A edição da última sexta-feira do Jornal A
Notícia veiculou matéria preocupante sobre a situação financeira do Hospital
Margarida. Segundo o impresso, “o fantasma do fechamento voltou a assombrar o
Hospital Margarida” , que tem a receber do governo do estado R$ 4.201.188,31 em
atraso , através do convênio Pro-Hosp. Para o provedor da casa de saúde, José Roberto
Fernandes, o único hospital em funcionamento no Município pode fechar suas
portas: “não tem como o Hospital sobreviver a esse calote”, afirmou.
Em primeiro lugar, sempre chama à atenção a falta de transparência
em relação as contas do hospital. A dívida consolidada do HM corresponde
exatamente ao valor de quatro milhões e duzentos mil reais atrasados pelo
estado ou é maior e não foi revelado pelo provedor ?
Em segundo lugar, chama mais ainda atenção o
termo utilizado pelo provedor José Roberto Fernandes: “calote”. E em relação ao
que ocorreu com o ex-tradicional Bingo do HM, que foi transformado num evento
comercial pelo atual provedor, tendo de ser suspenso pela Justiça, a pedido do Ministério Público e
os valores pagos pelas cartelas, estimados em cerca de 1 milhão de reais,
jamais foram devolvidos aos participantes? O nome disso também não “calote”? Como se vê,
calote gera calote.
Mas a verdade matemática da dívida agora
verificada no HM é que se o provedor José Roberto Fernandes não tivesse, em
2016, descredenciado a AAHM, que por uma década realizou o Bingo do Hospital
sem qualquer problema, e não tivesse contratado, sem o menor critério técnico,
uma empresa de engenharia de Viçosa, reduto eleitoral de Rodrigo de Castro, desvirtuado
o caráter filantrópico do evento, muito provavelmente o Bingo teria sido
realizado naquela oportunidade, rendendo cerca de 1 milhão de reais em receita
para o orçamento HM. E se o Bingo tivesse sido realizado também em 2017 e agora no fim do
ano de 2018, seriam mais 2 milhões de reais para o HM. No total, de 2016 a 2018, o Bingo
poderia ter rendido 3 milhões de reais ao HM, não fosse a ingerência de José
Roberto Fernandes, que arrasou a credibilidade do evento que já vinha se firmando
como um dos mais importantes do calendário monlevadense. Se considerados os juros e correção monetária
do valor arrecadado pela venda das cartelas em 2016 e os juros e correção dos
valores que deveriam ter sido arrecadados em 2017 e em 2018, a receita do Bingo
chegaria perto de cobrir a quantia, agora, anunciada com dívida, pelos atrasos dos repasses do estado.
Então não há como chegar a outra conclusão
matemática. A ingerência do provedor José Roberto Fernandes em relação a Bingo
do HM só vem contribuindo para o agravamento da dívida do hospital, favorecendo
o risco de fechamento do único hospital da cidade. Não pode ser outra a verdade.
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