segunda-feira, 29 de junho de 2015

Enscon já Deu o que Tinha de Dar

Na foto, pau-de-arara, com a seta quebrada, transporta estudantes do Rota: os ônibus mais velos da Enscon são usados, justamente, no transporte escolar.  


Está em vigor desde ontem o aumento de 12% sobre a tarifa do transporte coletivo para quem paga a passagem em dinheiro nos ônibus da Enscon, que passa de R$ 2,65 para R$ 2,90.  O Conselho Municipal de Transporte (CMT) justificou a necessidade do reajuste no aumento do preço do diesel e no retorno da incidência do PIS e Cofins.
É, simplesmente, incrível como a Enscon segue, livremente, a discriminar os usuários do transporte coletivo, punindo com sobretaxa da tarifa aquele que não se submete a seu sistema de bilhetagem eletrônica que já mandou 200 trocadores para a rua da amargura.
Engraçado é que quando, em 2013, foi decretada a isenção do PIS e da Cofins, a Enscon não repassou tal desoneração ao preço da passagem. A redução drástica de sua folha de pagamento, da qual foram demitidos mais de 200 pais de família,  proporcionada pela utilização do esconcard, também nunca foi repassada para o preço da passagem.      
Aliás, o que se tem visto nos últimos anos no que diz respeito a Enscon é uma empresa que só aumenta seus lucros, de todas as maneiras possíveis e impossíveis, enquanto a prestação do serviço público de transporte coletivo apenas piora, drasticamente, em qualidade.
A Enscon, que responde a processo por fraude contra a licitação, não é fiscalizada em, absolutamente, nada pela prefeitura dos Torres. É ela própria, por exemplo, que informa ao Settran dados importantes na composição do preço da passagem como o número de passageiros que circularam em seu sistema, o quanto de diesel, pneus e lubrificantes foram gastos naquele mês, etc. Lá é, literalmente, a raposa que toma conta do galinheiro! O Settran não colhe nenhuma informação dentro da empresa. E também não fiscaliza a situação dos ônibus, os itinerários e os horários dos mesmos. A quantidade ônibus, com mais de 5 anos de uso, em operação na Enscon, expelindo grande volume de fumaça pelas ruas da cidade, é imensa. Os mais velhos são utilizados, justamente, para transportar as crianças do sistema escolar. Nem a faixa amarela com os dizeres “escolar”, que, segundo a legislação de trânsito, deveria identificar os coletivos dos estudantes, é respeitada pela Enscon. Ela faz o que quer, como quer, na hora que quer! Em Monlevade, ônibus é só na hora do rush e, mesmo assim, lotado e imundo. Se um cidadão precisar se locomover fora do rush, pode esquecer.
Alguém sabe quanto a Enscon lucra por ano no Município? Só o Mauro Lara, dono da empresa, saber porque a planilha utilizada para a composição do preço da passagem é, imensamente, obscura e não permite o conhecimento dessa informação tão básica. Como é possível ao CMT sugerir aumento da passagem, sem conhecer o lucro da empresa?  
A verdade é que João Monlevade se encontra refém da Enscon. E, tratando-se de um serviço, diretamente, ligado ao direito de ir e vir, capaz de trazer conseqüências para o meio ambiente, para a economia do Município e para a qualidade de vida dos munícipes, enquanto vigorarem os abusos cometidos pela Enscon, Monlevade não volta aos trilhos de desenvolvimento nem por reza brava.  
A Enscon já deu o que tinha de dar. A empresa se encontra como um “modus operandi” tão viciado que seria impossível voltar a fiscalizá-la, por exemplo, o que é vital para a volta da qualidade na prestação do serviço. Passou da hora do Município promover nova licitação e contratar uma outra empresa que tenha uma filosofia muito mais moderna e correta na prestação de tão importante serviço.       

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