terça-feira, 28 de julho de 2015

Binômio da Desinformação e a Cratera do Areia Preta

Monlevade, como uma cidade, extremamente, moderna que é e tão politizada como poucas, quer é qualidade de vida. Esse Binômio da Comunicação que tem vigorado, desde a época da censura do Regime Militar, entre as relações públicas da Usina e o Jornal A Notícia não tem colaborado neste sentido, pois fecha a Usina para o povo. E o povo quer é uma Usina aberta. Quer, por exemplo, chegar  às escadarias do Solar Monlevade, pagar o ingresso a 1 real, e ter livre acesso ao Museu e aos arquivos históricos, coisa que não acontece hoje. O Binômio fecha demais essa Usina!
Vejam o editorial da última edição do Jornal A Notícia. Com o título “Presente de Aniversário”, o ex-bi-semanário quer embutir no imaginário do monlevadense a sensação de que a Arcelormittal vai presentear o Município com o reparo da cratera do Bairro Areia Preta, no aniversário de 80 anos da Usina Monlevade, caso a siderúrgica, realmente, participe da obra.  Ora, é presente não! É assunção de responsabilidade!   
Se alguém  duvida que o trânsito de bitrens de mais de 40 toneladas não foi responsável pelo deslizamento da pista da Getúlio Vargas naquele ponto, que volte a liberar o tráfego pesado naquele trecho, após a conclusão do reparo, quando ele acontecer algum dia, para tudo voltar a ocorrer. Ali, não vai poder transitar mais bitrens.
É preciso ficar claro que quando uma atividade privada, seja ela qual for, ocasiona dano ao Município, aquele que lhe dá causa fica obrigado a repará-lo. Isso no Direito tem o nome de Responsabilidade Civil. Se o tráfego cada vez mais pesado de carretas, gerado pela Arcelormittal tem comprometido as vias Município, cabe à primeira efetuar os reparos necessários ou indenizar. Isso, definitivamente, não vai quebrar Mittal, nem vai inviabilizar a siderurgia local, que em tempos mais difíceis já sustentou, diretamente, uma Vila Operária inteira, de mais de 30 mil habitantes, bancando, absolutamente, tudo, do leite, à formação dos filhos dos operários.
É necessária uma reflexão profunda de como esse Binômio da Comunicação ou da Desinformação tem afetado o diálogo que deveria existir entre a comunidade e a Usina. Na vigência deste Binômio, que se estende desde meados da década de 80, as relações entre Usina e comunidade melhoraram ou pioraram? Tem havido diálogo? Nesse período, a Usina se abriu ou se fechou mais para a comunidade? Neste contexto, tem havido mais ganhos ou perdas para a comunidade? 
É preciso uma Usina muito mais aberta, como a do passado, sabendo que o ramo de atividade da Arcelormittal é a siderurgia e não a filantropia, mas que a siderúrgica tem suas responsabilidades no Município e não pode ser colocada dentro de uma redoma de cristal. Mittal sabe o que é isso. É como ocorre nas unidades da Arcelormittal na França, em Luxemburgo ou na Bélgica, onde há qualidade de vida e de onde provem a semente plantada em Monlevade. .  


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