No horizonte eleitoral de 2016, três pré-candidaturas
despontam dentro do Partido dos trabalhadores de João Monlevade: são elas a de
Padre Élson, a de Gentil Bicalho e a de Belmar Diniz.
Padre Élson é jovem, o que atende a uma demanda por
renovação nos quadros da política local, foi candidato a uma cadeira na Assembléia
Legislativa de Minas em 2014 e, nestes tempos de avalanches de escândalos de
corrupção, tem a grande qualidade de ser padre. Não que a condição religiosa,
por si só, possa precaver algum desvio de conduta por parte do político-religioso.
Mas, os padres contam com sólida formação ética e filosófica, coisa que o
brasileiro contemporâneo e ,por conseguinte, o político brasileiro, em regra,
não possuem. E se a punição é a única forma de combater a corrupção, uma sólida
formação ética é a melhor forma de preveni-la. Faltam ao Padre Élson mais
articulação e posicionamento político.
Gentil Bicalho é de família, genuinamente, tradicional de
João Monlevade, é experiente, já foi vice-prefeito, entre outros cargos que
ocupou na Administração Pública, é bem articulado e demonstra posicionamento
político, o que é fundamental. Apresentou coerência política quando Mauri
Torres cooptou seu ex-partido nas eleições de 2008, demonstrou coragem e grande
liderança numa das piores crises vividas pelo PT, quando da ruptura com o
ex-prefeito e atual exilado político, Gustavo Prandini . Gentil também sabe
ouvir e é atual presidente do PT monlevadense, conduzindo o partido com
espírito democrático e boa articulação com as entidades representativas do
Município.
Belmar Diniz é jovem, vereador pelo segundo mandato e,
teoricamente, herdeiro político do mitológico ex-prefeito Leonardo Diniz. Entre
os três pré-candidatos, Belmar talvez seja o mais competitivo. No entanto,
Belmar é muito mal articulado e evasivo, politicamente. Belmar também tem um
histórico de grande incoerência política em sua atividade parlamentar, como no
caso em que, no fim do ano passado, votou favoravelmente para que a Encon,
absurdamente, se negasse a receber a tarifa do transporte coletivo em dinheiro
a bordo do coletivo. Recentemente, também depositou voto favorável à
terceirização do sistema de estacionamento rotativo do Município. Belmar também
tem dificuldade de imprimir
personalidade própria na condução de uma oposição mais veemente ao governo
Torres na Câmara. Aliás, a pouca oposição de Belmar Diniz é realizada a reboque
das atividades do Grupo Transparência Monlevade. Por isso, muitos acreditam
que, caso Belmar seja eleito prefeito, Guilherme Nasser, muito provavelmente,
será seu assessor de governo. Por tudo isso, o que se comenta é que Belmar tem
um pé no PT e o outro no sítio Xopotó.
Seja quem for o candidato do Partido dos Trabalhadores em 2016, a experiência imposta
pela desventura prandinista ensina que o desafio da sigla não será apenas
vencer as eleições, mas, sobretudo, eleger um prefeito que tenha a capacidade de
implementar o conteúdo programático que o partido tem para João Monlevade.
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