Não são resultados de pesquisas tupiniquins que legitimam os
governos democráticos. A Democracia se legitima pelo voto. É preciso respeitar
o resultado das urnas.
Mas, a Globo joga o tudo ou nada, até porque se assim não agir ela perde sua razão de existir. A Globo, que detém 75% do faturamento do
setor televisivo brasileiro, num modelo monopolista de televisão fundado em
1965, logo após o Golpe e em razão do Golpe, não está no Brasil para cumprir o
papel que deveria caber à mídia de massas, que é o de conduzir a nação a
explorar todos os seus potenciais, sejam econômicos ou civilizatórios. A Globo
foi fundada para manipular as massas conforme o interesse do Regime Militar e
difundir o complexo de vira latas no brasileiro, de modo que o Brasil jamais
ameace a hegemonia dos EUA nas Américas, já que o poderoso grupo estadunidense
Time Life teve interesse e participação fundamental na criação da TV dos
Marinhos. Por isso a difusão de tanto conteúdo, quase exclusivamente, estadunidense
na Globo, como músicas, seriados e filmes. Para a Globo, só os Eua existem no
mundo. Até os títulos das novelas são americanizados, como “I Love
Paraisópolis”. Será que a novela não poderia se chamar “Eu Amo Paraisópolis”?
Qual o problema com a língua pátria, o português? Nada contra os EUA, mas eles
não podem interferir no conteúdo da
grande mídia brasileira como vem ocorrendo através da Globo. Em sua última visita ao Brasil, Obama declarou
que o problema do Brasil está na sua condução política e que tal questão, historicamente, teve muito
mais influência interna do que externa. E não apareceu ninguém para lembrar ao
presidente estadunidense que a maior ruptura na condução política do Brasil foi
o Golpe de 64 e documentos, recentemente, publicados pelo Departamento de Estado
Norte Americano demonstram a participação direta dos EUA no Golpe e revelam ainda a Operação Brother Sam, na qual tanques americanos seriam desembarcados no porto
de Tubarão e ingressariam em Minas, através da ferrovia Vitória/Minas, caso
houvesse reação aos golpistas. Felizmente, não houve resistência, do contrário
teria havido desembarque norte-americano e, certamente, o Brasil contemporâneo
teria de conviver com várias Guantânamos em seu território.
Uma mídia, verdadeiramente, compromissada com os interesses
nacionais estaria, neste momento, conduzindo as questões envolvendo o mar que
de corrupção que atinge todo o sistema político brasileiro a uma profunda
reforma política e não no impeachment da Presidente da República, como,
descaradamente, faz a Globo, do alto de seu monopólio de mídia. Se a Dilma cair, entra o Temer do PMDB, partido,
igualmente, atolado na Lava-Jato. Ele vai sofrer impeachment também? Aí, o
Brasil vai ter um presidente a cada trimestre na esteira de uma longa crise
política, até não restar mais nenhum
político produzido por um sistema político que
- adivinhem - também foi concebido no Regime Militar. O Código Eleitoral
Brasileiro é de 1965, assinado pelo general Castelo Branco. Em 85 fizeram uma
reforma, criando o atual sistema de Presidencialismo de Coalizão Brasileiro,
baseado numa multiplicidade infinita de partidos, que não produz representatividade e,
que portanto, só aderem a base governista mediante a concessão de cargos no
Executivo. É por isso que existem 40 ministérios! Sempre que o governo pretende
aprovar uma nova matéria no Congresso é preciso negociar cargos. Esse é o
sistema criado pelos militares e ainda vigente. Ou você acha que os ditadores produziriam um
sistema político democrático e representativo para o Brasil, enquanto estiveram
no poder? A sina dos militares foi fazer de tudo para que a política jamais
fosse usada como instrumento de transformações sócio-econômicas no Brasil. E
nisso, eles foram muito eficientes. Basta ver o que se tornou a política
brasileira. E passados 51 anos golpe, o Brasil ainda demanda por todas aquelas
reformas anunciadas por Jango ainda em 64, reforma política, tributária,
educacional, dos meios de comunicação, financeira, industrial, administrativa,
etc, sem as quais nenhum país do mundo chegou à condição de desenvolvido. Ou
seja, institucionalmente, o Brasil parou no Golpe, em 64. É por isso que se tem
a impressão que o Brasil inteiro caminha para a conformação de um enorme nó, em que tudo vai parar. O
país, que tem uma grande vocação para a modernidade como herança de Juscelino e
outros, vai avançando nas tecnologias, nos meios e nos costumes, mas as instituições
republicanas e democráticas, como a escola, a mídia, a base da tributação, o sistema político, etc, não acompanham
tal desenvolvimento. Assim, o Brasil não se desenvolve. "É preciso reformar as instituições", como era o discurso de jango há 51 anos!
Está muito claro que no cenário político, agora, está muito
bem definido: ou Dilma ou Cunha. O dois não convivem mais. Bastou ser citado na Lava Jato para o Cunha romper com o governo. Aliás, é
realmente um absurdo como um presidente da Câmara que recebeu 5 milhões de
reais na Lava Jato, ainda não tenha renunciado. Neste momento, não imitam os EUA, onde senador já renunciou por ter traído a esposa. Imagina 5 milhões!
Ocorre que este tudo ou nada da Globo pode ser muito perigoso. O extremismo de um impedimento contra Dilma, por força da 3ª Lei de Newton, também vai gerar extremismos opostos, principalmente, no campo, que podem ter desfechos sangrentos para a nação. O Brasil de hoje não é aquele de 1964. Haverá bloqueios de estradas e ferrovias, greves e desabastecimento. Aí sim o Brasil entrará numa pesada recessão. O país pode até entrar numa convulsão civil e, daí, partir para uma revolução. Já pensaram? 226 anos depois da Revolução Francesa, a Revolução Brasileira! É sempre muito atraso!
Ocorre que este tudo ou nada da Globo pode ser muito perigoso. O extremismo de um impedimento contra Dilma, por força da 3ª Lei de Newton, também vai gerar extremismos opostos, principalmente, no campo, que podem ter desfechos sangrentos para a nação. O Brasil de hoje não é aquele de 1964. Haverá bloqueios de estradas e ferrovias, greves e desabastecimento. Aí sim o Brasil entrará numa pesada recessão. O país pode até entrar numa convulsão civil e, daí, partir para uma revolução. Já pensaram? 226 anos depois da Revolução Francesa, a Revolução Brasileira! É sempre muito atraso!
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