Monlevade, como uma cidade, extremamente, moderna que é e
tão politizada como poucas, quer é qualidade de vida. Esse Binômio da
Comunicação que tem vigorado, desde a época da censura do Regime Militar, entre
as relações públicas da Usina e o Jornal A Notícia não tem colaborado neste
sentido, pois fecha a Usina para o povo. E o povo quer é uma Usina aberta. Quer,
por exemplo, chegar às escadarias do
Solar Monlevade, pagar o ingresso a 1 real, e ter livre acesso ao Museu e aos
arquivos históricos, coisa que não acontece hoje. O Binômio fecha demais essa
Usina!
Vejam o editorial da última edição do Jornal A Notícia. Com
o título “Presente de Aniversário”, o ex-bi-semanário quer embutir no
imaginário do monlevadense a sensação de que a Arcelormittal vai presentear o
Município com o reparo da cratera do Bairro Areia Preta, no aniversário de 80
anos da Usina Monlevade, caso a siderúrgica, realmente, participe da obra. Ora, é presente não! É assunção de
responsabilidade!
Se alguém duvida que
o trânsito de bitrens de mais de 40 toneladas não foi responsável pelo deslizamento
da pista da Getúlio Vargas naquele ponto, que volte a liberar o tráfego pesado
naquele trecho, após a conclusão do reparo, quando ele acontecer algum dia,
para tudo voltar a ocorrer. Ali, não vai poder transitar mais bitrens.
É preciso ficar claro que quando uma atividade privada, seja
ela qual for, ocasiona dano ao Município, aquele que lhe dá causa fica obrigado
a repará-lo. Isso no Direito tem o nome de Responsabilidade Civil. Se o tráfego
cada vez mais pesado de carretas, gerado pela Arcelormittal tem comprometido as
vias Município, cabe à primeira efetuar os reparos necessários ou indenizar. Isso,
definitivamente, não vai quebrar Mittal, nem vai inviabilizar a siderurgia
local, que em tempos mais difíceis já sustentou, diretamente, uma Vila Operária
inteira, de mais de 30 mil habitantes, bancando, absolutamente, tudo, do leite,
à formação dos filhos dos operários.
É necessária uma reflexão profunda de como esse Binômio da
Comunicação ou da Desinformação tem afetado o diálogo que deveria existir entre
a comunidade e a Usina. Na vigência deste Binômio, que se estende desde meados
da década de 80, as relações entre Usina e comunidade melhoraram ou pioraram?
Tem havido diálogo? Nesse período, a Usina se abriu ou se fechou mais para a
comunidade? Neste contexto, tem havido mais ganhos ou perdas para a comunidade?
É preciso uma Usina muito mais aberta, como a do passado, sabendo que o ramo de atividade da Arcelormittal é a siderurgia e não a filantropia, mas que a siderúrgica tem suas responsabilidades no Município e não pode ser colocada dentro de uma redoma de cristal. Mittal sabe o que é isso. É como ocorre nas unidades da Arcelormittal na França, em Luxemburgo ou na Bélgica, onde há qualidade de vida e de onde provem a semente plantada em Monlevade. .
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