aconteceu no pretenso e interditado hospital Santa Madalena ao desperdício de muito mais de 22 milhões de reais. Quando foi que um jornal local entrou no prédio do antigo terminal rodoviário e revelou para a comunidade monlevadense tudo o que fato aconteceu ali? Nunca! Hospital tem sido palanque eleitoral, tanto um como a promessa do outro. Com raras exceções, os impressos locais são controlados ou associados a marqueteiros de políticos, de prefeitos, de presidente da Câmara, de provedor de hospital, de vereador, etc. Quando é que o marqueteiro vai revelar a verdade que denigre a imagem de seu cliente? Jamais! Então, quando ler matéria sobre o hospital Margarida nos impressos locais ou sentir falta delas nos jornais, lembre-se de pesquisar se aquele que se declara jornalista tem ou já teve contrato de marqueting político aqui no Município, porque jornalismo e marqueting são atividades, eticamente, incompatíveis que só produzem desinformação quando conjugadas. Trata-se de um estado de coisas muito custoso para a população, já que favorece a manutenção do mau gestor no poder, possibilitando que o mesmo tenha nova oportunidade para gerir mal e a bola da vez é o HM. Já escrevi e volto a dizer. Se não houver uma mudança de postura em relação ao que acontece com o HM, o único hospital da cidade não terá destino muito diferente do que teve o pretenso Santa Madalena. É preciso começar a pensar numa lei municipal que obrigue a Associação São Vicente de Paulo a prestar contas semestrais em audiência pública na Câmara de cada centavo de dinheiro público que é gasto no Hospital Margarida, além das contratações de pessoal, prestadores de serviço, terceirizados, etc. Só não sei se vai dar tempo.

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