quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Desdobramento de crises do Hospital Margarida bate à porta da Câmara



Desde que assumiu a provedoria do Hospital Margarida em abril de 2016, o mandato de José Roberto Fernandes à frente da Associação São Vicente de Paulo tem sido marcado por uma evolução de crises, que, finalmente, atinge a Câmara de Vereadores.

Braço direito do ex-prefeito inelegível Carlos Moreira, José Roberto Fernandes, já assumiu o cargo demonstrando grande indisposição para com os médicos do Hospital Margarida. Com poucos meses no cargo, foi à imprensa mentir sobre médico do Corpo Clínico do Hospital, como o objetivo claro de denegrir a medicina. Ali, começava a crise com os médicos do hospital. Foi processado e condenado a retirar a mentira que fez difundir na internet e a pagar indenização pelos danos morais sofridos. Logo depois, utilizou de jornal impresso para mais uma vez buscar denegrir a medicina realizada dentro do HM. Foi condenado pelo TJMG a se abster de denegrir o médico e o jornalista envolvido foi condenado a conceder o direito de resposta devido. Representou contra o médico junto ao CRM e também perdeu, pois novamente era tudo mentira. Tentou interferir em questão médica dentro da Clínica Urológica e teve ofício anulado pela Justiça. Chegou até a chamar a polícia para médico do hospital, frustrando-se diante da alegação da Polícia Militar de que não poderia agir diante de questão administrativa da casa. Se o José Roberto detesta médicos, não deveria ser provedor do HM, pois, sem eles, não é possível a prestação do serviço de atendimento à saúde da população que ele deveria prover. Mas esta foi apenas a primeira crise do mandato de José Roberto, a que se pode chamar de crise médica. Muitas outras viriam.
Pouco depois de instalada a crise médica, ainda em 2016, José Roberto se viu em volta à uma profunda crise de credibilidade, devida à suspensão judicial do Bingo, até então, uma importante fonte de recursos para o Margarida. Não gestão de José Roberto, o Bingo perdeu seu caráter filantrópico, tendo sido contratada por ele empresa de viçosa para a realização do evento, o que, diante da grave irregularidade, demandou ação do Ministério Público que, atendido pela Justiça, suspendeu a sua realização. Daí em diante, o Bingo jamais foi realizado. Como José Roberto não prestou contas do valor de 1 milhão de reais arrecado com a venda das cartelas, ninguém mais teve a coragem de adquirir uma. Daí, então, porque chamá-la de crise de credibilidade.
A crise de credibilidade, que arrasou a imagem do Bingo, favoreceu o agravamento da crise financeira, também marca da gestão José Roberto. Sem a importante fonte de receita que era o Bingo, as contas do hospital pioraram muito, evoluindo para uma crise administrativa, uma vez que, sem dinheiro para honrar seus compromissos com fornecedores, o hospital se viu obrigado a interromper serviços essências, como os de imagem prestados pelos aparelhos de Raio-x e pelo tomógrafo, que se encontram quebrados.
Antes disto, o José Roberto ainda havia se envolvido numa crise institucional, demonstrando péssimo relacionamento com o Conselho Municipal de Saúde, determinados órgãos de imprensa, etc. A crise institucional com o CMS, por exemplo, só chegou a ser revertida depois que o governo realizou eleição duvidosa junto ao mesmo, alterando todo o quadro de conselheiros, conforme seus interesses.
Agora, José Roberto Fernandes se vê envolvido em novo capítulo da crise institucional, desta vez é com a Câmara de Vereadores, contra um dos quais, recentemente, apresentou uma nota de repúdio, esbravejando contra a denúncia de que os médicos se encontram há 6 meses sem receber honorários. Ontem, na reunião ordinária da Câmara, os principais discursos foram contra o provedor do Hospital Margarida. Pediram, com muita razão, até intervenção judicial no hospital.
Depois de instalada a crise médica, a de credibilidade, a financeira, a administrativa e a institucional, a pergunta é: qual será a próxima crise? Quantas crises serão necessárias para que os membros da Associação São Vicente de Paulo acordem, assumam a sua responsabilidade e digam um basta para o estado tenebroso de coisas que afeta o único hospital do Município? O que mais é necessário acontecer? Porque de tudo já aconteceu, faltando apenas o hospital fechar. Será que a ASVP está esperando apenas o hospital fechar as suas portas para, só então, tomar uma providência?

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