quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Associação Médica fala em transparência, confiança, respeito mútuo e sugere mudança na administração do Hospital Margarida


No desdobramento de mais um capítulo de crise no Hospital Margarida, o destaque foi para o pronunciamento do médico Dr. Antônio Gabriel, que, representando da Associação Médica de João Monlevade, fez uso da Tribuna Popular na sessão ordinária de ontem no Legislativo. 
Com discurso preciso e repleto de aforismos pertinentes e bem colocados, Dr. Antônio Gabriel demonstrou a preocupação da comunidade médica local com a crise em que se encontra o Hospital Margarida e que vai muito além da grave situação financeira da casa de saúde. O médico cobrou ação das autoridades ao ponderar que “tão importante quanto falar é agir e reagir” e caracterizou sua própria fala naquela ocasião como “um grito de alerta”, o que fez transparecer certo esgotamento da classe em relação às situações vivenciadas no hospital. Contestou com propriedade a recente e infeliz colocação do vereador Sinval Jacinto de que “médicos estão ricos à custas do Hospital Margarida”, ao se referir à grave situação de que, desde fevereiro, a administração do hospital tem utilizado os honorários que deveriam ser repassados aos médicos para pagar parte da dívida da instituição, de forma unilateral , sem o consentimento dos médicos. Esclareceu que, recentemente, foi encaminhado pela classe pedido ao CRM para intervenção no Hospital Margarida. Esclareceu também que, numa consulta realizada recentemente, o Departamento Jurídico da Associação Médica de Minas Gerais informou que "nesta situação de apropriação indébita de repasse de honorários médicos cabe a abertura de processo na esfera cível, criminal e trabalhista", o que é muito grave. Esclareceu ainda que foram iniciadas as ações para a criação de uma cooperativa dos médicos do Hospital Margarida, para que os repasses passem a ser feitos por meio da mesma e não mais pela administração do hospital, o que confirma o descrédito da classe em relação à ASVP. E sobre a entidade mantenedora do hospital foi enfático: “o hospital precisa de uma administração muito enxuta e profissional para não gerar déficits. É público e notório que uma administração politizada gera custos muito mais elevados do que os necessários”, numa clara alusão ao inchaço e ao aparelhamento político vivenciados pela casa, ultimamente. Também asseverou que “transparência, confiança e respeito mútuo que são condições indispensáveis ao crescimento e bom funcionamento de qualquer hospital”, numa clara referência de que a crise do Margarida vai além da financeira. E por fim, sugeriu uma avaliação sobre a possibilidade de a Fundação São Camilo e a Pró-Saúde assumirem a administração do hospital novamente, o que pode ser interpretado como uma clara rejeição da classe ao atual modelo administrativo conduzido pela Associação São Vivente de Paulo. 
Como se vê, a crise da administração do Hospital Margarida com os médicos, iniciada na gestão do provedor José Roberto Fernandes e repleta de episódios de perseguição contra médicos, processos judiciais perdidos pelo provedor, mandado de segurança, representações infundadas junto ao CRM contra vários médicos, ingerência junto ao Corpo Clínico, apropriação indébita de repasses de honorários, etc, agora chega a seu apogeu. Nunca se vira tamanha crise entre médicos e a administração do Hospital! O recado foi dado ontem na Câmara. A interpretação que se faz é que os médicos rejeitam não só a provedoria de José Roberto Fernandes como também a politicagem irresponsável da Associação São Vicente de Paulo. E é bom que o provedor se lembre, sem médicos não há prestação do serviço de atendimento à saúde da população, seja ele público ou privado.

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