quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Moradores do Areia Preta à beira do protesto contra poluição da Arcelormittal


 Moradores do Bairro Areia Preta estão à beira da sublevação contra a poluição gerada pelas atividades mineradora e siderúrgica da Arcelormittal no Município. Conhecidos por fecharem o trânsito local em ocasiões passadas, os moradores do Areia Preta afixaram, recentemente, duas faixas na Avenida Getúlio Vargas, principal artéria econômica da cidade, com os seguintes dizeres: “A poluição da Arcelor destrói a dignidade, a saúde das pessoas e o meio ambiente” e “Arcelor, ouça nosso grito de socorro, tantas reuniões e nenhuma solução, merecemos respeito”. 
A poluição emitida pelas atividades da Arcelormittal, que atinge o bairro tem fontes diferentes: o particulado carreado junto do trafego pesado de carretas no local, o particulado da Sinterização e o particulado gerado na pátio de metálicos, localizado não muito longe dali. É de conhecimento geral que a mineração e a siderurgia são atividades altamente poluidoras. Contudo, a Arcelormittal precisa entender que ela tem a obrigação de limpar o que suja e de implementar os manejos que reduzam a geração de poluição, seja na Mina do Andrade ou na Usina. 
O entorno da Usina, então, encontra-se extremamente sujo e acinzentado. Em alguns pontos é possível ver o breu tomando conta do exterior dos equipamentos como é o caso da estação de tratamento de efluente ao lado do Zebrão. As sarjetas das ruas estão cobertas por meio palmo de poeira siderúrgica. Os telhados, calhas e terreiros das casas estão sempre cobertos do pó da Sinterização, que só pode ser removido com o emprego de água e muito trabalho pesado. O piso do pátio rodoviário do depósito de carvão, por exemplo, localizado ao lado do leito do Rio Piracicaba, tem um palmo de pó de carvão e pilhas e mais pilhas do combustível. Moradores do Centro Industrial sentem falta da imensa labareda que era utilizada para queimar o monóxido de carbono, que é um gás venenoso, que pode matar e é expelido do Ato-forno. E em relação à Sinterização, gostaria de discorrer um pouco mais. O sinter é a mistura que vai para o Alto-forno e é constituído, basicamente, de minério de ferro, carvão mineral e calcário, tudo muito fino. Para produzir o sinter, emiti-se muito particulado. Daí a necessidade da instalação de um filtro eletrostático, que consome muita energia elétrica. Já vi, nas redes sociais, engenheiro da Arcelormittal defendendo o filtro da Sinterização, como sendo um equipamento atualizado e eficaz. Mas e quanto a sua operação? Ele funciona 24 horas por dia? Por que durante a penumbra da noite é possível ver uma coluna de pó de sinter subindo para a atmosfera partindo da Sinterização? É normal emitir coluna de sinter durante a noite ou o filtro é desligado para reduzir o custo com a conta de energia elétrica? 
Como se vê, a Arcelormittal tem muito o que esclarecer, limpar e fazer.

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