Depois do fraco desempenho administrativo dos três últimos prefeitos de João Monlevade, todos relativamente jovens, o eleitorado re-elegeu Laércio prefeito. O recado das urnas havia sido claro. O eleitorado não queria mais saber de aventuras juvenis na Prefeitura. Queria algo certo e já experimentado. Laércio já havia sido prefeito e a memória do povo era de uma boa administração. O eleitorado queria ver no poder de novo aquele governo desenvolvimentista adotado por Laércio, a partir de 1996. Afinal, bastava repeti-lo que o resultado seria bem melhor do que aquele percebido com os últimos três prefeitos.
Mas, então Laércio anunciou o nome do vice, Fabrício Lopes (fotos),
que havia, justamente, sido situação nos últimos três governos municipais e,
mais do que isso, vice-prefeito da Simone, consorte conjugal do ex-prefeito inelegível
Carlos Moreira e última colocada na eleição de 2020. Naquele momento já se falava num vice-prefeito
participativo e já candidato à cadeira do Executivo em 2024. Até aí tudo bem. Esperava-se que Laércio repetiria o memorável governo de 1996
e, a partir de um bom resultado administrativo obtido, ele figuraria como
principal cabo-eleitoral da pretensa candidatura de Fabrício em 2024. Era o que
se esperava. No entanto, não foi o que aconteceu.
Depois de eleito, Laércio Ribeiro e seu gabinete,
representado por Gentil Bicalho e Geraldo Giovani, compuseram um governo muito diferente
daquele de 1996. Mais de 80% dos cargos foram preenchidos por cabos-eleitorais
de Fabrício, que não são muito diferentes dos cabos eleitorais de Simone e
Carlos Moreira. Assim, de última colocada nas eleições de 2020, Simone/Carlos
Moreira se viu bastante contemplada na composição do governo através de
Fabrício Lopes, contrariando a vontade das urnas. E o resultado não poderia ser outro: um governo conservador e,
portanto, de resultado administrativo pouco diferente dos que o antecederam.
Além de uma cidade imunda, mal tratada, do caos na saúde
(Hospital Margarida e Santa Madalena), transporte público caro, de péssima
qualidade, etc, o munícipe agora tem que conviver com a notícia muito preocupante
e desconcertante de que Bolsonaro venceu a eleição do segundo turno em João
Monlevade.
O eleitor precisa compreender e enxergar com os próprios
olhos que até o presente momento, além da inação geral em relação aos
principais problemas da cidade (círculo vermelho nas fotos), o resultado do projeto político “desenvolvimentista”
que o gabinete de Laércio tem apresentado para Monlevade foi a vitória de
Bolsonaro no segundo turno. Lula jamais tinha perdido em João Monlevade. Perdeu
agora, justamente, quando o prefeito é do PT, o que é muito emblemático e
revelador. Volto a dizer, é preciso
urgentemente que a sociedade monlevadense se organize de modo a conceber um
novo grupo político, alternativo ao PT local, que venha a ser cabaz de
implementar um projeto desenvolvimentista para o município e de conduzir a
política como a ciência coerente que ela deve ser, caso seja eleito. Porque é
visível que o PT local se esgotou e perdeu tal capacidade.
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